sábado, julho 29, 2006

Revisão da matéria dada [2]*

Ainda sobre as comissões nos levantamentos do Multibanco


Não estamos de acordo com José Ferreira Marques quando afirma: “Nem por isso os bancos portugueses são mais caros para os seus clientes do que os estrangeiros.

A verdade é que, nas duas tentativas que vieram a público para impor uma taxa nos levantamentos no Multibanco, as instituições bancárias, a acreditar no que os media então disseram, não recuaram apenas pela força das jornadas de protesto da Deco. Terão obtido algumas contrapartidas, designadamente de índole fiscal. As conquistas consolidaram-se entretanto e, porque os governos passam e a memória se dilui, voltam à carga, como se neste período nada tivesse acontecido a Oeste.

Por outro lado, os quadros reproduzidos em baixo evidenciam que em Portugal são praticadas das mais altas taxas pelos acquirers (instituições financeiras ou de crédito com acordos com os comerciantes):

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É óbvio que os comerciantes repercutem o valor suportado no preço dos bens que os consumidores adquirem. E quem são estes consumidores? São os clientes da banca… Talvez isto não acontecesse se não houvesse uma situação de domínio do mercado por parte da SIBS (no caso dos cartões de débito) e da UNICRE (nos cartões de crédito). Estes dados foram retirados de um trabalho encomendado pelo Observatório do Comércio à PricewatwerhouseCoopers, intitulado Estudo sobre Taxas e Outros Encargos Relativos aos Pagamentos com Cartões de Crédito e Débito em Portugal.


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* Post publicado em 1 de Março de 2006.

2 comentários :

  1. Agradeço-lhe a demonstração, de como, continuamos, como sempre, a levar com a ripa de quem detem o poder, e o poder é o financeiro, não tenhamos ilusões sobre isso

    Claro, que o MFerreira, tenta sair pela porta de serviço e, a porta de serviço, é tentar tapar o sol com a peneira.

    Isto tem um nome, o País esta cartelizado, vive do cartel em varios dominios, o que é, não só, uma legalidade, como tambem um atrofiamento a lei da concorrencia, que se quer.

    E o que faz, a CGD como banco público?, alinha. A sua preocupação é manter-se á tona de agua. É um banco que não é competitivo, atrasado nos processos, mas que paga muito bem ao seu pessoal e quadros, como se sabe. É fundamental manter. Baralhar e dar de novo, só que, aguarda que seja o BES ou BCP a marcar o trunfo.

    A posição do BP neste quadro, resume-se a um escritorio de estatistica, que podia ser muito bem feito pelo INE, livrando o País, de altruímos sociais, verdadeiramente chocantes, como sejam as reformas, julgo únicas, no mundo, para um banco emissor e outras. Ao que li, algures, o BP, paga, parte, ao seu pessoal, para fazer ferias em turismo rural, a ser verdade, é outra escandaleira. Talvez o Medeiros Ferreira saiba se é verdade ou não.

    Concorrencia, aqui neste cantinho, ó meu caro Abrantes, é só para totós.

    Voce não vê, como já lhe tinha dito, o caso do medicamento vs farmacias, é só fogo de vista. Você nasceu ontem?

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  2. uma legalidade, como tambem um atrofiamento a lei da concorrencia, que se quer.



    Queria dizer " uma ilegalidade"

    Ilegalidade, legalmente praticada, subrepticiamente, claro

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