O novo realismo é o título do artigo que António Guerreiro hoje escreve no Público. Vale a pena ler e guardar. Eis uma passagem:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBODcFpE-c7zbO0hlUC6FUhRqGGpBMOV9put83PfGk4NdRCkpwOH9YmsBVGIql6RTcC7MbbhjJNryWO0Bci0g02XXYx86Qkoi2GV9mkofq6okJMFoWXLdGHuaU1VLIkaAQBcl9zg/s1600/antonio%252Bguerreiro.jpg)
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- «Na busca de uma opinião universal como consenso, o posto mais avançado é ocupado pelos novos realistas. Trata-se de uma categoria de gente munida de argumentos que conservam, como armas, as receitas da propaganda maoísta e leninista importada de outrora, postas agora ao serviço de uma ideologia que não ousa nomear-se como tal: um novo realismo tão avesso à política das ideias que se entrega de maneira servil à política das coisas. Não há pior ideologia. Estes realistas por princípio, injuriosos face aos sonhos do passado de muitos deles, chamam utopia a tudo o que não se conforma o seu realismo dogmático e, contra ela, fazem constantes apelos à ordem: o novo realismo convoca prontamente o argumento moral. Utopia é, para eles, tudo o que lhes parece oferecer resistência ao presente. Qualquer forma de resistência é uma abominação, um idealismo criminoso, já que pensam conhecer melhor a realidade do que todos os outros. Não condenam apenas a resistência que se traduz em actos, mas também a resistência que se exerce pelo pensamento. “Não te obrigarei a pensar”, porque o que conta é a realidade: eis a injunção implícita em todo o novo realismo, que promete verdade e realidade a baixo preço. O novo realismo é um ressentimento anti-filosófico. E o novo realista é um conservador cínico e trocista: “Não te vergas à realidade, não aceitas a políticas das coisas-tal-como-elas-são? Vais ver o inferno a que te condenas e os castigos que te esperam”. (…)»
ResponderEliminarMuito bem analisado!
Excelente uma vez mais.
ResponderEliminarA sustentável leveza do saber, para não se deixar comer, por aqueles que não tendo arte nem nem capacidade para merecer tudo fazem,tudo dizem e tudo alvitram na busca do a qualquer preço no seu canalha poder se manterem.
ResponderEliminarGrande abraço para o António Guerreiro.
ResponderEliminarMuito bom, sem dúvida. Obrigado!
Tão bem escrito e tão verdadeiro - uma raridade nos dias que correm.