quarta-feira, fevereiro 08, 2006

O sheik Omar Mullah mora no Palácio das Necessidades


Acreditamos que a denúncia dos lóbis e das corporações pode ser feita em torno de uma plataforma ampla, que agregue gente de (quase) todos os quadrantes políticos. Por isso, temos evitado tomar partido sobre questões que podem dividir todos aqueles que se revêem na necessidade de se estar atento às manobras e às pressões dos lóbis e das corporações. Há alturas no entanto em que a força dos acontecimentos impõe que não nos possamos calar perante monstruosidades que, em última instância, podem pôr em causa um valor supremo: a liberdade. A nota ontem publicada por Freitas do Amaral, na sua qualidade (?!) de ministro dos Negócios Estrangeiros, é, no mínimo, um ultraje à inteligência dos portugueses. O actual governo encontrou a sua Mariana Cascais.

8 comentários :

  1. O profeta Maomé está entre nós...

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  2. Por favor: comparar a reacção dos governos ocidentais e constatar a posição do chefe da diplomacia nacional: de cócoras e com um absoluto desprezo pela liberdade de expressão. Diogo não mudou, Portugal sim. Servidor de Salazar e Caetano sem inquietações nem sofrimento e com proveito e fartura, Diogo acordou cristão democrata na manhã de 25 de Abril. Daí a facilidade com que a sua alma simples protesta contra os putativos atentados aos três pastorinhos de Fátima que poderão advir da quebra do tabu relativo à representação de Maomé. Agora que Tareque Aziz está desempregado não podemos exportar Diogo para o novo partido Baaz? Garantimos atestado de participação política activa no período anterior ao 25 de Abril como legionário e membro da ANP.

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  3. ..
    Caros Amigos,

    Pode-se discordar do teor do comunicado do MNE, mas temos que procurar entende-lo à luz da chamada linguagem diplomática.

    Se repararem, quase todos os comunicados oriundos das figuras de proa dos governos ocidentais afinam pelo mesmo tom.

    Cumprimentos,

    Antonio Felizes
    http://regioes.blogspot.com
    ..

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  4. A licensiosidade do Diogo no Público

    Quarta, 8 de Fevereiro de 2006

    Um péssimo serviço a Portugal e à Europa
    Nuno Pacheco


    A declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros sobre a polémica dos cartoons presta um péssimo serviço à Europa e cobre Portugal de vergonha

    Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros emitiu uma declaração lamentável que não beneficia Portugal, nem a Europa, nem a convivência entre povos e crenças. Alguns excertos: "Portugal lamenta a publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos." Os povos muçulmanos pediram a Portugal alguma coisa? Não. Mas o MNE achou que devia dá-la. Daí a lamentação. Mais adiante, num esforço de pedagogia de um primarismo que brada aos céus, explica que "a liberdade de expressão" tem como "principal limite o dever de respeitar a liberdade e direitos dos outros", destacando "o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que professa". Para quem tivesse dúvidas do que está em causa, o MNE especifica que "para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da Sua Mãe, a Virgem Maria", e "para os muçulmanos um dos principais símbolos [aqui houve alguma preguiça em procurar outros] é a figura do Profeta Maomé". Pergunta-se: os tão polémicos cartoons terão posto em causa a liberdade de alguém a não ser a dos seus autores, agora ameaçados de morte por quem é e continua a ser livre não só de professar a religião que quer, como se arroga ainda o direito de ameaçar e matar em nome dela? É óbvio que não. Então o que pretende o MNE com este comunicado, que inclusive recorre a Abraão para considerar "lamentável" o que se passou "em alguns países europeus"? Pretende que não se confunda "liberdade" com "licenciosidade" e apela, ainda que em surdina, a uma condenação dos tais países e, claro, a uma futura acção censória para que mais nenhuma religião se queixe (repare-se que em nenhum ponto do comunicado se refere a iniciativa rigorosamente privada das caricaturas, nem se condena ou sequer se lamenta a violenta ofensiva de fanáticos islâmicos a pretexto dos cartoons).
    Quando a Europa se confunde e divide numa coisa tão simples quanto a sua própria liberdade, o que se dispensa são comunicados destes, afectados por uma cegueira que toca as raias do absurdo. Porque, mais uma vez, embora muitos discursos acentuem o carácter de responsabilidade que a liberdade deverá ter, essa responsabilidade só existirá, se houver liberdade. Num clima de medo e censura só há medo e censura. Sabemos isso, por experiência própria, e também o saberão muitos muçulmanos que têm de suportar os ditames dos seus chefes. Por isso, a Europa devia entender-se quanto ao princípio da liberdade que professa antes de se dividir em autoflagelações dispensáveis e indecorosas. A Europa não tem que pedir desculpa por ser livre. A Dinamarca, país reconhecidamente generoso para com inúmeros países e causas (tal como os restantes países nórdicos), não tem que ser martirizada perante a pusilanimidade europeia, só porque há quem dê mais importância a uns desenhos do que à vida humana ou aos mais elementares direitos sociais. Quando se deu o 11 de Setembro, horrível para todos, levantaram-se no Ocidente milhões de vozes para dizer que os muçulmanos não deviam ser castigados ou perseguidos pelo acto hediondo de um grupo de fanáticos. Agora, por uns simples cartoons satíricos, os dinamarqueses são perseguidos por toda a parte, inclusive no seu próprio país, sem que no mundo árabe alguma voz se levante contra tamanha injustiça e com a Europa (Portugal incluído, para nossa vergonha) a pedir desculpas por crimes que decididamente não cometeu. Ainda iremos a tempo de repor o equilíbrio ou a barbárie vencerá?

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  5. De cócoras e subserviente.

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  6. Acho que este post foi colocado antes das 7 horas...

    o Miguel Abrantes vai fazer horas extraordinárias!

    E receber por isso...

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  7. Jornal de Negócios de hoje por caridade

    De vez em quando Freitas do Amaral gosta de acordar os portugueses tentando recordar-lhes que é ministro. Estes, estremunhados, fazem-lhe a vontade. Geralmente isso sucede pelas piores razões. Pior que um elefante em loja de porcelana só Freitas do Amaral no Palácio das Necessidades. Ainda se está para perceber como é que o edifício está de pé.
    Freitas confunde a sua actividade de criador de peças de teatro com a de ministro. Tudo, para ele, é um drama. Ou pode ser. Desde que ele seja o personagem principal. Se ninguém quer saber qual é a sua opinião sobre os «cartoons», Freitas coloca-se em bicos de pés para a debitar. Como não domina a técnica do bailado, o resultado foi uma queda aparatosa no chão. O seu comunicado, criticando os «cartoons» e ignorando olimpicamente a violência islâmica, não é apenas lamentável. Nem sequer deve ser confundido com um comunicado oficial do Governo. É uma redacção que teria nota negativa em qualquer prova de acesso ao serviço diplomático. Aqui ou no Sudão. Freitas comete o mais terrível dos erros políticos: oferece-se como voluntário para quando, por absurdo, a «ofensa» ser a Barbie não usar uma «burka» e se incendiarem mais 20 embaixadas, fazer uma nova redacção. Apresentada antes, para aprovação, a um imã qualquer.

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