quarta-feira, janeiro 29, 2014

O dia em que me lembrei de César das Neves

O que pensaria o leitor se o secretário de Estado da Energia requisitasse à EDP um técnico para o seu gabinete e fizesse questão que esse técnico fosse remunerado pela própria EDP?

É para evitar potenciais conflitos de interesses que a lei — o n.º 12 do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 11/2012, de 20 de Janeiro — estabelece que a remuneração do pessoal dos gabinetes ministeriais só possa ser suportada pelo serviço de origem se o técnico for oriundo da Administração Pública ou das empresas públicas.

O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, o famoso Agostinho Branquinho, não parece atrapalhar-se com leis e potenciais conflitos de interesses. Com efeito, acabou de nomear uma técnica oriunda da União das Misericórdias Portuguesas para o seu gabinete, sendo a sua remuneração suportada pelo serviço de origem (cf. Despacho n.º 1142/2014).

Sendo certo que as misericórdias exercem funções de interesse público, a verdade é que não deixam de ser entidades privadas que são subsidiadas pelo Estado, designadamente através da Secretaria de Estado da Solidariedade e da Segurança Social. E a acreditar por uma vez em César das Neves, não há almoços grátis.

7 comentários :

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  2. Começou a sessão da abertura do ano judicial: mais um espectáculo degradante das nossas intituições, a começar no M.P.e acabar no P.R.

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  4. Tudo isto é uma miséria, revoltante...

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  5. Desculpem a pergunta, mas o facto dos negociadores e agenciadores de negócios relativos a bens públicos irem depois trabalhar para os compradores ou os representantes dos financiadores das PPP irem para o Governo , não constitui falta de idoneidade ética para o cargo?
    Resposta: Não, se forem do partido da gente séria, acima de qualquer suspeita mesmo de desfalques bancários!

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  6. Tudo leva a crer que o secretário Branquinho "está no bom caminho" para chegar ao "pote" da Santa Casa. Santana Lopes que é o gerente da loja, que se ponha a pau.

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  7. A postura e o discurso "certinhos" do Presidente do STJ e da
    Procuradora-Geral da República entediam qualquer plateia, por contraponto ao discurso demagógico, prolixo, incoerente e desestrurado (feito por um batalhão de assessores pagos a peso de ouro) da Ministra da Justiça, tornaram este evento assustador.

    Sobre a múmia residente em Belém, nada se espera de novo... a não ser um paternalismo de lugares-comuns.

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