sábado, agosto 23, 2014

António Costa: "Eu não compro votos, nem ressuscito mortos"


Extractos da entrevista de António Costa ao Expresso:
    - Mas os 52% que obteve em Lisboa deram-lhe a prova de o seu nome vale muito nas urnas?
    - Tenho tido o hábito de nunca fugir de eleições. Há pessoas que fazem a sua vida política toda fugindo de eleições, nunca perdendo mas também nunca ganhando. Obviamente que é importante para uma liderança ter esse hábito de ser testado nas urnas. Dá uma enorme tranquilidade e disponibilidade nas disputas eleitorais. Há pessoas que vivem os processos democráticos com uma enorme crispação, porque acham que isso resolve toda a sua vida. E que nunca aceitam desafios difíceis e fazem toda a sua vida procurando não deixar marca, nem como deputados nem como ministros ou secretários de Estado. Andam anos na política e ninguém se lembra de nada que tenham feito.

    (…)

    - Mas não vemos assim tantas diferenças políticas entre um [Costa] e outro [Seguro].
    - Talvez não veja por desatenção, desculpará. Desde logo em relação ao posicionamento político do PS: a atual direção assumiu, com regozijo, um resultado (nas europeias) que permitiria ao PS ser parte de uma solução de Governo — porque, verdadeiramente, o que se perspetivava era um entendimento com o atual Governo ou com parte dele. Eu assumo um posicionamento do PS como alternativa e não mera alternância. O que fragilizou o PS ao longo destes anos foi não ter sido capaz de apresentar uma agenda distinta da do atual Governo. Posicionou-se simplesmente como a meia dose, o ritmo fraco do Governo. O primeiro pilar da minha estratégia assenta numa agenda para a década, que nos permita trabalhar nos problemas de fundo que têm asfixiado o potencial de crescimento de Portugal. E isso parte de outra diferença: a atual direção do PS acompanhou o Governo no entendimento de que o princípio e o fim dos problemas nacionais resultavam das finanças públicas. O meu entendimento é que os problemas do país têm a ver com a dificuldade que a nossa economia teve em ajustar-se ao triplo choque competitivo com o euro, o alargamento da UE aos países de Leste e a globalização.

    (…)

    - Foi na "Quadratura" que exerceu o papel de líder da oposição?
    - Sou um militante do PS mas não me limitei a fazer a minha militância, também fui exercendo a minha ação govemativa. Não estive estes três anos na sexta fila da bancada parlamentar a aguardar pela minha hora, a fazer planos para a minha vida, a comprar votos ou a ressuscitar mortos para poderem votar, como outros fizeram. Concorri e ganhei por três vezes, a última das quais com 52% num concelho onde o PS, agora, teve 32%.

7 comentários :

  1. Portanto não peçam ao homem para ser o "Messias". É um simples mortal, sem messianismos, que se propõe avançar com as armas que tem e, presumo, sem demagogias !!!

    Agora, não comecem a cobrar sem que ele tenha tomado posse !!! Vão exigir-lhe a arrumação da casa, logo nos 1ºs segundos e depois é só defeitos !!! É assim a vida....sem dó nem piedade !!!

    ResponderEliminar
  2. De qualquer modo, eis uma postura e um discurso de estadista. E de um homem de carácter. Nada que tenha a ver com o Seguro fujão e golpista, o sujeito calculista e escorregadio da "6.ª fila", uma espécie de "coelho inibido" - do qual se torna imperioso livrarmos o País daqui a pouco mais de um mês...

    ResponderEliminar
  3. Eu gostava era que lhe tivessem perguntado sobre a presença continuada na Quadratura... já após se ter lançado na corrida ao Rato. Isso é que dicussão ética.

    E essa do "talvez não veja por desatenção" lembra-me a punch de uma anedota qualquer. Parece que quanto a haver diferenças "só contaram para você".

    ResponderEliminar


  4. Aconselho vivamente a ler a entrevista completa...fica tudo muito mais claro...

    ResponderEliminar
  5. O anónimo que menciona a quadratura do circulo, talvez fizesse melhor em ver algumas das emissões do dito programa primeiro, antes de comentar acerca do que não sabe.
    Se há coisa que o Costa faz questão de NÃO falar na quadratura é precisamente das primárias no PS...
    Mas para um Seguró-laranjada esse pequeno pormenor não pode afectar uma bela história, não é?
    Mas também só mesmo um palerminha confunde o puxar de orelhas por desatenção com a punch line de uma anedota ( provavelmente nem sabe o que isso é)...

    ResponderEliminar

  6. "- Talvez não veja por desatenção, desculpará. Desde logo em relação ao posicionamento político do PS: a atual direção assumiu, com regozijo, um resultado (nas europeias) que permitiria ao PS ser parte de uma solução de Governo — porque, verdadeiramente, o que se perspetivava era um entendimento com o atual Governo ou com parte dele. Eu assumo um posicionamento do PS como alternativa e não mera alternância."
    Pois. Alternativa em que aspectos ?
    Chefiar um governo em vez de fazer parte de um governo ? será isso ?

    ResponderEliminar
  7. Belo cavalo!Que bela mulher!Que cão magnífico!Grande romance!Deslumbrante nascer de sol!Olha,o mar!ETC... Aparece o Seguro na televisão a fingir que fala.Calados.Não digam uma palavra. Limitem-se a intui-lo.Interiorizem-no num acto espontâneo, tal como fizeram com o cavalo, com a mulher, com o cão,com o romance,com o nascer do sol,com o mar.O que é que fica?Aquilo é um homem?Não; aquilo não é um homem.O Seguro não é um homem.O Seguro é um aquilo.

    ResponderEliminar