sábado, novembro 09, 2013

Sobre os maus usos dos rankings

• Maria de Lurdes Rodrigues, Sobre os maus usos dos rankings
    ‘2. Ao contrário do que se tem argumentado, não foram as famílias que ficaram com mais informação para escolherem a escola dos seus filhos. Foram as escolas que passaram a ter mais facilidade para escolher e para reservar lugares para os melhores alunos, ou seja, para selecionar aqueles com quem o trabalho pedagógico é mais fácil. Os restantes alunos, com os quais o trabalho pedagógico é verdadeiramente mais difícil, ficam nas escolas que não escolhem os alunos. Muitas famílias passaram já pela experiência de serem “aconselhadas” a escolher outro estabelecimento para os seus filhos porque os resultados menos bons destes comprometiam a posição da escola nos rankings. Neste sentido, a competição introduzida foi negativa, porque, em vez de melhorar a qualidade do trabalho pedagógico, melhorou sobretudo os mecanismos de seleção dos alunos e aumentou a desigualdade escolar. A tendência continuará a ser as escolas “boas” ficarem melhores com um esforço mínimo, porque selecionam os melhores alunos, e as escolas “menos boas” enfrentarem cada vez mais dificuldades, sobretudo se faltarem políticas de apoio e de discriminação positiva.’

1 comentário :

  1. a quando do 15 abril 1974 os colegios da minha zona iam fazer exames ao liceu, e raramente dispensavam das orais-apesar de trazerem notas de 18. Eu que era aluno de 12 dispensei sempre as orais =sem propaganda só factos que deviam envergonhar os heroicos lutadores pela escola publica. seriedade e avaliação é que precisamos.

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