quarta-feira, abril 22, 2015

Até tu, Bruno Faria Lopes?

Bruno Faria Lopes, no Diário Económico:
    «As propostas apresentadas ontem pelos peritos recrutados pelo PS são coerentes com a identidade do partido - nesse sentido, e apesar do arrojo de algumas medidas, o documento é previsível. No essencial confirma que há duas visões diferentes para levantar a economia das cinzas entre os principais partidos a caminho das legislativas. O PSD propõe uma reversão mais gradual da austeridade e a utilização de parte da margem orçamental disponível para apoios às empresas, na expectativa de melhorar a competitividade e o emprego sem prejudicar as contas.»
E acrescenta:
    «(…) é possível que o ritmo [«de crescimento 'a la tigre ibérico'»] seja mesmo alto uma vez que o impulso proposto para o consumo, variável que mais conta para o PIB, é enorme. (…)»

2 comentários :

  1. Há um denominador comum indiscutível no Cenário Económico apresentado ontem pelo PS e que é a assunção de que é preciso abandonar as políticas de austeridade, inverter o caminho seguido pelo governo PSD/CDS, para alcançar uma melhoria das contas públicas e do desenvolvimento económico. E é precisamente esta a razão que leva os defensores da austeridade sem fim, aqueles que acreditam que é preciso mais austeridade para sair da austeridade, a mostrarem-se tão irritados e ferozes opositores. Vejam-se as reacções dos porta-vozes do PSD e CDS.
    O PS pensa e bem que a saída da austeridade só é possível através de medidas que aumentem a Procura ao contrário do governo e da Troika que desprezam os efeitos da Procura na economia.
    Uma outra coisa é saber se tais medidas de expansão da Procura são compatíveis a curto prazo com as metas do défice orçamental. Não o serão seguramente. Haverá que passar este “cabo das tormentas” inicial para colher efeitos e os benefícios das novas políticas do lado da Procura. A muito curto prazo haverá um inevitável aumento da despesa pública. Se a Troika se mostrar tão compreensiva com o PS como se mostrou com o governo do PSD/CDS quanto ao cumprimento do défice (défice alcançado pelo governo de 5,9% do PIB em 2013 quando no memorando se exigia 3,0%) será menos difícil ao PS ultrapassar este obstáculo. Contudo, dada a obsessiva intransigência da Troika quanto às políticas de expansão da Procura é pouco provável que ela ceda facilmente em alargar as metas do défice nos dois próximo anos.
    O que é verdade e o tempo que levamos de crise assim o demonstra é que a política do governo e da Troika de expansão da Oferta e contracção da Procura não nos leva nem à melhoria das contas públicas nem ao desenvolvimento económico. A mudança de política torna-se necessária e inevitável. É o momento de os partidos europeus da Social Democracia abandonarem as políticas neoliberais e voltarem a ser fiéis ao seu ideário social democrata.


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  2. É é o momento de se perceber que a conversa contínua sobre Economia e Finanças, mais erudita ou mais merceeira, não é suficiente para mobilizar o eleitorado que conta: aquele que geralmente vota com pouca convicção, ou se abstém!


    Esta converseta técnica, de técnicos para técnicos, tem apenas o "mérito" de convencer os que já estão convencidos - e de irritar ainda mais os que nunca se convencerão...

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