Muito se tem falado ultimamente dos problemas do ambiente. Apesar de disso, o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional está desaparecido — antes mesmo de qualquer combate.
Não tendo sido noticiada sua demissão, procurámo-lo por todo o lado — e estamos agora em condições de anunciar que encontrámos um vestígio difuso de que está no pleno exercício de funções: a sua assinatura consta do Despacho n.º 24633/2005, publicado na II Série do Diário República de 30 de Novembro, em que é nomeado Amílcar Augusto Theias “para presidir ao conselho consultivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos”, acto justificado pelo “reconhecido mérito (…) para o desempenho das funções inerentes ao cargo.”
Depois, pensando melhor, surgiu-nos a dúvida: poderia tratar-se de uma nomeação fictícia para dar a aparência de que o ministro continua em funções. Fomos investigar: afinal, quem é esse tal Amílcar Augusto agora nomeado?
O Google dá pistas preciosas. O Correio da Manhã garante que rebocaram, na Galiza, a viatura a Amílcar Augusto. Nenhum avatar teria necessidade de uma viatura para se fazer transportar a Santiago de Compostela.
Se o homem existe, é de aprofundar a pesquisa. Descobrimos então que Amílcar Augusto fora, em tempos, ministro — precisamente do Ambiente. E que, quando os jornalistas o interrogaram sobre o que sabia sobre a pasta do ambiente, deu esta resposta lapidar: “Não sei responder a essa pergunta.”
Não tendo sido noticiada sua demissão, procurámo-lo por todo o lado — e estamos agora em condições de anunciar que encontrámos um vestígio difuso de que está no pleno exercício de funções: a sua assinatura consta do Despacho n.º 24633/2005, publicado na II Série do Diário República de 30 de Novembro, em que é nomeado Amílcar Augusto Theias “para presidir ao conselho consultivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos”, acto justificado pelo “reconhecido mérito (…) para o desempenho das funções inerentes ao cargo.”
Depois, pensando melhor, surgiu-nos a dúvida: poderia tratar-se de uma nomeação fictícia para dar a aparência de que o ministro continua em funções. Fomos investigar: afinal, quem é esse tal Amílcar Augusto agora nomeado?
O Google dá pistas preciosas. O Correio da Manhã garante que rebocaram, na Galiza, a viatura a Amílcar Augusto. Nenhum avatar teria necessidade de uma viatura para se fazer transportar a Santiago de Compostela.
Se o homem existe, é de aprofundar a pesquisa. Descobrimos então que Amílcar Augusto fora, em tempos, ministro — precisamente do Ambiente. E que, quando os jornalistas o interrogaram sobre o que sabia sobre a pasta do ambiente, deu esta resposta lapidar: “Não sei responder a essa pergunta.”
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A verdade é que esta aparente falha de Amílcar Augusto — descobrimo-lo também — veio a ser compensada pelos vastos conhecimentos que veio a revelar na área dos fogos florestais: “Há pouco disse que poderia haver uma conjugação de factores, não excluo que tenha havido mão criminosa ou que tenha havido negligência, porque há muita gente que serviu nas ex-colónias e que inconscientemente levou armas ou granadas para casa.”
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Mas se o objectivo desta nomeação é proclamar que podemos dormir descansados porque temos um ministro que zela pelo ambiente, por que foi ele escolher Amílcar Augusto, quando o próprio reconhece que não é um especialista na área do ambiente, embora tenha dado inestimáveis contributos para a detecção das causas dos fogos florestais?
O Google dá-nos novas pistas. Segundo o Expresso [via O Jumento], “[n]o sector especula-se sobre a possibilidade de ter sido Tavares Moreira, enquanto porta-voz económico do PSD, a sugerir Theias ao primeiro-ministro para a pasta do Ambiente. Fonte social-democrata confirmou ao EXPRESSO que o nome do actual ministro do Ambiente foi efectivamente recomendado por Moreira”.
Ora “Tavares Moreira aparece associado às águas por ser o vice-presidente da Fomentinvest SGPS, empresa que congrega interesses que vão desde os empresários Ilídio Pinho e Horácio Roque, ao grupo Espírito Santo e às fundações do Oriente e Luso-Americana e o Banco Africano de Investimento. Presidida por Ângelo Correia, a Fomentinvest aposta em sectores como a saúde, energia, tratamento de resíduos, ambiente e tecnologias.”
Está desvendado o mistério. Ficámos a saber que Amílcar Augusto existe, ficámos a saber que o próprio ministro Nunes Correia continua em funções. E ficámos a saber que, para presidir ao conselho consultivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos, foi escolhida uma personalidade de “reconhecido mérito (…) para o desempenho das funções inerentes ao cargo.”
O Google dá-nos novas pistas. Segundo o Expresso [via O Jumento], “[n]o sector especula-se sobre a possibilidade de ter sido Tavares Moreira, enquanto porta-voz económico do PSD, a sugerir Theias ao primeiro-ministro para a pasta do Ambiente. Fonte social-democrata confirmou ao EXPRESSO que o nome do actual ministro do Ambiente foi efectivamente recomendado por Moreira”.
Ora “Tavares Moreira aparece associado às águas por ser o vice-presidente da Fomentinvest SGPS, empresa que congrega interesses que vão desde os empresários Ilídio Pinho e Horácio Roque, ao grupo Espírito Santo e às fundações do Oriente e Luso-Americana e o Banco Africano de Investimento. Presidida por Ângelo Correia, a Fomentinvest aposta em sectores como a saúde, energia, tratamento de resíduos, ambiente e tecnologias.”
Está desvendado o mistério. Ficámos a saber que Amílcar Augusto existe, ficámos a saber que o próprio ministro Nunes Correia continua em funções. E ficámos a saber que, para presidir ao conselho consultivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos, foi escolhida uma personalidade de “reconhecido mérito (…) para o desempenho das funções inerentes ao cargo.”
Brilhante a análise e a retrospectiva. Mas julgo que é injusta a análise feita a Nunes Correia, a quem terá sido sugerido o nome de Theias para o cargo (de carácter consultivo, diga-se, pois o senhor deverá estar à baira da aposentação). E isto na política sabe-se como as coisas são sempre relativas...
ResponderEliminarDo Ministro (do ambiente)desaparecido: «desaparecido», para descansar do esforço desenvolvido para publicar em DR o «interesse público» que descobriu na projectada demolição do prédio Coutinho do seu parceiro socialista presidente da CM Viana do Castelo.
ResponderEliminarA bem da contenção do défice, a bem do interesse dos seus trezentos moradores que se opôem.
A irresponsabilidade de um ministro somada à irresponsabilidade de um autarca.
Nada a fazer, parece.
Caro vr:
ResponderEliminarNao e' por nada mas as funcoes de Theias sao "consultivamente" perigosas pois vai ser o cavalo de Troia que por via da "consulta" vai efectivamente regular as tarifas das aguas e residuos e assim definir o preco da privatizacao. Coisa pouca como se imagina...e os padrinhos de Theias serao certamente alheios a tudo isto. Descrente na seguranaca social, Nunes Correia esta' a tratar da reforma antecipada. Ganda Ministro, apoiante da iniciativa privada (a sua!).
Hoje eu sou ministro e nomeio-te, amanhã tu és ministro e nomeias-me. É a regra de ouro. Dos bandidos, bem entendido.
ResponderEliminarMais um mistério para o Abrantes desvendar: por que razão o Ministério do Ambiente é aquele que mais dinheiro orçamentou em 2006 para pagar pareceres e consultas ? Responda quem souber....
ResponderEliminarUm autêntico Polvo que se move em torno do sector das águas, preparando-se para dominar (se não domina já) um dos sectores mais estratégicos da economia: a Água...
ResponderEliminarEstranha que Socrates tenha alinhado com estes compadrios, ele que até foi um bom ministro do Ambiente... Estará demasiado ocupado com a obsessão do deficit para dedicar atenção a estas questões?
Pela qualidade do acto podemos avaliar a qualidade do Ministro.
ResponderEliminarEsperem para quando o gajo começar a mandar as granadas.
ResponderEliminarEsta coisa das águas ainda vai dar água pela barba...
ResponderEliminarO Abrantes sabe do que fala...
ResponderEliminarTriste prova de vida que um ministro tem de fazer.
ResponderEliminarPode-se dizer que é uma decisão REDONDA.
ResponderEliminarsão as theias que as águas tecem
ResponderEliminarUm verdadeiro bloco central de interesses.
ResponderEliminarPela descredibilização definitiva da política de ambiente.
ResponderEliminarÀ falta de melhor nomeia-se Theias.
ResponderEliminarUm theias, 2 MP, 2 juízes, um administrador do Banco de Portugal, 1 diplomata, 1 farmacêutico, 1 administador da CP, 1 militar, tudo misturado: cocktail MIGUEL ABRANTES. Explosivo.
ResponderEliminarO nosso deserto ambiental vai-se destapando.
ResponderEliminarDiz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
ResponderEliminarNão falta aí um banco?
ResponderEliminarO PSD não se revê na nomeação de qualquer pateta.
ResponderEliminarTheiocracia, ambientocracia, negócios e dinheiro, muito dinheiro.
ResponderEliminarCheira-me a águas estagnadas.
ResponderEliminarTheias e' o imposto revolucionario que vai substituir a taxa do carbono. Grande craneo o Ministro Nunes Correia!
ResponderEliminarQuem é esse Ministro Nunes Correia ?
ResponderEliminarO Ângelo Correia é primo do ministro Nunes Correia? Há aqui uma Correia a ligar muita coisa...
ResponderEliminarO gajo nem se ouve e lá vai pondo as pedras nos lugares certos para o negócio do século.
ResponderEliminarPensei que o theias estava reformado.
ResponderEliminarQUALIDADE DA ÁGUA DOS RIOS, AQUÍFEROS E PRAIAS DA REGIÃO CENTRO ESTÃO EM VIAS DE FICAR SEM CONTROLO
ResponderEliminar1) O Ministério do Ambiente Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional (MAOTDR) tutela as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR's).
2) Nos últimos 8 anos, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) sucedeu à Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Centro (DRAOTC), que sucedeu à Direcção Regional do Ambiente do Centro (DRAC) - organismos imutáveis na sua continuidade funcional.
3) Nos últimos 8 anos, a CCDRC (e organismos progenitores) teve 6 equipas de Presidentes e/ou Directores.
4) Até Agosto de 2005 a CCDRC mantinha ao serviço 69 avençados e recibos verdes que tem vindo entretanto a despedir sendo que os cerca de 10 únicos técnicos que fazem as análises de monitorização da qualidade da água em toda a Região Centro no laboratório da CCDRC acabarão os seus contratos precários de trabalho em 31 de Dezembro. O único técnico do quadro da CCDRC nesta área reformou-se este ano.
Estes gajos são como as formiguinhas, estão sempre a amealhar.
ResponderEliminarO Ângelo Correia e o BES tinham que andar metidos na moscambilha. Andam sempre. Fatal como o destino.
ResponderEliminarAmbiente? Ambiente propícia para...
ResponderEliminarO Ambiente a pedir sheltox !
ResponderEliminarmeter água ou dinheiro ao bolso ?
ResponderEliminarÉ preocupante o que se esconde atrás da defesa do ambiente. O negócio da água é o maior negócio do país. Precisa-se de transparência e isso não se consegue colocando homens de mão dos grupos com interesses no sector.
ResponderEliminarEspera-se que o Sócrates esteja atento. Ele que conhece o sector não tem desculpa se for entregue o ouro ao bandido.
O PSD não se revê na nomeação de qualquer pateta, tem de ser um pateta cavaquista.
ResponderEliminarAnónimo Seg Dez 12, 12:20:58 AM
ResponderEliminarO problema não é o PSD. A questão porque mete muitos cifrões ultrapassa qualquer partido. É transversal...