Parafraseando jcd, como se avaliam os Ganhos e Perdas desta revolução no sector dos medicamentos?
Em primeiro lugar, ganham os consumidores:
Em terceiro lugar, veja-se o que acontece com as farmácias:
A redistribuição dos lucros por um maior número de estabelecimentos significa que vai caber uma fatia menor a cada um. Acresce que, se se verificar uma redução dos preços, é provável que os lucros também diminuam em resultado disso. Resta saber se a possibilidade de as farmácias assumirem outros segmentos de negócios (v.g., venda de produtos veterinários) compensa a perda de quota de mercado e a redução de preços.
O que antes se disse e, ainda, a possibilidade de poderem instalar-se outras farmácias a 350 metros de distância não parece permitir que se infira que a nova realidade trará uma valorização acrescida dos alvarás.
A situação da ANF é diferente — e nem jcd, João Miranda ou AAA (que, hoje, tem estado ocupado com o Opus Dei) se referiram à circunstância de que os interesses da ANF não são totalmente coincidentes com os das farmácias que representam — e a ANF até pode ser a entidade que, num certo sentido, menos perde com o tufão que varreu o sector dos medicamentos. Fica para amanhã.
Em primeiro lugar, ganham os consumidores:
- • Maior facilidade de acesso às farmácias (que a Autoridade da Concorrência quantifica);
• Potencial redução de preços (que a Autoridade da Concorrência estima em cerca de 145 milhões de euros/ano, com base em dados de 2002);
• Aumento da qualidade de serviço (alargamento do horário de abertura das farmácias, exigência de formação profissional dos farmacêuticos a expensas das farmácias, aumento do número de licenciados em serviço nas farmácias [50 por cento dos efectivos dentro de cinco anos], etc.).
Em terceiro lugar, veja-se o que acontece com as farmácias:
A redistribuição dos lucros por um maior número de estabelecimentos significa que vai caber uma fatia menor a cada um. Acresce que, se se verificar uma redução dos preços, é provável que os lucros também diminuam em resultado disso. Resta saber se a possibilidade de as farmácias assumirem outros segmentos de negócios (v.g., venda de produtos veterinários) compensa a perda de quota de mercado e a redução de preços.
O que antes se disse e, ainda, a possibilidade de poderem instalar-se outras farmácias a 350 metros de distância não parece permitir que se infira que a nova realidade trará uma valorização acrescida dos alvarás.
A situação da ANF é diferente — e nem jcd, João Miranda ou AAA (que, hoje, tem estado ocupado com o Opus Dei) se referiram à circunstância de que os interesses da ANF não são totalmente coincidentes com os das farmácias que representam — e a ANF até pode ser a entidade que, num certo sentido, menos perde com o tufão que varreu o sector dos medicamentos. Fica para amanhã.
CORDEIRO FOI UM LEÃO
ResponderEliminar1) Liberalização da propriedade das farmácias
Possibilita o acesso à propriedade de não licenciados em farmácia.
2) Não-liberalização da abertura de farmácias
Impõe fortes restrições à abertura de novas farmácias através dos critérios (a) capitação e (b) distância mínima entre farmácias.
A conjugação das medidas 1) e 2) faz aumentar de forma muito significativa o valor de mercado das farmácias existentes, pois assegura o aumento do número de compradores potenciais das farmácias para uma oferta deste tipo de empresa retalhista que permanece escassa.
Com efeito, o aumento potencial de 300 novas farmácias que o novo regime de condicionamento (reconhecidamente anacrónico) permite é marginal em face do universo de farmácias existentes e não altera este cenário de escassez da oferta.
Acresce que em muitos centros urbanos a conjugação dos critérios capitação e distância mínima entre farmácias não irá permitir a abertura de uma única farmácia, o que reforçará o valor de mercado das farmácias aí existentes.
Parabéns à ANF e ao Presidente Cordeiro por mais esta vitória negocial sobre o Governo !
Caro Miguel, vai-me desculpar mas não faz a mínima ideia do que está a dizer.
ResponderEliminarNão conhece o real, o concreto.
Há muito pormenores ainda desconhecidos mas que contam. Que contam muito.
Por exemplo, de quem é a iniciativa de instalar as novas Farmácias? Dos proprietários ou do Estado através de um concurso? É muito diferente...
É espantosa a cegueira destes "liberalizadores". Quando deixarem de ter farmacias de serviço, funcionarios sem formação e farmaceuticos só ao fim da tarde, veremos como vão comportar-se. A verdade é que a destruição do sector e a cedencia ao lobi dos supermercados não augura nada de bom...
ResponderEliminarVai, Miguel...
ResponderEliminarA possibilidade de... poderem!...
Tás óptimo.
Mas podes sempre melhorar...
Farmácias (3)
ResponderEliminarA reforma do regime da farmácia foi formalizada num inesperado acordo formal entre o Governo e a ANF. O aval dado pela associação empresarial das farmácias à reforma pode parecer surpreendente, visto que algumas das medidas anunciadas sempre contaram com a sua oposição. Porém, analisado o acordo em todos os seus aspectos, a posição da ANF faz todo o sentido.
Na verdade, a ANF só deixou sacrificar os anéis de nobreza (nomeadamente o exclusivo da propriedade farmacêutica) para preservar o essencial, ou seja, a continuação do racionamento do número de farmácias e, portanto, os confortáveis proveitos que as situações de restrição à liberdade de estabelecimento e à concorrência asseguram.
Além disso, a ANF ainda conseguiu para os donos das farmácias alguns bónus não despiciendos: a concessão das novas farmácias dos hospitais, um considerável alargamento da área de negócios das farmácias, a possiblidade de acumular quatro farmácias (hoje cada farmacêutico só pode ter uma), etc.
Se pensarmos que a reforma poderia (e deveria) ter sido bem mais profunda, sem nenhuma concessão em troca, é evidente que a ANF não somente limitou os danos como conseguiu valiosas contrapartidas. É caso para dizer: parabéns Dr. João Cordeiro!
[Publicado por vital moreira] 28.5.06
CORDEIRO FOI UM LEÃO
ResponderEliminarNo seu blogue "Causa Nossa" Vital Moreira (cf. transcrição no comentário de Seg Mai 29, 12:58:27 PM) deu os parabéns ao Dr. João Cordeiro.