• Manuel Esteves, Paga quem pode para ser usado por quem precisa:
- 'No actual modelo de Estado social que temos, não existe qualquer ligação entre o que se paga e o que se recebe. Paga quem pode para ser usado por quem precisa. Não é necessariamente lógico, mas é justo.
A escola pública é financiada pelos impostos dos portugueses e não apenas pelos pais dos alunos. Aliás, muitas das famílias com alunos na escola não chegam a pagar impostos porque não têm rendimentos para isso. Deste modo, quem não tem filhos está a ajudar a educar os filhos dos outros. Mas tem uma vantagem indirecta muito importante: é melhor viver entre pessoas educadas do que o contrário.
O mesmo raciocínio se aplica aos cuidados médicos prestados pelos hospitais públicos. Há quem, por força do seu salário elevado, pague muito para financiar o Serviço Nacional de Saúde e que, por força da sua saúde, não tenha necessidade de o utilizar. Ganha quem não tem saúde, mas que seguramente trocava este ganho pela saúde que não tem.
Nas prestações sociais, é igual. Quem tem emprego, paga o subsídio de quem não o tem. Quem tem saúde, paga o subsídio de doença a quem não a tem. E quem tem idade para trabalhar, paga a pensão de quem já não pode – ou pelo menos não deve – trabalhar.
A isto chama-se solidariedade social. Solidariedade entre pobres e ricos; entre velhos e jovens; entre doentes e saudáveis. Individualmente, só uma parte é que ganha com isso. Globalmente, ganhamos todos enquanto cidadãos e portugueses porque temos uma sociedade mais igualitária, equilibrada e segura.
Esta solidariedade social, que com os tempos deixámos de valorizar e reduzimos a um simples chavão, é uma das realizações mais bonitas que os portugueses conseguiram fazer em 36 anos de democracia. E que corre o risco de ser desfeito em apenas quatro anos de Passos Coelho.'
ResponderEliminar"4 anos de Passos Coelho"????
Ó meu, não me estragues já o fim-de-semana!...
Contando que a um ano e meio de Passos para trás não se suceda NEM um segundo de Seguro, tranquilo.
ResponderEliminar