O primeiro ensaio ocorreu em 1980, quando o general António Soares Carneiro foi o candidato da Aliança Democrática (coligação PPD/PSD, CDS e PPM) à presidência da República. A preferência de Sá Carneiro recaiu numa personalidade muito ligada ao Estado Novo, que até tinha sido responsável pelo campo de concentração de São Nicolau, em Angola. Após a derrota nas eleições presidenciais, Soares Carneiro foi recuperado pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, que o nomeou chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Morreu hoje.
terça-feira, janeiro 28, 2014
Uma maioria, um governo, um presidente
O primeiro ensaio ocorreu em 1980, quando o general António Soares Carneiro foi o candidato da Aliança Democrática (coligação PPD/PSD, CDS e PPM) à presidência da República. A preferência de Sá Carneiro recaiu numa personalidade muito ligada ao Estado Novo, que até tinha sido responsável pelo campo de concentração de São Nicolau, em Angola. Após a derrota nas eleições presidenciais, Soares Carneiro foi recuperado pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, que o nomeou chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Morreu hoje.
Deve estar a escapar-me qualquer coisa. É verdade o que o CC diz sobre a estratégia da AD do Sá Carneiro mas, até por iaso, a verdade é que não vi até agora ninguém do actual PSD/CDS a dizer algo com estardalhaço (ou ruidoso que fosse). Nos telejornais teve direito a um minuto...
ResponderEliminar"...que até tinha sido responsável pelo campo de concentração de São Nicolau"
ResponderEliminarAconselho a ir ler e tentar defenir este grau de responsabilidade. Até dou uma ajuda: verifique quem criou o campo (não foi Soares Carneiro)e verá que para sua admiração foi alguém das relações de Almeida Santos; verifique porque Soares Carneiro foi governador interino; verifique em que circunstâncias Soares Carneiro mandou abrir o inquérito ao campo.
Depois podemos falar com mais propriedade.
Atenciosamente
NSM
Será sinal de que esta maioria e este presidente vão pelo mesmo caminho mais cedo de que se pensa?
ResponderEliminarEstranho é que só agora tenham dado conta deste sonho antigo da União Nacional, perdão do PSD.
ResponderEliminarNa cabeça desta gente nunca esteve outra coisa que não fosse liquidar o 25 de Abril, nomeadamente acabando com o Estado Social e posteriormente, como se está a ver, acabar com o Estado de Direito.
Os herdeiros de Salazar estão bem vivos.
ResponderEliminarA diferença é que, no tempo dos Carneiros, Álvaro Cunhal fez coro com o campo democrático moderado e APOIOU a re-eleição de RAMALHO EANES, que era o candidato do PS!
Em 2011, pelo contrário, a Esquerda portuguesa dividiu-se ruidosamente e o resultado foi o que se viu: o sonho de Sá Carneiro, mas finalmente incarnado por elfos, éticos e políticos, como Cavaco, Passos Coelho, P. Portas e afins.
E a Esquerda esperava o quê, deste desastre anunciado?
O tempo dos generais golpistas, dos políticos ditadores, e dos falangistas está a acabar. Também ontem morreu em Madrid o homem que queria substituir Franco. Um tal Blas Piñar, aos 94 anos de idade.
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ResponderEliminarO Gen. Soares Carneiro foi a última tentativa da Direita revanchista e anti-democrática, liderada por Sá Carneiro e acolitada por Freitas do Amaral, para impor pelas urnas o regresso do spinolismo (um spinolismo serôdio, sem Spínola e já sem Colónias...).
Sem a muleta da Presidência da República (e sem o talento político e o arrojo de Sá Carneiro), a Maioria parlamentar, "capitaneada" pelo inepto Balsemão, desmoronou-se fragorosamente - deixando, aliás, o País na insolvência!!! - e o ambicioso sonho restauracionista (do período pré-28 de Setembro) desta Direita foi sempre sendo adiado, até... 2011, quando a vitória eleitoral dos herdeiros da AD - PSD de Passos e Relvas e CDS de Portas e miudagem arrivista apensa -, somada à okupação do Palácio de Belém por uma marioneta sem espinha, lhe permitiu de novo voltar a sonhar!
Mas a tarefa, embora começada - o País e o Estado estão quase de pantanas -, está a revelar-se bem mais difícil do que imaginavam.
Se bem que não menos lucrativa do que sempre sonharam, é um facto...
ResponderEliminarResta apenas dizer que foi aí, nesse já distante Outono de 1980, que o campo socialista levou a sua primeira machadada fatal, na credibilidade e reconhecimento por parte do Povo português, com a inesperada - e, até hoje, infelizmente, nunca explicada - "retirada do apoio, a nível pessoal", por parte de Mário Soares, ao candidato presidencial do Partido de que era (e continuaria a ser!) Secretário-geral.
Pondo aliás em GRAVE RISCO a própria re-eleição do candidato presidencial do campo democrático, o Presidente Ramalho Eanes!
Um dia, alguém devidamente credenciado fará a relação histórica entre esta decisão inexplicável de M. Soares e a subsequente decadência política e social do Partido Socialista, que não mais recuperou desse trauma - nem sequer com a posterior eleição presidencial de Soares, muito menos com a titubeante e decepcionante governação de Ant.º Guterres...