Quando a opinião pública soube das barbaridades que ocorreram na Casa Pia, e se falou que tais monstruosidades poderiam estar a acontecer também noutras instituições similares, Bagão Félix, o ministro que tutelava a Casa Pia, apressou-se a determinar a instauração de inquéritos. Nunca foram conhecidos os resultados de tais inquéritos.
Hoje tomámos conhecimento da forma brutal como as crianças da Casa do Gaiato são tratadas. Para memória futura, fica aqui o registo do que relatou o DN e a TSF.
Hoje tomámos conhecimento da forma brutal como as crianças da Casa do Gaiato são tratadas. Para memória futura, fica aqui o registo do que relatou o DN e a TSF.
Incrível as declarações de um padre responsável da Casa dizendo que «eram coisas de rapazes». Bem, é o leme da Casa: «Não há rapazes maus», lá dizia o Padre Américo?!
ResponderEliminarCaro M Abrantes,
ResponderEliminarNão são minimamente comparáveis os factos observados nestas 2 instituições.
Comparar uma rede de pedofilia instalada numa instituição tutelada pelo Estado e um caso isolado de um suposto espancamento a um adulto (18 anos) numa instituição particular, não me parece muito rigoroso.
Cumprimentos,
Antonio Felizes
http://regioes.blogspot.com
Concordo com anterior - aliás dizia mais coisas, sem insultar, ninguém, se os meus comentários não fossem sucessivamente "não aprovados"...
ResponderEliminarEste é o post exemplar do modo como os assuntos são abordados, por aqui, neste blog.
ResponderEliminarDesde que sirvam para apoucar quem interessa apoucar, dá-se um relevo máximo às novidades, mesmo torcendo os factos.
Depois, se alguém aponta a falta de rigor, é sempre uma questão de perspectiva.
E agora, pode perguntar-se: se é assim, porque vens aqui ler?
Verdade. Talvez seja para sublimar o masoquismo...
A Casa do Gaiato é uma referência da minha infância - o meu avô assinava o pequeno jornal.
ResponderEliminarJá passaram muitos anos e, recentemente, adquiri o hábito de visitar as casas do Gaiato de forma a doar um pequeno donativo para a ajudar a tirar "os rapazes da rua".
Os contactos que tenho com a Casa do Gaiato não deixam de me comover!
A pobreza é extrema, mas é uma pobreza limpa.
O padre encarregado da Casa, penso que se chama padre Baptista, é de uma humildade tocante ao reconhecer a sua pequenez, ou grandiosidade, perante o tremendo esforço que tem que fazer diariamente.
Não tem recursos nem tem grandes ajudas.
"Os padres aborrecem-se da obra com facilidade e vão-se embora" - "as ajudas são estas senhoras (poucas) voluntárias que fazem de mães, cozinheiras, lavadeiras, etc" - "Não dêm nada aos miúdos que eles cá têm o essencial ... as fábricas dão-nos roupa, os hipermercados dão-nos alimentação e alguns artigos - para isso ainda dá".
Mas então o que é que falta ao padre Baptista?
Que o ajudem a tratar dos rapazes. Que o ajudem numa obra que se estende por 4 cidades do país e mais três, penso eu, em Angola e Moçambique.
Falta também dinheiro que o Estado não dá e as pessoas também não. E se dão, não chega.
Falemos então dos rapazes:
Muitos deles são de facto rapazes maus - do pior.
Oriundos das sargetas desta sociedade, desamados, pontapeados e escorraçados desde muito novos aprenderam a defenderem-se da violência de que são vítimas respondendo com a mesma violência. Não distinguem o chamado bem do chamado mal.
É extremamente difícil lidar-se com estas crianças e jovens.
Se nós, que somos pais, temos muitas dificuldades no relacionamento com os nossos filhos, imaginem crianças e jovens que nunca tiveram rigorosamente NADA!
Não é fácil para poucos ajudarem muitos e dificeis.
Ontem comovi-me mais uma vez com o padre Baptista (julgo ser esse o seu nome).
Humilde, assustado com a violência, com a impotência de quem dá tudo o que tem e que sabe que não chega.
A Casa do Gaiato tem as portas abertas os miudos entram e saiem quando querem.
"Há aqueles que vêm para comer ... estão cá dois ou três dias e depois voltam à rua".
Mas o padre, julgo que Baptista, refere também que daí, dessa casa, sairam filhos de chulos, de prostitutas, de toxicodependentes, de presidiários, de marginais que hoje são "do melhor".
Homens que educam os seus filhos para serem gente de bem. Operários e licenciados.
"Temos uma piscina, campo de futebol ... foram os rapazes que construíram".
A denúncia da Senhora do INE foi um exercício de cidadania, contra a violência.
Mas para mim, que me dou ao trabalho de, pelo menos uma vez por ano dar uma pequena ajuda monetária à Casa do Gaiato, foi um grito de alerta; um grito por ajuda do padre responsável que já pode pouco mas que afinal faz aquilo que nem eu, nem nenhum dos leitores da CC seriam capazes de fazer.
Desafio-vos a visitar a Casa do Gaiato da v/ zona - levem os v/ filhos e netos - falem com as crianças e jovens - ouçam o responsável - e ajudem-nos!
Uma familiar minha dá todos os anos uma enorme lição aos seus alunos de 11 e 12 anos. Leva-os à Casa do Gaiato para e3les compararem o que têm com aquilo que os outros não têm.
E por favor não julguem mal o Sr. Padre Baptista - ele dá tudo o que tem dentro de uma alma enooooooooorme.
E, se calhar, já não pode mais!
Não menorisando o incidente (as agressões são sempre más e devem ser combatidas) os jovens do Gaiato vêm de famílias em que a agressão é a linguagem do dia-a-dia... Comparar com o Processo Casa Pia é, no mínimo, mau gosto, a raiar o insulto às vítimas de violação...
ResponderEliminarNo tempo da "outra senhora", ao que julgo saber, as saídas dos menores da Casa Pia e Gaiatos não era livre. Saíam aqueles que tinham familiares ou amigos que asseguravam o sua protecção , ou que eram acompanhados por alguém da instituição.
ResponderEliminarEra vulgar, naquele tempo, e há inúmeros exemplos a testemunhá-lo, sairem de lá valorosos cidadãos que ocuparam posições de relevo na nossa sociedade.
Depois veio a "liberdade". Escancararam-se as portas e as crianças entraram em auto-gestão, como quase tudo naquele, com o resultado que se viu. Esperemos que, no caso da Casa Pia, instituição da responsabilidade do Estado, este, que não foi capaz de regular as "liberdades" concedidas, tenha capacidade de julgar quem as feriu. Vamos a ver...
O Estado tão avaro a dar dinheiro para Instituições que lutam para ajudar velhos, deficientes e crianças a sair da miséria em que vivem é o mesmo Estado do António Vitorino, José Lamego e António Costa que dá de mão beijada milhão e meio à Eurominas.
ResponderEliminarComparar um espancamento com violações sucessivas só aqui, no Reporter X ou no site do PS...
ResponderEliminar"Hoje tomámos conhecimento da forma brutal como as crianças da Casa do Gaiato são tratadas."
ResponderEliminarPor oposição à forma carinhosa como algumas pessoas importantes tratavam os putos da Casa Pia...?
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?idCanal=0&id=189166
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=189400&idCanal=9
Só tu, "Miguel" para nos tentares fazer rir com coisas tão tristes...
ResponderEliminarContinua a tentar tapar o Sol com uma peneira...
Talvez citares o Reporter X, esse local tão interessante para tipos como tu...