Pode saber-se quem assina esta prosa, Miguel? Pergunto isto porque no Expresso existem jornalistas da mesma geração (a + conhecida será a CF, já agora) pelo que o assunto passa a ter o estatuto de estudo de caso: trata-se de perceber porque é que o jornal da Impresa calou e ajudou a construir a imagem pública de um PM *providencial*, a meio caminho entre um homem puritano (ou antropologicamente putificado, vá lá) e um parolo remediado com raízes no Portugal profundo, durante os últimos quatro/cinco anos terríveis para os portugueses?
O que inclui a sua ascensão no PSD e o desgaste do PS, daí os quatro/cinco.
Thanks, trata-se de alguém da mesma geração mas que é + crescida. Mas ambas são contemporâneas para a primeira parte do período que interessa (sobre a segunda, pode especular-se sobre a distância que a Ângela Silva manteve ou não) e ambas poderiam trocar confidências sobre o lado lunar (!!) do agora retratado (questões geracionais: se a escolha de palavras remetem para Carlos Tê, e visavam retratar Pedro Passos Coelho, parece-me que elas revelam também algo sobre o habitat de quem escreve o artigo...).
Lado Lunar Rui Veloso
Não me mostres o teu lado feliz A luz do teu rosto quando sorris Faz-me crer que tudo em ti é risonho Como se viesses do fundo de um sonho
Não me abras assim o teu mundo O teu lado solar só dura um segundo Não é por ele que te quero amar Embora seja ele que me esteja a enganar
[Refrão]
Toda a alma tem uma face negra Nem eu nem tu fugimos à regra Tiremos à expressão todo o dramatismo Por ser para ti eu uso um eufemismo Chamemos-lhe apenas o lado lunar Mostra-me o teu lado lunar
Desvenda-me o teu lado mausão O túnel secreto a loja de horrores A arca escondida debaixo do chão Com poeira de sonhos e ruínas de amor
Eu hei-de te amar por esse lado escuro Com lados felizes eu já não me iludo Se resistir à treva é um amor seguro à prova de bala à prova de tudo
[refrão]
Mostra-me o avesso da tua alma Conhecê-lo e tudo o que eu preciso Para poder gostar mais dessa luz falsa Que ilumina as arcadas do teu sorriso
Não é por ela que te quero amar Embora seja ela que me vai enganar Se mostrares agora o teu lado lunar Mesmo às escuras eu não vou reclamar
Pode saber-se quem assina esta prosa, Miguel? Pergunto isto porque no Expresso existem jornalistas da mesma geração (a + conhecida será a CF, já agora) pelo que o assunto passa a ter o estatuto de estudo de caso: trata-se de perceber porque é que o jornal da Impresa calou e ajudou a construir a imagem pública de um PM *providencial*, a meio caminho entre um homem puritano (ou antropologicamente putificado, vá lá) e um parolo remediado com raízes no Portugal profundo, durante os últimos quatro/cinco anos terríveis para os portugueses?
ResponderEliminarO que inclui a sua ascensão no PSD e o desgaste do PS, daí os quatro/cinco.
RFC: Ângela Silva.
ResponderEliminarThanks, trata-se de alguém da mesma geração mas que é + crescida. Mas ambas são contemporâneas para a primeira parte do período que interessa (sobre a segunda, pode especular-se sobre a distância que a Ângela Silva manteve ou não) e ambas poderiam trocar confidências sobre o lado lunar (!!) do agora retratado (questões geracionais: se a escolha de palavras remetem para Carlos Tê, e visavam retratar Pedro Passos Coelho, parece-me que elas revelam também algo sobre o habitat de quem escreve o artigo...).
ResponderEliminarLado Lunar
Rui Veloso
Não me mostres o teu lado feliz
A luz do teu rosto quando sorris
Faz-me crer que tudo em ti é risonho
Como se viesses do fundo de um sonho
Não me abras assim o teu mundo
O teu lado solar só dura um segundo
Não é por ele que te quero amar
Embora seja ele que me esteja a enganar
[Refrão]
Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar
Desvenda-me o teu lado mausão
O túnel secreto a loja de horrores
A arca escondida debaixo do chão
Com poeira de sonhos e ruínas de amor
Eu hei-de te amar por esse lado escuro
Com lados felizes eu já não me iludo
Se resistir à treva é um amor seguro
à prova de bala à prova de tudo
[refrão]
Mostra-me o avesso da tua alma
Conhecê-lo e tudo o que eu preciso
Para poder gostar mais dessa luz falsa
Que ilumina as arcadas do teu sorriso
Não é por ela que te quero amar
Embora seja ela que me vai enganar
Se mostrares agora o teu lado lunar
Mesmo às escuras eu não vou reclamar