Entrevista de Catroga ao Diário Económico (11 de Maio de 2011) |
• Pedro Silva Pereira, Leram a carta?:
- 'Vale a pena ler a carta que o primeiro-ministro endereçou ao secretário-geral do PS propondo uma reunião para discutir a “preservação” (!) do “consenso nacional” (?!) no cumprimento do Programa de Assistência Financeira. A leitura não deixa dúvidas: se Passos Coelho quisesse mesmo reconstruir um consenso não escreveria uma carta daquelas.
Logo a abrir, o primeiro-ministro começa por dizer que o Memorando de Entendimento foi apenas "apoiado" pelos partidos da actual maioria enquanto foi "negociado" e "subscrito" pelo Governo do Partido Socialista - uma óbvia inverdade histórica, visto que o representante do PSD nas negociações, Eduardo Catroga, se gabou publicamente não apenas de ter "influenciado" o acordo mas também de ter sido o PSD a propor a estratégia de consolidação orçamental consagrada no Memorando e de ter "convencido" a ‘troika' a incluir diversas medidas, incluindo a TSU.
De seguida, acreditem ou não, Passos Coelho escreve que o consenso "sempre orientou" o cumprimento das obrigações externas de Portugal - outra escusada falsidade: toda a gente sabe que o Governo optou por marginalizar ostensivamente o PS e os parceiros sociais em todas as sete revisões do Memorando. Depois, sabendo que o PS subscreveu um pedido de fiscalização da constitucionalidade do Orçamento, o primeiro-ministro tem a feliz ideia de dedicar um parágrafo inteirinho a acusar o Tribunal Constitucional de ter "limitado" os instrumentos disponíveis para o cumprimento do Programa (repare-se: não é a Constituição que limita, é o Tribunal Constitucional...) e também de ter introduzido um "elevado grau de incerteza" quanto às "possibilidades constitucionais de cumprimento" das obrigações assumidas para a estratégia orçamental de médio prazo (leia-se: de cumprimento do Tratado Orçamental).
É com este enquadramento, todo ele cheio de tacto político, que o primeiro-ministro diz ser imperioso "explorar rapidamente novas soluções de política", o que reclama um "diálogo" e um "entendimento" quanto às medidas que devem ser adoptadas, sob pena de incumprimento das obrigações externas e de falhanço no objectivo de regresso aos mercados.
A carta, porém, não fica por aqui. Relido o texto, Passos Coelho terá julgado, certamente, que ele se podia prestar a interpretações abusivas. De facto, estando escrito que é imperioso explorar "novas soluções de política" poderia dar-se o caso de alguém pensar que ele e Vítor Gaspar estariam disponíveis para considerar, por exemplo, "novas soluções de política". Para eliminar as dúvidas, o primeiro-ministro acrescentou então o seguinte: "deve ser tido em conta que a nossa margem para negociar com os parceiros europeus e internacionais uma flexibilização adicional dos actuais limites dos défices orçamentais inscritos no nosso Programa de Assistência não é viável". Ou seja: na mesma carta em que convidou o secretário-geral do PS para dialogar, o primeiro-ministro tratou de excluir à partida, por escrito, aquela que sabia ser a proposta principal do Partido Socialista!
Com os termos desta carta, Passos Coelho insiste na mesma lógica que levou ao desperdício das condições excepcionais de consenso político. E a lógica é esta: marginalizar o PS quando se trata de decidir as opções estratégicas com a ‘troika' e notificá-lo depois, nos momentos de apuro, para caucionar ou pontualmente concertar as medidas de execução da estratégia orçamental que foi decidida à sua revelia - e que ainda por cima está errada e não funciona. É óbvio que nada disto é para levar a sério.
Ao que parece, o Governo descobriu agora que são precisos três para dançar o Tango. Lá saberá porquê. Mas é preciso lembrar que o Tango é apenas um "género" de música - tangos, propriamente ditos, há muitos. E o Partido Socialista não pode estar disponível para dançar seja qual for a música.'
ResponderEliminarO Partido Socialista não tem nem pode ter recuo, depois de ter proposto a censura do "guverno" na Assemblaia da República.
O "guverno" é a gangrena nacional. Qualquer hipótese de recuperação do tecido político, social e económico português exige a amputação URGENTE desta gangrena!
Vai doer? Depende da anestesia. Mas sem isso vamos continuar às voltas e a tomar morfina, até ao momento em que a amputação terá de ser feita na ambulância com uma faca de cozinha mal desinfectada.
É isso que o Tó-Zé Seguro quer, é?
Para celebrar os 40 anos, a melhor prenda que se pode receber é ninguém nos ter que dizer "TOMA JUÍZO", certo?
Esperemos bem que o Partido Socialista não se deixe enredar na música do tango… desconfio que não vai resistir….
ResponderEliminarConsultei a minha "bola de Cristal"
ResponderEliminarpara saber do mistério da ida a Belém de Passos/Gaspar, e a mesma informou-me que estes foram com a firme comvicçãode de colocar o "lugar" à disposição de Cavaco.Este, terá ficado com muita "AZIA", mas como está na "Lerda" como Passos/Gaspar, consultando BARROSO, os dois tiraram da cartola o MADURO!!! assumindo, tal como INSINUOU SÓCRATES, Governo de iniciativa CAVAQUISTA!!!!.
Entretanto, Cavaco pagou a Barroso o favor, com a afirmação pública que BARROSO, tem sido muito "útil" a POrtugal....( preparação da sua candidatura a Belém...)
E agora ? comeu uma pouco da carne de vaca, daqueles que riem e enviou da COLOMBIA um cacho de Bananas a SEGURO, para este "ESCORREGAR" na tentativa desesperada do CONSENSO!!!..Segura-te Zé, ou perdes "pau....e bola...
E o Tó Zéro, recebeu essa cartinha e lá foi ele todo contente, comer uma moqueca a casa da Dona Laura.
ResponderEliminarDiabolizar Seguro é um erro estratégico, o inimigo está no governo e nos partidos da coligação no PECIV. As declarações de Seguro apos a reunião dão mostras de estar seguro das suas posições, recusando qualquer entendimento.
ResponderEliminarUm não apoiante de Seguro.