terça-feira, março 19, 2013

A guerra dos sabe-se lá quantos anos

• João Pinto e Castro, A guerra dos sabe-se lá quantos anos:
    ‘Parece inegável que o desbloqueamento das economias ocidentais exige uma desvalorização generalizada da dívida, seja através de negociações caso a caso, seja através de um aumento generalizado dos preços (vulgo inflação). Uma operação desse tipo implicaria, porém, uma massiva redistribuição de rendimentos dos credores para os devedores, razão por que é obstinadamente recusada por quem detém as rédeas do poder político e económico.

    Viremo-nos agora para o outro lado do problema, ou seja, para a crise especificamente europeia. Ao contrário da anterior, esta é, na sua essência, uma crise política com um pretexto económico, fabricada de todas as peças pelo governo alemão coadjuvado pelo BCE, quando, em 2010, ao julgar ter resolvido o seu particular problema doméstico, lançou a palavra de ordem "cada um por si".

    (…)

    A única coisa segura é que a UE se encontra em processo acelerado de desagregação, como ainda neste último fim-de-semana o Ecofin se encarregou de nos lembrar ao aprovar o tresloucado acordo imposto a Chipre que transforma todos os seus cidadãos em membros da comissão de honra para a reeleição da Prof. Drª Angela Merkel.

    Que fazer? Sair do euro não é, por enquanto, uma opção atraente. Porém, as estimativas que há dois anos nos ameaçavam com uma quebra dos salários da ordem dos 30% em tal eventualidade estão em vias de ser ultrapassadas pela realidade - e ninguém nos garante que ficaremos por aqui.’

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