domingo, novembro 18, 2012

Abençoada recessão

• Magalhães e Silva, Abençoada recessão:
    ‘No período que antecedeu as eleições de 2011, quem ousasse dizer que a crise não era apenas fruto da política de Sócrates era logo apodado de acrítico defensor do engenheiro.

    E o paradigma económico assente nas obras públicas, imobiliário e expansão do consumo interno, inaugurado por Cavaco? Nem pensar.

    E a crise sistémica na Europa? Só faltava.

    No frenesi de derrubar o engenheiro, a classe política portuguesa limitou-se a pensar taticamente e a silenciar a realidade que enfraquecesse o seu propósito. Digo isto com o à vontade de, nesta coluna, ter sido um severo crítico de Sócrates. Este quadro é, todavia, portador de esperança.

    A classe política e grande parte do eleitorado do norte da Europa, que têm sustentado esta cruzada de punições ao Sul – empobreçam para merecer algum pão –, já têm a recessão à porta dos seus países. Falta, por isso, pouco para virem tecer loas à austeridade com investimento, muito investimento, agora que lhes toca na pele o castigo que, hipócritas a viver do nosso deficit, nos quiseram infligir.

    Abençoada recessão.’

3 comentários :

  1. Lá dizem os ditados: - "atrás de mim virá quem de mim bom fará"
    "Queiras ou não queiras escutar a razão, cedo ou tarde ela há -de se fazer ouvir"

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  2. O problema é que para que tal ficasse visível e as pessoas começassem a ver a realidade muito desemprego, muitas falências e muita miséria chegou, e ainda não sabemos o que nos espera

    RS

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  3. Talvez, talvez o sul da Europa consiga sair desta crise mais forte. Mais preparado. Mais atento ao que o Norte pretende de facto com os paises do Sul.
    E não será pela mão deste bando de incompetentes que nos governam. Será pela catarse dos povos do sul, pelo nascimento de uma sociedade mais atenta, participativa e exigente nas responsabilidades daqueles a quem delega o poder. Isto poderá acontecer se aguentarmos o suficiente até a ajuda chegar, sendo essa ajuda a consciencia nos povos do norte de que com esta injustiça ninguém vai a lado nenhum. Esperemos que venha depressa essa ajuda, porque por cá dúvido que o povo aguente mais do que até meio do próximo ano.

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