domingo, janeiro 19, 2014

“Há um problema ideológico em relação à ciência”

Editorial da edição de hoje do Público:
    ‘Até à chegada de Mariano Gago ao poder, em 1995, e das políticas que então começou a implementar terem produzido resultados, a ideia de que Portugal algum dia viesse a ter uma política científica digna do nome pertencia ao domínio do impensável. (…) E não há só um problema de crise. Há um problema ideológico em relação à ciência. O Governo, como explica o presidente da FCT, Miguel Seabra, em entrevista publicada no dossier que hoje dedicamos à crise na ciência, quer que a investigação dependa cada vez menos do Orçamento do Estado e defende uma cultura de exigência contra a comodidade dos apoios garantidos. Esta ideologia da competitividade contra o peso excessivo do Estado acaba no entanto por ser um tiro no pé da própria competitividade do país no futuro, para o qual a ciência é pura e simplesmente decisiva. A excelência não nasce nas árvores, é o resultado de um trabalho contínuo e implica uma base quantitativa. Isso, aliás, a política dos últimos anos já demonstrou, com resultados concretos. A competitividade enquanto miragem ideológica começa por penalizar as condições para a ciência portuguesa poder competir. Fortalece-se a ideia de que só os investigadores que obtêm resultados devem ser apoiados. (…)’

3 comentários :

  1. A mesma ignorancia de como funciona a investigação cientifica está espelhada nas palavras do " empresário" que okupa a cadeira de ministro da economia, quando se digna a dizer que a ciencia deve é estar ao serviço das empresas.
    Investimento á custa de dinheiros publicos senhor Pires? Olha que grande empreendedor me saiu esta lapa que come á mesa do estado...

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  2. O melhor é proibirem a investigação cientifica o que já vem acontecendo desde 1536.
    Em 1940 ainda se prendiam pessoas que inventavam coisas como motores a água, por exemplo.
    O nosso último grande matemático, Pedro Nunes, foi morto e toda a sua família apenas porque foi um grande matemático.
    A Alemanha, a Inglaterra e outros países desenvolvidos sempre apoiaram as inovações por mais bizarras que fossem e por isso são países ricos porque nunca equacionaram a relação Invenção/indústria/lucro imediato isso é próprio de governantes mesquinhos.
    SJ

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