domingo, fevereiro 15, 2015

Da vergonha e do medo

• Pedro Marques Lopes, Da vergonha e do medo:
    «(…) Acho que o bom do Aníbal e o bom do Pedro eram rapazes, dessem-lhe mais uns minutos de tempo de antena, para nos contar que há imensos paralíticos a fumar cigarros e a beber umas imperiais à sombra do Parthenon, que depois de polirem as esquinas vão para manifestações pedir perdões de dívida. Trabalhar, pá. Ai gastaram à tripa forra? Miséria para eles. Ai agora têm quase um terço da população desempregada ? Azar, tivessem pensado nisso antes. Ai quem está desempregado não tem direito à saúde pública? Não tivessem aldrabado as contas públicas. Morram à fome, com o nosso dinheirinho, não.

    (...)

    2. A advogada de Carlos Santos Silva, Paula Lourenço, assina um artigo na última edição da revista da Ordem dos Advogados que é, provavelmente, a maior denúncia sobre o estado da justiça criminal em Portugal.

    Irregularidades graves na emissão de mandados de detenção; interrogatórios não autorizados; apreensões de textos, computadores, telemóveis sem qualquer mandato; buscas a casas de morada de família, mais uma vez sem autorização, com interrogatórios à cônjuge de um dos detidos na presença de duas crianças; dos advogados saberem da imputação dos factos aos arguidos num dia e nesse mesmo dia o resumo desse documento aparecer num jornal; e muitas mais, digamos assim, estranhas falhas.

    Mais do que tudo, fica a profunda sensação que o Estado de direito está sob um fortíssimo ataque, que as garantias básicas de defesa dos cidadãos - nomeadamente dos que estão em causa no processo Marquês - não estão a ser asseguradas, que procedimentos gravíssimos estão a ocorrer sem que ninguém tome as devidas providências.

    Se o texto que a advogada escreveu não levar a um agitar de consciências, se tudo ficar na mesma, se os responsáveis políticos não questionarem o estado de coisas, estamos com um problema muitíssimo maior do que imaginávamos.»

13 comentários :

  1. O sentimento que tenho ao saber do relato da advogada e o de medo. Sim medo pelo estado miserável a que chegou este país, o estado miserável a que vem chegando o aparelho judiciário. Fazem-me lembrar os tempos tenebrosos do antes 25 de abril. O que tem a dizer sobre este estado de coisas a Procuradora Geral da República?

    ResponderEliminar
  2. Estamos com um Estado com uma Justiça TOTALITÁRIA, em cima.
    E mais não digo, acho que está tudo dito, já para não falar na política, de um (des)governo ILEGÍTIMO, pois que baseou a sua campanha eleitoral em mentiras as mais despudoradas, mas segurado por PR ex-PIDE!
    Nem acredito que isto esteja a acontecer pós-25A74.
    MCTorres

    ResponderEliminar
  3. Pois é...... mas querem aumento. E vão tê-lo!!!!!!

    ResponderEliminar
  4. Portugal, moralmente, faliu.Proponho que substituam os castelinhos da Bandeira Nacional por cruzes suásticas e que em vez do Hino Nacional cantem os parabéns a você a Cavaco Silva.Já cá temos o Estado Islâmico.Tenho um amigo que diz que somos governados pelos kmeres vermelhos vindos de Angola e pelo Pol Pot de Boliqueime.E tu, Jerónimo, não dizes nada? E tu, Catarina,estás hipnotizada pelo ministro das finanças grego? E tu, António Costa, tens medo que a ministra da justiça te diga que não respeitas a separação dos poderes? E tu, Sampaio,ainda estás a choramingar por teres deixado a nova pide ir prender à Assembleia da República o deputado Paulo Pedroso? Caímos sempre no mesmo: o primeiro homem digno tem noventa anos e chama-se Mário Soares; o segundo homem digno é um preso político e chama-se José Sócrates.

    ResponderEliminar
  5. Estranho o silêncio do PS sobre esta matéria. Onde está o porta-voz do PS para a Justiça?

    ResponderEliminar
  6. x2:Caímos sempre no mesmo: o primeiro homem digno tem noventa anos e chama-se Mário Soares; o segundo homem digno é um preso político e chama-se José Sócrates.

    ResponderEliminar
  7. Está de volta o tempo que não se pode confiar no irmão, pois ele é dos tais que ameaça o pai com prisão, José Sócrates percebeu isso mesmo e eles à boa maneira do antigamente trataram de o tirar do caminho, lamento ver o PS engolir tudo em silencio não sei mais em quem acreditar, nem como vou ter de ficar calado.
    A. Cabral

    ResponderEliminar
  8. "...Se o texto que a advogada escreveu não levar a um agitar de consciências, se tudo ficar na mesma, se os responsáveis políticos não questionarem o estado de coisas, estamos com um problema muitíssimo maior do que imaginávamos."
    Ai estamos estamos e não é pequeno, mas o poder politico ainda não percebeu.

    ResponderEliminar

  9. Pedro Marques Lopes,deixe-se de tangas e de falsos sofrimentos,importante é a força com que a economia do país cresce,o desemprego baixa,as exportações disparam,a educação floresce,a saúde é o sol na terra e a velhice e as crianças são olhadas e tratadas como se o reino fosse um conto d fadas.Justiça,o que importa isso homem?verdade verdadezinha é isto:"As Instituições Estão a Funcionar em Total Normalidade".

    Discutir o quê?Sigamos o Botas!(...)

    ResponderEliminar
  10. E o Relvas? Ninguém lhe toca?

    ResponderEliminar
  11. Medo, muito medo...
    Não vão votar não, depois queixem-se à PGR ou lá teremos que fazer outro 25 de Abril!

    ResponderEliminar
  12. Sem imaginação de espécie nenhumaquarta fev. 18, 03:40:00 da tarde

    Estamos com um problema "muito maior do que imaginávamos"? Mas por onde é que este Pedro Marques Lopes tem andado nestes últimos seis anos, pelo menos?? Desde a inventona das escutas, já para não irmos mais longe (ao "processo Casa Pia", por exemplo)??

    Acho melhor voltar cá abaixo de vez e deixar de "imaginar" coisas...

    ResponderEliminar
  13. Sem vontade nenhuma de ter imaginaçãoquarta fev. 18, 05:15:00 da tarde



    "muitÍSSIMo maior", diz ele

    o que ainda é mais espantoso

    ResponderEliminar