terça-feira, janeiro 15, 2013
“Espiral recessiva”, uma novela sobre a vida dos portugueses (em fascículos)
Aí está o Boletim de Inverno do insuspeitíssimo Banco de Portugal — com a confirmação de que a história da espiral recessiva está a ser contada aos portugueses em fascículos. Uma novela em que o prometido fim em beleza é adiado trimestre após trimestre.
Estamos, com efeito, na época do ano em que se dá início às “revisões em baixa”. Lá para o Outono (se Cavaco ainda mantiver o Governo ligado à maquina), virão as previsões optimistas para o ano seguinte.
A leitura do Boletim de Inverno não deixa margem para dúvidas: o ano de 2013 será terrível. E será ainda bem pior do que o Banco de Portugal anuncia, porque as suas projecções não têm em conta os efeitos do orçamento rectificativo anunciado por Gaspar (cortes de cerca de 800 milhões de euros) — quando, aliás, já se pode antecipar que a recessão 'destrói' o próprio plano B do Governo.
A consolidação orçamental à moda de Gaspar soçobrou, desde logo porque falhou a sua aposta na procura externa: a receita da austeridade aplicada também nos principais países com os quais temos trocas comerciais conduzirá à estagnação das exportações. O resto é o que se sabe: uma quebra significativa da procura interna, com o investimento a cair 7,4 %, “o que perfaz uma acumulada de quase 36 por cento no período 2009-2013, com implicações sobre a evolução do stock de capital e sobre a capacidade de incorporação de progresso técnico e, em última instância, sobre o crescimento do produto potencial.” [p. 13 do Boletim]
Para ficar com uma ideia mais precisa da herança que este governo deixará às gerações futuras, importa dizer que, a par da destruição de mais 88 mil empregos, os níveis de riqueza produzida no país e de consumo das famílias regressam este ano ao início da década passada, quando foi adoptada a moeda única.
É o resultado do que Passos Coelho disse: “Só vamos sair da crise empobrecendo”. Ele avisou — depois de se alçar a São Bento.
é pena que não tenha avisado antes das eleições para que o povo soubesse no que estava a votar.
ResponderEliminarde qualquer forma a aposta é mesmo chinesar a economia e o trabalho em Portugal.
Mais tarde ou mais cedo a europa e os eua terão de impôr regras á china o que tornará bem mais caros os produtos vindos daquela região. Portugal estará maduro para que muitas industrias para aqui se desloquem em busca de baixissimos salários, baixa formação dos trabalhadores e sindicatos completamente varridos do mapa.
No fundo completaremos o ciclo : saimos da pobreza em democracia para de novo voltar a ela , e desta vez , de novo , em ditadura.
ResponderEliminarO DESASTRE, que só os ignorantes negavam e os estarolas do Pote continuam a querer ocultar.