Paulo Portas, hoje em Ofir |
Há cerca de três semanas, Paulo Portas, na sua qualidade de vice-pantomineiro, convocou os jornalistas para, com a desfaçatez do costume, fazer um comício televisivo contra o programa eleitoral do PS. A par de uns números de prestidigitação, Paulo Portas procurou iludir as pessoas acerca da solidez do cenário macroeconómico do PS.
Paulo Portas afirmou então que o cenário foi mudado três vezes. É falso. Ontem, em Ofir, coube a um valete de Portas, Mota Soares, encenar a rábula do chefe.
Recordemos os factos:
- • Em Abril, foi apresentado o documento Uma Década para Portugal, tendo António Costa declarado então que estimava que 95% das medidas do cenário macroeconómico viriam a constar do programa do PS;
• Em Maio, foi apresentado o projecto de programa eleitoral, que acolheu grande parte das sugestões dos 12 economistas que elaboraram Uma Década para Portugal, contendo ainda medidas que tinham ficado de fora da análise macroeconómica, designadamente na área da Saúde (v.g., a criação de 100 novas Unidades de Saúde Familiar) e da Educação (v.g., alargamento da rede de creches nos grandes centros urbanos);
• O programa eleitoral foi aprovado em Junho;
• O Estudo sobre o Impacto Financeiro do Programa Eleitoral do PS foi apresentado neste mês de Agosto, sendo assim ajustado o cenário macroeconómico ao programa eleitoral, como António Costa já havia revelado em Maio.
Pode fazer confusão a um pantomineiro como Paulo Portas — membro de um governo que fez em quatro anos 12 orçamentos do Estado — que o PS cumpra rigorosamente a programação que anunciou e que faça questão de quantificar os seus compromissos, para que o programa eleitoral não se transforme num «saco de palavras».
Com a apresentação pelo PS do impacto final de todas as medidas na economia e nas contas públicas (e do cálculo discriminado de cada uma das medidas que propõe), a coligação de direita ficou encurralada. Por isso, os principais dirigentes da coligação de direita saltitam de uma posição para outra: quando se lhes pede as contas do seu programa eleitoral, remetem para o Programa de Estabilidade enviado para Bruxelas em Abril (que, de resto, não inclui os cálculos das medidas com que se comprometeu); quando se lhes recorda que do Programa de Estabilidade consta o corte de 600 milhões de euros nas pensões já atribuídas, remetem para o «saco de palavras» que é o seu programa eleitoral.
Há 20 anos, desde que abandonou o «jornalismo», que o irrevogável Paulo Portas se vai mantendo à tona da água à custa de truques de ilusionismo e de um infindável arsenal de patranhas — ao mesmo tempo que vai deixando cair, uma a uma, todas as bandeiras com que acena em vésperas de eleições. Hoje, em Ofir, perante meia dúzia de lesados do BES, Paulo Portas perdeu, num instante, a pose de estadista. A 4 de Outubro, retira-se.
Afinal quando é que os PAFs apresentam a análise que fizeram às 29 respostas que o PS lhes deu às suas 29 perguntas sobre o documento inicial "Uma Década para Portugal"?
ResponderEliminarComo Mário Centeno disse há dias, ou não leram ou não entenderam os documentos que o PS tem publicado, e então vão lançando granadas de fumos para iludir os incautos. Mas infelizmente as campanhas eleitorais são assim, os habilidosos histriónicos como Paulo Portas ficam mais nos olhos e nos ouvidos, as pessoas sérias e moderadas caem facilmente no esquecimento.
Espero que António Costa seja espevitado por ... Sócrates, que, para maior terror dos PAFs e seus comentadores, deve sem dúvida falar e intervir na campanha, como é seu direito.
ResponderEliminarNão aguento mais este Portas e as suas patranhas...só convence quem quer ser convencido...não tem, já, um pingo de credibilidade...só é enganado quem quer...ou a quem convém este estado de coisas...
este é o terceiro na hierarquia que mais contribuiu para desmembrar todo um país em plena demovcracia, depois do parolo do algarve e do transmontano, mas como levou para casa os documentos dos submarinos que o incriminavam não vai preso, na alemanha existiram condenados por corrupção na venda dos submarinos em Portugal, aqui foi a vergonha a que se assiste, e ainda anda por aí a pavonear-se e a viver à nossa conta indo vendendo o que resta das jóias nacionais pelo caminho!
ResponderEliminarO susto que apanhou em Ofir foi só o primeiro aviso do que o futuro prepara a este Coirão Calabrês. Aquilo que a justiça à portuguesa não quis resolver, há-de ser resolvido doutra maneira. Questão de tempo.
ResponderEliminarÉ,sim,uma questão de tempo....
ResponderEliminarPaulo Portas, vai caír... Será uma queda tão intensa, que toda a direita portuguesa não será poupada ao sismo...
ResponderEliminarÉ justo o que lhe irá acontecer. Bastante justo.