• Vasco Pulido Valente, Afinal, os velhos são mesmo trapos [hoje no Público]:
- ‘(..) Há muitas razões nesta particular matéria para condenar Pedro Passos Coelho, um primeiro-ministro incoerente, hesitante e com uma grande trapalhada na sua pobre e pequena cabeça. Há, antes de mais nada, uma razão moral: Passos Coelho escolheu a parte mais fraca e indefesa da sociedade para suportar os custos de uma política que iria fatalmente acabar mal, como toda a gente o preveniu. Abusar dos fracos não é com certeza o acto de um homem estimável.
Depois da brutalidade vem a hipocrisia. Porquê pedir "solidariedade" aos velhos, que mal se mexem, e a mais ninguém? (...) Ou devem os velhos pagar um tributo adicional aos novos só por serem velhos? Também a mentira de que a contribuição "extraordinária" agora sugada sem aviso não engana nenhum português maior e vacinado: a contribuição acabará por se tornar "ordinária" e ficará firme até à bancarrota final. O dr. Passos Coelho, ou quem manda nele, nem sequer pensou em arranjar uma linguagem menos jesuíta para retirar o conforto e a segurança à maioria dos velhos.
Domingo passado, o autor destas tropelias andou por Penela e pela RTP-Porto a justificar o injustificável. O argumento dele é - acreditem - o de que as "pensões" dos "queixosos" não correspondem "ao valor dos descontos que fizeram". Muito bem: admitamos, por hipótese, que o homem teve um sobressalto lúcido e, por uma vez, disse a verdade. Mas mesmo assim não se lembrou de dois pontos fundamentais. Por um lado, o de que os "fundos de pensões", sensatamente administrados, são como um grande banco de que se espera um contínuo crescimento do capital e dos rendimentos. Por outro, o de que uma considerável minoria não teve de facto uma "carreira contributiva", mas porque não existia na altura nem trabalho, nem um Estado social que lhe exigisse e aceitasse um "desconto". O dr. Passos Coelho precisava de uma certa dose de juízo.’
e... pela RTP-Porto? É mesmo de um idiota que não enxerga um palmo à frente do nariz.
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