• João Galamba, Sem margens para dúvidas:
- «(…) Em sua defesa, Carlos Costa diz que não tinha poder para afastar a família Espírito Santo. Sucede que isto não é verdade. O Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras é taxativo: o regulador pode substituir a administração se entender que esta não está em condições de assegurar uma gestão sã e prudente de um banco.
Pelas razões acima apresentadas, é evidente que a família Espírito Santo não poderia garantir qualquer tipo de gestão sã e prudente e devia ter sido afastada. Sabemos que essa não foi a escolha do Governador, não porque não pudesse, não porque não fizesse sentido, mas porque o Banco de Portugal aceitou o que lhe foi dito pela família Espírito Santo: afastar a família criaria pânico e horror nos mercados. Admito que isto pudesse suceder, mas a alternativa escolhida teve as consequências que todos conhecemos: o banco implodiu, o grupo também, e a credibilidade do Governador, do Banco de Portugal e do país foram por arrasto.
Este não era um caso de dar ou não o benefício da dúvida; este era um caso onde não havia margem para dúvidas. A nossa tragédia foi o Governador não ter percebido isto.»
Sem comentários :
Enviar um comentário