Há momentos na política internacional em que não é possível não escolher um dos lados em confronto: ou o Governo está do lado dos opressores ou está do lado dos oprimidos; ou está ao lado dos agressores ou está ao lado dos agredidos. As passagens do PSD pelo poder mostram que a direita portuguesa escolheu sempre o lado errado da História. Aconteceu com Cavaco Silva, voltou a acontecer com Durão Barroso e, na hora actual, a vergonhosa opção repete-se com Passos Coelho.
Na época em que alguns julgavam que o regime de vilões que governava a África do Sul ainda estava para durar, os Estados Unidos da América (o de Reagan), o Reino Unido (o de Thatcher) e Portugal (o do primeiro-ministro Cavaco Silva) foram os únicos países que votaram contra a resolução 42/23A, aprovada pela Assembleia Geral da Nações Unidas em 1987, a defender o fim do apartheid e a libertação imediata e incondicional de Nelson Mandela. Perante o clamor que a recordação deste caso suscitou, Cavaco Silva mandou hoje dizer que Portugal votou contra, porque o ponto 2 da citada resolução poderia ser um “incentivo à violência”, preferindo o governo português “encorajar o diálogo”.
A verdade é que a política então seguida pelo governos de Cavaco fugiu sempre a confrontar o regime de vilões que governava a África do Sul, como o exemplifica Ana Gomes (que então exercia funções em Genebra, na Missão da ONU): “Lembro-me de um episódio em 1989, quando tínhamos uma resolução sobre as crianças vítimas do apartheid apresentada pelo grupo africano. Vergonhosamente, tivemos instruções para votar com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, numa posição contrária a essa resolução”. Ora, uma resolução sobre as crianças vítimas do apartheid não parece conter nenhum “incentivo à violência”, para fazer alusão à esfarrapada desculpa que Cavaco Silva hoje deu à TSF.
Com Durão Barroso como primeiro-ministro, assistimos ao vexatório episódio das Lajes. E com Passos Coelho como alegado primeiro-ministro, vemos um governo que se comporta como se fosse uma delegação de Berlim em Lisboa. Não se encontram grandes alterações na postura do PSD ao longo dos tempos. O ADN, com as suas instruções genéticas, é tramado.
De Cavaco, e compª, não se espera nada de bom. Uma vergonha nacional é o que nos estão a fazer passar.
ResponderEliminarE não se podem exterminar?
Saludos.
Um primeiro-ministo que pretendia deixar apodrecer Mandela na prisão, vem agora como "
ResponderEliminarPresidente Cavaco Silva enviou condolências pela morte de Nelson Mandela" (http://www.presidencia.pt/?idc=18&idi=79771)???
Não há/Tem vergonha?
Uma vergonha nacional votar ao lado dos torcionários e a conhecida falta de coragem em assumir os seus atos com desculpas esfarrapadas.
ResponderEliminarComo lembra Ana Gomes, na votação pelas crianças vitimas do apartheid, também existiria violência?
Para esta escumalha sem espinha dorsal, todos os desmandos têm uma justificação.
Hoje, como ontem, a quadrilha cavaquista ao serviço dos "alemães" de turno...
ResponderEliminarO que me envergonha é ter esta "criatura" como Presidente, isso sim é que me envergonha e já me envergonhava no tempo em que era Primeiro Ministro.
ResponderEliminarÉ assim:
ResponderEliminar- Um Presidente da República, então primeiro-ministo, que, alinhada, mas isoladamente, com os governos de Reagan e Thatcher, vota contra resoluções da ONU relativas à libertação do cativeiro de uma das figuras maiores da História e a crianças! vítimas do apartheid.
- Um antigo primeiro-ministro que, nas Lajes e em representação de Portugal, apoia uma guerra unilateral, contrária ao direito internacional e com consequências desastrosas e completamente gratuitas para os povos que veio a atingir.
- Um atual primeiro-ministro que age como um mero núncio de interesses financeiros estrangeiros em Portugal.
A democracia é o menos mau de todos os sistemas e não o melhor, pela evidente razão de que, individualmente, nenhum de nós pode ser perfeito. Umas vezes fazemos boas escolhas, outras vezes más. Temos, portanto e em nome de um princípio que, paradoxalmente, reflete tanto a imperfeição como a nobreza humanas, de aceitar que estes três indivíduos sem um pingo de visão, de competência ou de ética, tenham, legitimamente, tanto poder no País.
Fedem a salazarismo, a Estado Novo. O herói desta gente foi, é e será sempre o "Dr. Oliveira Salazar". Na forma e no conteúdo são salazaristas - inimigos do povo.
ResponderEliminarPor alguma coisa a nojenta criatura cavacóide, tinha ficha na PIDE e denunciou o seu sogro(?). Este canalha, hipócrita, corrupto(BPN) e falso, é um figurão a apagar da história da nossa terra! Mas irá mesmo ser apagado? Infelizmente não sei, duvido - de facto, porque é que esta besta foi eleita 2 vezes PM e 2 vezes PR? É de pensar e fico muito triste só de pensar nisso.
ResponderEliminarass) Manuel Torres
Mandela vai ficar na História entre outras razões, pela nobreza do carácter. Cavaco não ficará na História porque dos canalhas não reza a História.
ResponderEliminarNa elite política psd a coisa será inerente ao seu ADN ideológico-cultural contudo, tratando-se de cavaco mais parece ser um problema de falta de ADN ou um ADN estragado. Um ADN pleno de mesquinhez e falta de carácter sem pinga de coragem nem ousadia, sem ponta de estudo e formação politico-filosófico-histórico para ser possível ter um mínimo de visão de futuro, que sem o mínimo de leitura desde os gregos não tem pensamento próprio e não passa de um imitador-recitador das sebentas que estudou e cuja matéria toma como a última maravilha do saber, contudo sempre exibindo com esperteza uma atenção particular à imagem de sua persona junto do povão como boa pessoa, honesto, sabedor e total cuidado com a preservação de sua melhor possível imagem histórica.
ResponderEliminarÉ neste caldo de muita ignorância e muita esperteza pacóvia que os casos se sucedem:
1.Sem necessidade dá indícios à pide acerca das tendências políticas do padrasto e família.
2.Condecora os pides ao mesmo tempo que o recusa a Salqueiro Maia.
3.Vai atrás da thatcher e do reagan contra a libertação de Mandela. Provavelmente não lhe chamou terrorista tal como eles porque não lhe exigiram tanto.
4.Na guerra suja do fujitivo durão na cimeira das Lajes foi incapaz de tomar uma posição, de uma palavra sequer sobre este caso grave como lançar uma guerra.
5.Tendo apadrinhado a criação pelos amigos do bpn satisfez-se com as migalhas que os amigos lhe proporcionaram e depois tentou esconder a mesquinhez sob esquivas e evasivos esclarecimentos.
6.No governo Sócrates tentou apropriar-se da autoria dos bons resultados da governação inicial para, face às dificuldades da crise e com a amiga manela em presidente do psd, desatar a conspirar até derrubar o mesmo governo.
7.Não satisfeito o seu rancor e espírito de vingança mesquinho, depois de conspirar e derrubar o governo ainda retratou melhor seu carácter baixo acusando o alvo de suas conspirações de deslealdade institucional.
8.Encurralado por sucessivas tomadas de posições de baixa conduta como as acima indicadas, agora está captado por governantes tão ou mais desqualificados e manhosos quanto ele. Vigiam-se uns aos outros contudo, com gente deste calibre, um dia as aparências soltam amarras e a tempestade vai engoli-los.
Portanto repito, em cavaco o problema será mais falta de ADN ou trata-se de um ADN estragado.
Então e já se esqueceram da palhaçada da República Checa, em 2010 ou 2011? Aquela em que o Aníbal se deixou amarfanhar pelo pulha presidente lá do sítio, em público e para toda gente ver?
ResponderEliminarFoi mais uma daquelas em que saíram da toca os retardados monárquicos (passe-se a redundância) e tudo.
O Aníbal de Boliqueime é especialista em vexar-nos interna e externamente, não tenham dúvidas.
ResponderEliminarConcordo , em geral, com todos os comentários especialmente com o de Fernando Romano.
O Anibal é uma vergonha para qualquer cidadão decente, possivelmente até para a própria familia é uma vergonha.
ResponderEliminarUm país que o elege 4 vezes não pode ser muito melhor, infelizmente.
Estamos condenados a passar a história sempre da mesma forma : a olhar para as estrelas, permanentemente enterrados em merda .
Deve ser karma planetário .
Um bando de Migueis de Vasconcelos
ResponderEliminarTudo o que é aqui dito será muito certo, e percebe-se o vosso estilo militante-guerreiro. Estão no vosso direito.
ResponderEliminarMas um pouco mais de mundo e menos de sectarismo ter-vos-ia inspirado uma curta reflexão sobre a relação Soares-Savimbi-Apartheid. Tem sido um dos silêncios mais interessantes das comemorações portuguesas do falecimento de Mandela.
Álvaro Carvalho