quinta-feira, setembro 07, 2006

O Sol na Terra



Edward Hopper, Morning Sun, 1952



A direcção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público decidiu discorrer acerca do futuro procurador-geral da República. Paulo Gorjão comenta assim a previsibilidade de António Cluny:

    “(…) Cada vez que emite uma opinião já se sabe o que vai dizer. Sem um único segundo de desvio. Com a subtileza e a elegância dos movimentos de um elefante numa loja de cristais.
    António Cluny, pois claro, entende que é mais fácil escolher o futuro PGR entre juízes e magistrados do Ministério Público, na medida em que é entre estes que mais facilmente se encontra uma «personalidade independente».
    De facto, os juízes e os magistrados portugueses -- por comparação com outras classes profissionais -- são uma fonte inesgotável de virtudes. Naturalmente, Cavaco Silva não deve ignorar semelhante conselho, sobretudo tendo em conta esta linha de argumentação.
    Dito isto, a cereja em cima do bolo é esta: «Um outro escolho -- e por certo, não menos importante -- seria a existência de uma comunicação social culta, crítica, pluralista e independente. Infelizmente, esse já foi removido. Talvez que o calor de uma nova luz a ajude a renascer um dia.»
    Fantástico, não é?
    É claro que um personagem como Cluny, se existisse esta imprensa ideal, seria a sua primeira vítima, uma vez que não toleraria a sua demagogia.
    Dito isto, achei interessante a referência -- subtil, como Cluny sempre é... -- ao novo semanário, o SOL: «Talvez que o calor de uma nova luz a ajude [a comunicação social] a renascer um dia.»
    Lindo. Diria que foi um momento de rara poesia...”

Não discordo do post de Paulo Gorjão, salvo quanto ao último período. Não se trata, com efeito, de “um momento de rara poesia…” É, antes de mais, um apelo lancinante: a moça que aviava os recados de Cluny no Expresso está a caminho do Sol. Não estão em causa apenas os recados políticos, mas também os profissionais: o Expresso foi o único órgão de comunicação social que não deu destaque às considerações do Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa, ex-presidente do Tribunal de Contas, sobre a actividade do Ministério Público neste tribunal superior. Durante uns dias, Cluny teve de se fazer de morto.

8 comentários :

  1. E a decisão do Tribunal do Norte no caso da dívida da Liga de Clubes? DEZASSETE MILHÕES DE EUROS!

    ResponderEliminar
  2. Abrantes:
    "a moça que aviava os recados de Cluny no Expresso está a caminho do Sol."

    "o Expresso foi o único órgão de comunicação social que não deu destaque às considerações do Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa, ex-presidente do Tribunal de Contas, sobre a actividade do Ministério Público neste tribunal superior. Durante uns dias, Cluny teve de se fazer de morto."

    Dois crimes de difamação aqui bem explícitos.

    Espero que o CLuny se ler isto, saiba o que deve fazer e o Expresso idem.

    V. passa das marcas com uma frequência inaudita para quem escreve do modo como o faz e com o nome que tem.

    Não se admire das consequências, um dia destes e não estou a ameaçar. estou a avisar que é bem diferente.
    Prefiro fazê-lo de modo anónimo, embora para si nem tanto.

    ResponderEliminar
  3. Qui Set 07, 07:36:37 PM

    A intimidação é a arma dos agentes do M.P. ?

    A nova pide vem a caminho .... Chiça que gente !

    ResponderEliminar
  4. Eles estão de cabeça perdida . Agora andam pelos blogs a ameaçar.

    ResponderEliminar
  5. Insultar para disfarçar as últimas trapalhadas do governo é feio, "Miguel"...

    Mas se é para isso que te pagam, o que fazer?

    ResponderEliminar
  6. Onde está o insulto ?? Força Miguel !

    ResponderEliminar
  7. O novo Procurador-Greal da República já está revelado no "Braganza Mothers".
    Só não leu ainda quem não quis...

    ResponderEliminar