segunda-feira, junho 17, 2013

A “requalificação” dos trabalhadores do Estado explicada aos seus carrascos


Pode o ministro Maduro andar entretido a olear a máquina de propaganda, mas as ordens transmitidas pelo Governo não podem ter uma natureza dúbia. É o caso dos despedimentos no Estado: para fora, o Governo fala em “requalificação” dos funcionários públicos; para dentro — ou seja, para os dirigentes intermédios da máquina do Estado, transformados em carrascos —, as directivas não podem permitir duas interpretações.

Assim, uma nota de Vítor Gaspar do Ministério das Finanças intima os carrascos a actuar com celeridade: “atendendo à urgência de redução dos encargos com pessoal, prevista no Orçamento do Estado de 2013, deve ser dada prioridade à aplicação do sistema de requalificação.” “Requalificar” os trabalhadores do Estado? Sim, prepará-los durante um ano para o desemprego de longa duração — para fazerem companhia a um milhão de desempregados e a umas centenas de milhares de “inactivos”.

3 comentários :

  1. São as listas de Schindler à moda da S. Caetano.

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  2. comp deve ser "bizarro" ver os comentarios dos gregos ou do Jardim (ou portugueses) da Alemanha por ex.
    Nao querem despedimentos, nao tem dinheiro, nao querem pagar a saude, a educaçao, a justiça,nao querem aumento de impostos, fazem muito mais greves que nós, nao querem a troika, nem a merkl,nem o euro. Tirando o quererem que a gente lhes de mais dinheiro(ja enviamos 210 mil milhoes desde a adesao) nao consigo perceber estes valorosos lusos.!!
    Será que nós nos percebemos a sós proprios?

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  3. Só quem está seguro da sua posição financeira e do seu emprego pode fazer o tipo de comentários que o leitor Antonio Cristovao faz.
    Um conselho : saia de casa, viaje nos transportes publicos ( que horror, não é? )e fale com as pessoas comuns. Em suma, acorde para a vida, porque o seu dia, se isto continuar no caminho em que está, também vai chegar. E nessa altura não lhe vai interessar nada donde virá o dinheiro para o salvar, desde que venha.
    O "não há dinheiro"´não é uma fatalidade, é um problema. E como todos os problemas deve ser resolvido. E neste momento, está a acontecer tudo menos a resolução desse problema.
    Os portugueses percebem-se muito bem a si próprios. Quem não os percebe é gente que pensa da sua maneira e que, em vez de contribuir com soluções concretas, só os ajuda a afundar.
    Há dinheiro sim meu amigo, há muito dinheiro, e a prova é que as negociatas se continuam a fazer, agora mais do que nunca.
    O problema é que o dinheiro está no lado daqueles que apoia, e se depender deles, cada vez mais estará.Urge pôr-vos a andar. E depressa!

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