sexta-feira, março 21, 2014

A estratégia de empobrecimento garante uma única coisa:
o empobrecimento

• Pedro Silva Pereira, O outro tema:
    «Na sua comunicação ao País, o Presidente da República procurou fixar os temas da agenda europeia sobre os quais deve incidir o debate nas próximas eleições para o Parlamento Europeu. Mas esqueceu-se de referir o tema central que vai a votos: a política de austeridade.

    Sejamos claros: o que a direita procura nestas eleições europeias é uma legitimação democrática para a sua política de "austeridade expansionista" e um mandato para a prosseguir na União Europeia (e consequentemente em Portugal) por mais vinte ou trinta anos, agora ao abrigo de uma interpretação radical do Tratado Orçamental. Para isso, a direita sabe que tem de fazer triunfar esta mensagem fundamental: "a austeridade compensa". E é nessa fase de foguetório que estamos. Muito do que temos visto nestes últimos tempos decorre da grandiosa encenação do "sucesso do ajustamento": na Europa, os discursos entusiasmados do Presidente da Comissão Europeia sobre o alegado fim da crise do Euro e a exaltação das "troikas" - imagine-se! - como pretensas "histórias de sucesso"; por cá, a teoria do "bom aluno" que se submeteu ao castigo e entrou, finalmente, no "bom caminho", para além da extraordinária fantasia do suposto "milagre económico" português.

    Sucede que a realidade desmente esta visão idílica das coisas. A verdade é que o projecto europeu foi levado até à beira da ruptura pela ausência de uma resposta forte e solidária da União Europeia à crise das dívidas soberanas e por uma política cega de austeridade, desenhada à medida dos interesses de uns contra os interesses dos outros, que agravou profundamente a divergência com as economias da periferia e conduziu a um retrocesso social de proporções históricas, ao mesmo tempo que falhava clamorosamente no seu objectivo central: em vez de diminuir, a dívida pública média da zona euro agravou-se, atingindo hoje os 93% do PIB! No plano nacional, a situação não é melhor e a ideia do "sucesso do ajustamento" é pouco menos do que um insulto diante da devastação causada por três anos consecutivos de recessão, uma taxa de desemprego acima dos 15%, um movimento de emigração em massa e uma dívida pública que, em apenas três anos, se agravou em 51 mil milhões de euros, aumentando de 94 para 130% do PIB.

    O pior que podia acontecer é que as escolhas sobre o futuro do projecto europeu não assentassem num debate sério sobre a realidade da situação actual para se fundarem num perigoso equívoco sobre os resultados da política de "austeridade expansionista". É por isso, aliás, que o debate lançado pelo Manifesto dos 70 se afigura tão "inoportuno" para o Governo e para os seus apoiantes, que apostavam tudo na celebração dos seus sucessos imaginários. Porque esse Manifesto assenta, antes do mais, na tomada de consciência a que muito sugestivamente se referiu o Presidente da CIP: "alguém tem de dizer que o rei vai nu".

    A ilusão do "sucesso do ajustamento" só é comparável à mistificação sobre o futuro que nos espera se este caminho continuar a ser seguido. Vários cenários têm sido apresentados para demonstrar como o exigente caminho das pedras acabará por conduzir à sustentabilidade da dívida pública, apesar do sério agravamento que ela registou nos últimos anos. O primeiro-ministro tem um cenário, o Presidente tem outro, o FMI tem outro e até o Conselho das Finanças Públicas tem o seu próprio cenário. A ministra das Finanças, essa, não faz a coisa por menos e garantiu esta semana que pode construir "vários cenários", em que uma engenhosa e inédita combinação de crescimento económico, excedentes primários e taxas de juro se conjuga anos seguidos para conduzir à feliz conclusão da sustentabilidade da dívida pública. Cenários todos diferentes, é certo, mas todos iguais: todos irrealistas e todos igualmente destinados ao fracasso.

    A questão política central das próximas eleições europeias é esta: a ideologia da "austeridade expansionista", que guiou a União Europeia e o Governo até aqui, não funcionou e não vai funcionar. É preciso, em alternativa, construir uma política orçamental e de gestão da dívida que conquiste espaço para uma agenda de crescimento, de emprego e de coesão, que devolva ao projecto europeu a ambição da convergência económica e social. A estratégia de empobrecimento garante uma única coisa: o empobrecimento. É por isso que é preciso mudar. E a mudança decide-se agora.»

11 comentários :

  1. Pelos vistos o Oscar Gaspar do Prtido Socialista e a direcçõ do pS já vieram dar apoio à política de austeridade. COmo rapidamente os socialistas , na hipótese de irem para o poder já dizem o mesmo que o governo anda a dizer há meses.

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  2. Frases que importam:

    "Vítor Bento: Palpites sobre dívida não contam para nada"

    «a maior parte das pessoas que fala na praça pública não sabe daquilo que fala, não estudam. E, portanto, mandam palpites. Palpites que entretém o circo mediático, mas que não contam para nada, e não resolvem problema nenhum».

    Portanto os SIlvas Pereiras, os Galambas , as Ferreiras Leite e Bagões, os Marques Lopes e dão e SIlva da vida são gente que entretêm o circo mediático com palpites quando não sabem do que falam.

    Obrigado Victor Bento!

    http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3770222

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  3. ontem, pareceu-me, que o Falcon voou para parte incerta.

    ontem, a S. Caetano saiu à rua do Prior e por ai abaixo,bem sei, que era à hora do Almoço, com os seus (nossos) novissímos popós

    Ao fim da tarde fui vêr o meu Benfica - meu espanto, constatei o senhor Ministro Manchete a assistir o jogo junto ao Presd, Vieira, e porquê essa presença? estavam lá Angolanos, aliás sempre lá está a Embaixada e o Mantorras.

    O senhor Manchete não é cativante, sinceramente - não "engata" ninguém

    O Benfica... é o maior embaixador deste País - até lá... temos de penar este País armado em rico a gastar a lagardere

    Vejam a emblemática via a 24 de julho - tristeza - não se vende 2 sacas de cimento por dia - a estância do Pátio Pinzaleiro já fechou à muito.

    O País é bonito, ao povo é muito bom... dito por empresas estrangeiras em Portugal - o que nos fo...de é estes governantes.

    Com esta gente não vamos a lado nenhum.

    O Tempo de Salazar já chegou, mas este, é bem pior

    Um Marcelista mas... voto PS - tenho essa liberdade

    Escrevi em passo de corrida

    Fuas Roupinho

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  4. «Reunião Passos-Seguro foi arranjada para Europa ver»

    ""Comentário de Manuela Ferreira Leite na TVI24""

    ´
    E bem verdade

    Um, está com as calças nas mãos - o outro, está desejoso de lhe baixem as ditas calças

    Zé da Adega

    Tirem-me deste filme

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  5. Austeridade? Será isto?

    http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/presidente-da-comissao-instaladora-novo-banco-publico-vai-ganhar-13-500-euros-mes

    jornal I

    Presidente da comissão instaladora do novo banco público vai ganhar 13 500 euros por mês

    A comissão instaladora da IFD foi criada em Novembro de 2013 e os seus membros designados a 13 de Janeiro. Desta comissão faz parte ainda o ex-secretário de Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves

    O presidente da comissão instaladora da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) vai ganhar 13 500 euros por mês, de acordo com o despacho hoje publicado em Diário da República, e que produz efeitos desde 8 de Janeiro.

    A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque autorizou o pedido de opção pelo valor correspondente à remuneração do lugar de origem de Paulo Pereira da Silva, que antes de ser nomeado pelo governo, era administrador financeiro da empresa Vallis Consolidation Strategies.

    O despacho de Maria Luís Albuquerque revela ainda que a vogal Carla Chousal, que exercia os cargos de vice-presidente do conselho de administração do BPI Gestão de Activos e BPI Vida e Pensões, vai auferir uma remuneração mensal de 12 515,44 euros, e o vogal Nuno Soares, que era membro da Alta Direcção do Grupo BCP, 8 034,98 euros mensais.

    No despacho, Maria Luis Albuquerque começa por lembrar que o presidente e os vogais da comissão instaladora foram equiparados , para efeitos remuneratórios, a presidente e a vogal de conselho de administração das empresas classificadas no grupo A. E que, nos termos do artigo 28º do Estatuto do Gestor Público, os gestores “podem optar por um valor de remuneração que tem como limite a remuneração média dos últimos três anos auferida no lugar de origem, aplicado o coeficiente de actualização das correspondentes taxas de variação média anual do índice de preços no consumidor”.

    O diploma da ministra das Finanças determina ainda que “não são devidas despesas de representação aos membros da comissão instaladora”.

    A comissão instaladora da IFD foi criada em Novembro de 2013 e os seus membros designados a 13 de Janeiro. Desta comissão faz parte ainda o ex-secretário de Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves.

    A IFD terá como objectivo “apoiar a concretização das políticas públicas de promoção do crescimento e emprego” e assume “um novo modelo institucional que permite ao Estado gerir, de uma forma eficaz e essencialmente na qualidade de grossista, os instrumentos financeiros públicos de estímulo, incentivo e orientação do investimento empresarial em bens e serviços transaccionáveis”.

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  6. "É preciso, em alternativa, construir uma política orçamental e de gestão da dívida que conquiste espaço para uma agenda de crescimento, de emprego e de coesão, que devolva ao projecto europeu a ambição da convergência económica e social."

    Tanta conversa para rematar como o próprio governo que tanto critica. A demagogia é uma instituição fantástica!

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  7. O Vítor Bento é um brutamontes ignorante que sabe alguma coisa de pouco e quase nada de quase tudo.


    Nada de especial. Há por aí cavalgaduras como ele aos pontapés.


    Vou almoçar, depois volto a falar sobre esse analfabruto à tarde. Que ele merece.

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  8. Seguro, aceitou " ficar na fotografia" enviada a Merkel, mas, 3 horas é muito tempo!...
    Até para verificar que há diferenças INSANÁVEIS entre os dois...

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  9. Eu gosto é de boa músicasexta mar. 21, 04:14:00 da tarde


    O Vítor Bento.

    Um "arrogante", nas suas próprias palavras, um pedante insuportável e um saco de junça podre cheio de ar e vento, nas minhas.

    Como ele há por aí aos pontapés, sobretudo nos megafones mediáticos. Gente que, por saber alguma coisinha de alguns (poucos) assuntos, julga que merece ser mais ouvido do que outros que, sabendo porventura menos do que ele sobre essas poucas coisas, sabem geralmente muito mais do que ele sobre todas as restantes.

    Representa o típico economista tapado, limitado e truncado, que vê a Economia como um conjunto de equações e mai nada.


    Como um Médico que olhasse para um doente como um somatório de células e sinapses, nada mais.


    A conversa de Vítor Bento é uma manipulação permanente. Procurando desclassificar intelectualmente quem o confronta com opiniões diversas, apenas se auto-desclassifica a ele próprio.


    Está bom para comentador da TSF e para concelheiro de estado deste prezidento que vamos tendo.


    Mas desculpe lá, ó sôtorzinho da mula ruça, para quem tem dois dedos de testa e filhos para criar neste País você não serve para mai nada de nada!


    Só uma única vez gostei de o ouvir. Foi no programa «A Play-list de...», na TSF (claro...). Você devia ter-se juntado ao José Cid, ou aos Irmãos Catita, e feito carreira como "manager", ou produtor, ou outra merda do género.


    Vá, desande. Faça-se à estrada. Mande o Estado onde mama às urtigas e dedique-se à iniciativa privada que tanto o excita. Arrisque, homem! Quem sabe, pode ser que tenha sucesso e clientes e não tenha de emigrar. Mas ao menos morre descansado (com a sua consciência, se é que a tem - ou alguma vez teve).

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  10. Pedro Silva Pereira continua a mostrar que é um político fora de série, que nada tem a ver com os "políticos de aviário" que estão a (des)governar este país.
    É um prazer ler as suas opiniões e um conforto saber que temos alguém capaz de enfrentar esta canalha, pondo sempre os pontos no is.

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  11. «a maior parte das pessoas que fala na praça pública não sabe daquilo que fala, não estudam. E, portanto, mandam palpites. Palpites que entretém o circo mediático, mas que não contam para nada, e não resolvem problema nenhum».

    Já o Senhor Vitor Bento é cá uma sumidade...
    É fácil criticar, mas as pessoas que o anónimo das 11:18 menciona, apresentam dados e factos para criticarem o que criticam.
    O Vitor Bento apresentou o quê? Ah, insultos não foi?
    Mas não é porque o menino Bento diz que os outros meninos não prestam, que presta ele para coisa alguma.
    Recomendo ao menino Bento água benta e um espelho lá para casa.

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