- “E vocês têm todo o direito de perguntar: mas como é que aqueles três tipos receberam 15 milhões? A informação que temos é que há uma parte que não é para eles. Não sei se é ou não é. Como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta... Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia.”
Ainda há 17 audições por transcrever na «Comissão Parlamentar de Inquérito aos Programas de Aquisição de Equipamentos Militares: aeronaves EH-101, P-3 Orion, C-295, F-16, torpedos, submarinos U-209 e blindados Pandur II». Mas a maioria de direita na Assembleia da República recusou que fossem ouvidas mais pessoas e apresenta hoje o relatório preliminar dos trabalhos, que é colocado à apreciação dos deputados durante apenas cinco (5) dias.
Perguntará o leitor: então já se sabe «o que levou o consórcio alemão a pagar cerca de 30 milhões a uma empresa portuguesa, a Escom, do Grupo Espírito santo (GES), e que ligação tem esse facto com o processo que condenou, na Alemanha, dois ex-responsáveis da Ferrostaal e um ex-cônsul honorário de Portugal em Munique – todos alemães – por corrupção?»
A questão magna que há dez anos suscita fundadas interrogações ficou por esclarecer. E isto acontece no exacto momento em que se pensa saber que os 30 milhões de euros tiveram vários destinos: dez milhões terão sido despendidos com «encargos com advogados» e «pagamentos por fora»; cinco milhões foram parar às contas da família Espírito Santo; dos restantes 15 milhões, um montante não quantificado terá ido para «pessoas que terão movido influências para que o consórcio alemão vencesse o concurso dos submarinos, nomeadamente “titulares de cargos políticos”». Entregue a «alguém em determinado dia».
Ricardo Salgado terá afirmado que «logo a seguir à operação dos submarinos [os membros da família Espírito Santo] terão ficado “todos com um ataque de arrependimento, ao ponto de em 2004” decidirem “parar qualquer operação” relacionada com equipamento militar. “Em 2004 o grupo decidiu acabar com esta actividade porque eles estavam-se a preparar para fazer o mesmo com carros blindados”. E “fragatas” e “metralhadoras”, acrescentaram outros membros.»
É neste quadro que o PSD e o CDS entenderam encerrar apressadamente a comissão de inquérito, transformando-a numa «rapidinha», nas palavras de João Semedo.
Comissão parlamentar essa que foi presidida por Telmo Correia, um dos homens de confiança de Paulo Portas. Tão de confiança que esteve envolvido, com Portas, Abel Pinheiro e Nobre Guedes, no caso Portucale, ao serviço do Grupo Espírito Santo. Interessante.
ResponderEliminarComissões de inquerito? Humhumhumu
ResponderEliminarQuando alguma é anunciada, penso, logo, existo....penso logo em branquemento!!! ! Está tudo podre, mas esta, depende muito do "Sal"...
Se este abrir a boca, há gente a fugir para a China...