quarta-feira, outubro 10, 2012

O rácio português de eleitores por deputado encontra-se perfeitamente dentro da média das democracias europeias

• Filipe Nunes, A redução do número de deputados:
    ‘O que levou então o actual líder do PS a colocar agora esta questão na agenda? Há basicamente duas razões possíveis. Pode ter sido "táctica política", já que o PSD está coligado com um partido que poderia sair prejudicado com a redução de deputados (o CDS), e isso poderia ser uma "boa jogada" para criar mais um embaraço ao governo. Mas Seguro também pode estar a querer responder - da pior maneira possível - ao clima antipartidos, visível, por exemplo, na última sondagem da Universidade Católica ou nas manifestações do 15 de Setembro. De resto, há uma semana, o "Público" relatava que Seguro havia lançado um alerta aos outros líderes socialistas europeus, muitos deles (os do Norte) complacentes com a receita da austeridade punitiva na Europa do Sul: "estamos a perder as pessoas com esta política, e isso atinge todos os partidos de governo e não apenas os partidos que estão no governo". Esta leitura da situação é correcta, mas o tipo de resposta política que a redução dos deputados revela é completamente errada. De nada valerá ao PS fazer eco dos cartazes do 15 de Setembro. O que quem esteve no 15 de Setembro espera do PS é que apresente uma alternativa séria aos caminhos do empobrecimento que o Governo e a extrema-esquerda, cada um à sua maneira, nos oferecem. Da mesma forma que o PS, partido da "Europa connosco", não sobreviverá ao colapso do projecto europeu, o PS, partido fundador do regime, será sempre ultrapassado (e eventualmente devorado) pelas derivas populistas. Se Seguro chegar algum dia a quantificar a redução de deputados que pretende, haverá sempre alguém que a vai achar insuficiente. Não por acaso, ainda anteontem, na televisão, um comentador assegurava que 80 deputados eram mais do que suficientes.’

7 comentários :

  1. miguel, vale a pena ver esta figura para ver que mais do que "dentro da média", o rácio é mesmo dos que mais se aproxima do número ideal de deputados (onde por "ideal" lemos aquele número ditado pela média das democracias europeias):

    http://esquerda-republicana.blogspot.pt/2011/02/numero-de-deputados-na-europa.html

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  2. O mais dramático é deixar criar nos portugueses a ideia de que não há alternativas. É óbvio, as que existem não serão doces, e quanto mais tempo esta gente estiver no governo, mais amargas poderão vir a ser.

    Trazer à tona o debate sobre o número de deputados é um floreado, que até pode ser bonito (não lhe falta nada para ser perigoso e demagógico), mas desvia as atenções do essencial dos nossos problemas.

    EXIGE-SE QUE O PS CRIE DE IMEDIATO UM "GOVERNO SOMBRA", sem receios, usando a verdade, em defesa do que, objetivamente, pode ser defendido e implementado. Um governo sombra qpoiado por grupos sérios e competentes de estudo e investigação. É isso que o PS tem que fazer urgentemente, para não ter um dia destes de abrir uma misteriosa caixa de pandora, de onde irão sair apenas fantasmas e monstros uns atrás dos outros, que trucidarão o PS e os portugueses - quiça a esquerda e a própria democracia.

    O PS (especialmente o PS) tem de assumir que a prática e cultura políticas em Portugal tem que mudar (a nova realidade a isso obriga), exige-se uma profunda renovação de quadros, uma "produtividade" política intensa e esclarecida, a escolha dos melhores, e, se quer (é seu dever) evitar uma tragédia, tem que dar o corpo (e a inteligência) ao manifesto.

    O PS não deve encolher-se só porque assinou o memo. da troika: a isso foi obrigado pelos bandos salteadores do PSD e por toda a oposição da altura. E pela crise internacional.

    O PS, na minha modesta opinião, devia criar um grupo especial de trabalho para avaliar as consequências da recusa do PEC IV.

    Se o PS não fizer isto ou melhores coisas que estas, deixará criar nas suas fileiras e na própria população uma ideia terrível: que, como o PCP e BE, joga no tabuleiro da conjuntura. E o povo hoje já não vai nessa conversa. Quer ver propostas que se coadugnem com a sua disponibilidade patriótica para as aceitar.

    Os anteriores governos do PS deixaram Portugal com todas os instrumentos necessárias para sairmos deste abismo onde estamos a cair. O que este governo está a fazer, deliberadamente, e a própria troika, é destruí-los.

    Vamos lá PS! Um governo sombra Já!

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  3. O PS/Novo Ciclo de Seguro é uma completa desilusão.


    Neste aspecto em concreto, é deplorável que venha agora adoptar uma postura populista e oportunista, desprezando todos os seus compromissos com os princípios democráticos e os valores republicanos.


    O PS e Tó-Zé Seguro estão a perder a confiança de todos os verdadeiros socialistas e democratas com este tipo de mensagens pífias.


    Se o PS e a actual Direcção querem ter uma voz séria, respeitada e construtiva neste debate crucial sobre o aperfeiçoamento do nosso sistema democrático, então por favor comecem pelo princípio, ou seja, pelos princípios: o que está errado no nosso sistema eleitoral para o órgão legislativo não é o número de Deputados (como se demonstra no Artigo aqui citado), mas sim e DE FORMA GRAVE a actual PROPORCIONALIDADE ENTRE VOTOS E MANDATOS!



    Se o PS quer ser credível e construtivo, comece por propor algo que até pode "prejudicar" os interesses próprios do Partido enquanto agremiação, mas que beneficiará e em muito a sua credibilidade programática e, sobretudo, ética: PROPONHA UMA ALTERAÇÃO DA LEI ELEITORAL, sim, mas que REDUZA O NÚMERO DE CÍRCULOS ELEITORAIS, por exemplo para cinco, ou sete, de acordo com as futuras Regiões (mais as A. M.'s de Lisboa e Porto, por exemplo), o que teria como consequências imediatas

    1ª) Um SIGNIFICATIVO AUMENTO DA VERDADE ELEITORAL;

    2ª) Uma DRÁSTICA REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE ABSTENÇÃO ELEITORAL, passando a "valer a pena" votar em todos os Partidos e listas concorrentes em qualquer círculo, o que actualmente NÃO SE VERIFICA e é um escândalo muito bem escondido da opinião pública;

    3ª) Uma reorganização interna dos Partidos que destrua de vez o poder instalado das suas "distritais" e respectivas clientelas e permita um novo recomeço organizativo, com base já nas futuras Regiões, criando as bases de uma maior e mais responsável formação de Quadros políticos sem ter de limitar o recrutamento, como hoje, aos Autarcas mais proeminentes, que difícilmente conseguem cobrir de uma salto a distância de nível entre o poder local e o Estado.


    Levem estas coisas a sério, ponham os olhos na Europa e não na Cochinchina e deixem-se de vez de alimentar mitos patéticos como o da "proximidade entre eleitores e eleitos", que não resiste a uma qualquer metáfora de bancada.


    Ora bolas para este PS de fancaria...

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  4. Seguro não quer governar já.
    Não quer a batata quente a explodir-lhe nas mãos.
    O problema é que o país precisa de alguém que pegue nele o mais rápido possivel. Cada dia que passa com esta gente indecente do PSD-CDS ao leme é mais um prego no caixão que portugal está a construir para si.
    Se até ao fim do ano este governo não for posto a andar entraremos definitivamente no caminho da grécia por muitas décadas. Décadas.

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  5. Realmente vemos por aqui o partido socrates, em conflito com o PS de AJS e ficamos desde ja esclarecidos. Entendam-se ou talvez nao, pois sao realidades bem diferentes a da socratice a pensar onde sacar e a de AJS a pensar mais em Portugal (apesar da demagogia da proposta). Com gente deste calibre nao vamos a lado nenhum especialmente com aqueles que durante os anos de 2005 a 2011 rebentaram com Portugal.

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  6. E com "gente" do teu calibre, analfabruto, vamos é voltar ao 24 de Abril. E era o que tu e muito precisavam, de um 24 de Abril, para na manhã seguinte acrodarem todos estremunhados, mas desta vez no Campo Pequeno.


    Agora arrota lá aí dessa pança o que é que, em teu "entender" (sei muito bem que o léxico em ti tem de ser significativamente amputado...), aconteceu entre 2005 e 2001 que "rebentou com Portugal"?


    Já sei, não digas mais: para ti e os teus, "portugal" é um sinónimo de «Tecnoforma», certo?


    Vai mas é lavar essa tromba, javardão.


    Se eu mandasse neste "blogue" há muito que te tinha posto no olho da rua, que é onde vais acabar muito em breve, POLTRÃO!

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