segunda-feira, janeiro 14, 2013

Da série “A Fenomenologia do Ser”¹ [24]


Um dirigente político – por acaso ainda chefe do governo – que repete, repete e repete, até à náusea, um discurso de culpabilização dos cidadãos insistindo numa espécie de culpa colectiva que faz de cada português ora um malfeitor ora um delinquente fiscal, ou é estúpido, ou julga-se uma espécie de pregador mandatado por um deus justiceiro para nos obrigar a uma expiação colectiva do pecado da luxúria fiscal.

Como é evidente, PPC não tem as qualidades mínimas para ser pregador – só tem os defeitos. Resta, por isso, a estupidez, essa inquietante estupidez que exibe com esplendor em cada aparição pública.

De facto, só a hipótese de uma monumental estupidez explicará que um líder político se empenhe tanto a erigir como inimigo interno o povo que quer liderar, o soberano que em democracia lhe dá ou lhe retira o mandato e a legitimidade para governar.

Talvez Sartre não tivesse escrito que
    Il faut un double soleil pour éclairer le fond de la bêtise humaine.
      J.P.SARTRE, Nekrassov, Gallimard, 1956. p. 21.

… se tivesse conhecido este assumido leitor de obras suas … inexistentes.

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¹ Obra filosófica que o actual primeiro-ministro afirmou ter lido na sua juventude, desde então, perdida.

3 comentários :

  1. É estupidez e hereditária. No dia das eleições que levaram esse estupor ao poder, o pai dele, um velhote magro e esgazeado, disse para a comunicação social presente em Vila Real: "Se os portugueses não votarem no meu filho, é porque estão doidos". Pouco tempo bastou para provar aos portugueses que estavam tontos ou com os copos quando votaram nesta lástima.

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  2. O Povo não é estúpido, é ignorante. A culpa não foi de "copos", ou de alguma tonteria pontual no dia das Eleições, mas sim de meses e meses (ou anos...) de INTOXICAÇÃO MENTAL, por parte da Comunicação Social tablóide e mercantil.

    A culpa é da élite política e intelectual, que aldrabou maciçamente o eleitorado.


    Mas agora só tem um destino: esperar que se vá adiando o dia em que o Povo, que repito não é estúpido, perceba finalmente a dimensão COLOSSAL do embuste de que foi vítima e se VINGUE FURIOSAMENTE.


    A PIOR RAIVA NÃO SERÁ A DOS QUE VOTARAM CONTRA ELE, MAS SIM A DOS QUE VOTARAM CRÉDULAMENTE NESTES ABORTOS!

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