• José Manuel Pureza, O réquiem da Segurança Social:
- ‘A verdade é que esta é apenas mais uma história mal contada. De modo grosseiro, Passos Coelho mistura pensões realmente escandalosas praticadas em regimes específicos (Banco de Portugal, Caixa Geral de Depósitos, etc.) - de que têm sido beneficiários alguns dos seus mais notáveis apaniguados políticos, como Mira Amaral - com o sistema contributivo da Segurança Social. O resto do jogo é o do costume: pôr trabalhadores do sector privado contra os funcionários públicos, pôr as gerações mais novas contra as gerações mais velhas e anunciar supostas inevitabilidades. Tudo para legitimar o réquiem sobre a segurança social pública.
Um debate minimamente sério nunca poria em causa várias coisas. Primeira: carreira contributiva é isso mesmo - tem direito a pensão mais alta quem descontou mais e durante mais tempo (sendo que, em média, os trabalhadores da administração pública descontam mais tempo e sobre salários mais elevados). Segunda: se alguém tem responsabilidade pelos riscos de insustentabilidade da Segurança Social, é este Governo e a sua política de aumento exponencial do desemprego. Menos gente a descontar e mais gente a receber prestações sociais tem resultados óbvios: ao saldo positivo de 438 milhões de euros no ano passado sucede um saldo negativo de 694 milhões este ano. Esta caminhada tresloucada para o abismo é realmente insustentável. Terceira e fundamental: escândalo maior do que algumas pensões elevadas é a miséria da grande maioria das pensões; e só acredita que limitando as mais altas o Governo subirá as mais baixas quem quer.
Pondo gerações contra gerações, trabalhadores contra trabalhadores, o que o Governo pretende atingir é simples: criar espaço para cortar a sério nas reformas da classe média, esquecendo o que é verdadeiramente milionário. E, pelo caminho, destruir o pilar da Segurança Social da nossa democracia e substitui-lo por um modelo totalmente diferente em que a capitalização privada através do jogo do mercado financeiro tome o lugar da matriz redistributiva e em que todos sejamos penalizados por um adiamento sucessivo da idade da reforma.’
ResponderEliminarO imbecil e ingénuo do Pureza deveria era ter medido bem tudo isto no dia em que festejou o derrube do Sócrates! Palerma.
Agora vá chover no molhado para o raio que o parta...
Este senhor Pureza devia ao menos remeter-se ao silêncio e, se falasse, só para pedir perdão aos portugueses por lhes ter servido este governo de trafulhas que ele muito bem conhecia. Mas o ódio ao PS valia tudo. Até mandar às malvas a demcocracia. Os eleitores do PCP e BE não conheceriam estes "relvas", mas os senhores deputados e dirigentes sabiam muito bem quem eram e ao que vinham.
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