• Nuno Saraiva, Agora um peditório:
- «Pedro Passos Coelho não para de surpreender. Ontem, de visita a um mercado de pré-campanha eleitoral, viu-se cercado e insultado por um grupo de lesados do BES. A cada passo lá ia explicando que nada tinha que ver com o assunto, que não era problema dele nem do governo que lidera, que não pode fazer patavina para minimizar as perdas daqueles aforradores porque isso é coisa para ser tratada pelos tribunais. Acossado, apertado, castigado, lá acabou por assumir um compromisso perante quem se lamentava por não ter dinheiro para financiar um processo contra o banco: "Organizarei uma subscrição pública para os ajudar a ir a tribunal." A demagogia, de facto, não tem limites. Um primeiro-ministro não é provedor da Santa Casa nem presidente da Cáritas ou do Banco Alimentar. Não lhe compete ser promotor da caridadezinha ou de exercícios de crowdfunding que têm por único objetivo servir-se do desespero alheio à procura de votos. Não se tivesse Passos Coelho demitido das suas funções, isto é, de resolver os problemas que afligem a comunidade, e, provavelmente, o Novo Banco já estaria vendido. Na verdade, o primeiro-ministro e líder da coligação Portugal à Frente, que nunca hesitou em tomar decisões que puniram o país, lavou as mãos como Pilatos da decisão política mais importante do último ano. Escondeu-se atrás do Banco de Portugal (BdP), o regulador, ao qual delegou o papel de tratar dos negócios. E com isso quis desresponsabilizar-se das suas consequências. Na verdade isso não acontecerá porque os efeitos que a operação vier a ter na derrapagem do défice público não deixarão de lhe ser assacados. Aquilo que Passos Coelho devia ter dito, é também para isso que é primeiro-ministro, é que fará tudo o que esteja ao seu alcance para que o BdP e a CMVM se entendam para acudir a esta gente, garantindo-lhes o acesso universal à justiça. Mas não, optou pela demagogia e pelo eleitoralismo mais básico, que já lhe vimos, aliás, na campanha de 2011. Que não cortava salários nem pensões e que não aumentava impostos. Os mercados eram os mesmos, os eleitores porventura também. Passos promete pois, a título pessoal, contribuir com dinheiro seu para financiar as custas judiciais de eventuais processos que venham a existir. Ficamos à espera de outras subscrições, ainda faltam três semanas para as eleições, promovidas pelo primeiro-ministro para trazer de volta aqueles que emigraram, ajudar os que não têm emprego ou comprar os remédios aos reformados a quem cortou nas pensões ou no complemento solidário. De facto, a demagogia não tem limites. Já agora, e só em jeito de fait divers, convém lembrar que este Passos Coelho, generoso e pronto a abrir os cordões à bolsa, é o mesmo de quem o pai, António, disse há poucos dias numa entrevista: "O meu filho é um teso! Tudo o que ganha, gasta." O que, a ser verdade, não augura grande peditório.»
Razão tem o António Costa: "... o Sr. PM é um PASSA CULPAS..."!
ResponderEliminarTal é o desnorte dos "pafirosos"com esta do peditório!Será que entre aquela cambada não haverá um laivo de senso que aponte o ridículo de mais esta laparotada?
ResponderEliminarparece que já há uma petição pela subscrição:
ResponderEliminarhttp://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT78488