sexta-feira, janeiro 09, 2015

Não ser Charlie

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5 comentários :

  1. Muito bem Fernanda Câncio. Esta sua reflexão acrescenta em profundidade e horizonte, Vai para além das comoções e do slogan folclórico-levitante: je suis charlie.

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  2. Desde os anos 60 que os franceses produziram uma SANTA ALIANÇA (acolitada na CEE e UE) para engolir e deglutir emigrantes. Abertura e globalização. Desde a direita gaulista, ao centro liberal e socialista, mancomunados com a esquerda comunista e a facção lírica dita "internacionalista" e libertaria, viveu-se 50 anos de convergência e mistificação. Para se poderem servir de hordas de trabalhadores baratos do sul, a fazer todas as tarefas inferiores, foram produzidas as mais belas narrativas e politicas nacionais e comunitarias, ditas de inclusão, mas realmente de tamponagem, tudo para fazer crescer o produto, rendimento e a riqueza, rapidamente e cada vez mais a favor do capital financeiro e das selvajarias do mercado: pressionando os salários das camadas mais baixas, embaratecendo a Mão de Obra cada vez mais produtiva. Assim atraíram milhões de emigrantes do sul, vagas sucessivas de gente miserável, analfabeta, ductil, desenraizada, sem direitos, corajosa, de culturas rurais ou urbanas enquadradas pela tradição ancestral e religiosa, a maioria árabes e muçulmanos. Aparentemente, ficou barato, encheu os bolsos a muitos, deu milhões. Muitos se esforçaram por ser irmãos dos recém chegados, fizeram o seu melhor.Transformaram-se. Mas a historia não é tão bonita assim. Agora lá os tem, em segundas e terceiras gerações. Simulacro de integração e felicidade. Os guetos reais e culturais. Na Grã-Bretanha, idem com particularidades. Na Alemanha idem ... idem ... Na Suiça ... Na Holanda ... Eram franceses, verdadeiros ingleses, travestidos alemães...e holandeses. Chegou a hora das consequências. Afinal grassa o ódio e a organização de contra-poderes liderados pelas mais negras forças do fanatismo e do terrorismo. As liberdades da democracia são como pão com manteiga para as forças do mal. Muito grave e complexo. Temos de compreender e enfrentar o que vem aí. Sem paninhos quentes e frases líricas e politicamente correctas.

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  3. A pergunta que a articulista, com considerável esforço, se priva de fazer, para não ofender nenhuma religião:

    *** PORQUE É QUE O PAÍS QUE VIVE À SOMBRA DA LEI FABIUS-GAYSSOT SE ESPANTA COM A EXIGÊNCIA DE CENSURA À LIBERDADE DE EXPRESSÃO? ***

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  4. De facto, "Fazer bonito não chega". É preciso ter respostas políticas, isto é, para além de tudo, não deixar o campo livre aos "inimigos internos" da democracia.

    Como anteontem dizia Robert Badinter é urgente desarmar a "piège politique" tramada pelo jihadismo e evitar a tudo o custo como o sublinha G. Kepel:

    " Dresser les populations les unes contre les autres en France et engendrer un climat de guerre civile, c'est la vision délirante du jihadisme aujourd'hui. C'est toute une stratégie de destruction du pacte social des sociétés européennes qui est mise en oeuvre"

    Os acontecimento da história não se repetem tal e qual ... mas devem ser tomados em [grande] consideração. Po exemplo, os acontecimentos dos anos 1930.

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