«Tem-se diabolizado o FMI» - Passos Coelho, em 25 de Março de 2011
segunda-feira, setembro 18, 2006
Pôr a corporação a estudar a Constituição
Se a Constituição não impõe que o procurador-geral da República seja um magistrado, porque é que sectores do Ministério Público andam numa estridente campanha para que a escolha do sucessor de José Adriano Souto Moura recaia na prata da casa?
É só para lhe significar o imenso gozo que tenho sentido com as certezas majestáticas de alguns insectos que vêm bolsar neste Blogue a insuportável impotência que os corrói por dentro. Os nossos magistrados são assim. Publica e oficialmente apresentam-se como grandes luminárias banhadas com as certezas próprias do poder despótico e antidemocrático. No anonimato da sua imensa solidão, não passam de pequenas alimárias corroídas interiormente esmagados pelo rancor (contra tudo e contra todos) e pela constatação da sua imensa pequenez.
O Presidente da República vai nomear o Juiz Conselheiro Fernando José Matos Pinto Monteiro como Procurador-Geral da República, estando a tomada de posse marcada para o próximo dia 9 de Outubro.
«Já quanto ao pacto sobre a justiça, como disse, é diferente. Não apenas se está a tocar na própria estrutura do Estado democrático, como se está no domínio altamente sensível em que dois poderes, o legislativo e o executivo, determinam a organização de um terceiro - o judicial. A essa luz, se alguma coisa há a lamentar sobre este pacto, não é que ele tenha existido, mas que, já que existiu, não se tenha ido mais longe e não se tenha aproveitado a oportunidade para ir à raiz de muitos dos males da justiça, que todos conhecem e sabem assentar na mentalidade e resistência corporativa dos corpos judiciais. Dois partidos que em conjunto representam 80% do eleitorado e que dispunham do apoio político de um Presidente recém-eleito por maioria absoluta, tinham obrigação de ter mostrado mais coragem e ter ido bem mais além. Mas, enfim, isso é uma sina nossa: nunca se faz nada de uma vez só, mas apenas se avança por pequenos passos, muitas vezes mais pequenos do que o ritmo a que os problemas se vão acumulando.»
Li e reli o texto do "pacto para a justiça" entre o PS e o PSD. (pode ser consultado aqui). E, para meu contentamento, e para a saúde do Estado de Direito, não existem notas de rodapé com cláusulas escritas em tamanho 5 (tipo os contratos de seguros) a dizer:
1 - Em caso de "alerta amarelo" ambos os partidos comprometem-se a cerrar fileiras e a falar em cabalas contra o poder político
2 - Cada uma das partes compromete-se a trocar informações sobre investigações judiciais em curso que possam afectar a outra parte.
3 - Se uma das partes tiver conhecimento que um elemento da outra se encontra sob escuta, deve avisar de imediato a outra através do oficial de ligação. Este contacto será, obrigatoriamente, presencial por razões óbvias.
4 - A escolha dos oficiais de ligação ficará ao critério de ambas as partes."
Cda um lê a CPR com o olho mais à mão.
ResponderEliminar"estridente campanha" só se for a que se faz aqui, em nome de uma certa pessoa, de um certo partido e de uma certa associação secreta...
ResponderEliminarParafraseando um grande pensador da contemporaneidade lisboeta «Todos defendemos a Constituição desde que ela não nos bata à porta».
ResponderEliminarFilotémis
É tão agradável ver o diálogo-monólogo "Miguel Abrantes"-Filotemis...
ResponderEliminarTens que começar a usar a imaginação para escolher os pseudónimos e heterónimos, Miguel...
Da próxima sugiro que autointitules Nemesis.
Miguel estás a alimentar burros a pão de ló !
ResponderEliminarCaro MA
ResponderEliminarÉ só para lhe significar o imenso gozo que tenho sentido com as certezas majestáticas de alguns insectos que vêm bolsar neste Blogue a insuportável impotência que os corrói por dentro.
Os nossos magistrados são assim. Publica e oficialmente apresentam-se como grandes luminárias banhadas com as certezas próprias do poder despótico e antidemocrático. No anonimato da sua imensa solidão, não passam de pequenas alimárias corroídas interiormente esmagados pelo rancor (contra tudo e contra todos) e pela constatação da sua imensa pequenez.
Vá em frente porque é isso que os fere.
Filotémis
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarCaro Miguel-Filotémis-Jack:
ResponderEliminarQuando conversais pode-se falar em monólogo de Urinól?
http://www.presidencia.pt/?id_categoria=9&id_item=1508
ResponderEliminarO Presidente da República vai nomear o Juiz Conselheiro Fernando José Matos Pinto Monteiro como Procurador-Geral da República, estando a tomada de posse marcada para o próximo dia 9 de Outubro.
Ora bolas - mais um Juiz...
ResponderEliminarSó te saem cartas abertas, urinois, prémios do dia dos reis, eurominas, pedrosos, casas-pias e afins.
É deprimente ver homens de meia idade a escrever comentários deste nível. Ó Fernando Martins, tome lá a pastilha.
ResponderEliminarCaro Miguel:
ResponderEliminarO SiteMeter já não é que era dantes...
Talvez um gurosan, uma pomadita no sítio e uma ida a Nogueira da Mangedoura resolvam o problema.
PS - Então a Vera e as amigas, portam-se bem? Ando um bocado desconfiado de que, se calhar trabalham demais...
«Já quanto ao pacto sobre a justiça, como disse, é diferente. Não apenas se está a tocar na própria estrutura do Estado democrático, como se está no domínio altamente sensível em que dois poderes, o legislativo e o executivo, determinam a organização de um terceiro - o judicial. A essa luz, se alguma coisa há a lamentar sobre este pacto, não é que ele tenha existido, mas que, já que existiu, não se tenha ido mais longe e não se tenha aproveitado a oportunidade para ir à raiz de muitos dos males da justiça, que todos conhecem e sabem assentar na mentalidade e resistência corporativa dos corpos judiciais. Dois partidos que em conjunto representam 80% do eleitorado e que dispunham do apoio político de um Presidente recém-eleito por maioria absoluta, tinham obrigação de ter mostrado mais coragem e ter ido bem mais além. Mas, enfim, isso é uma sina nossa: nunca se faz nada de uma vez só, mas apenas se avança por pequenos passos, muitas vezes mais pequenos do que o ritmo a que os problemas se vão acumulando.»
ResponderEliminarhttp://semanal.expresso.clix.pt/1caderno/opiniao.asp?edition=1768&articleid=ES232170
"Podemos dormir descansados
ResponderEliminarLi e reli o texto do "pacto para a justiça" entre o PS e o PSD. (pode ser consultado aqui). E, para meu contentamento, e para a saúde do Estado de Direito, não existem notas de rodapé com cláusulas escritas em tamanho 5 (tipo os contratos de seguros) a dizer:
1 - Em caso de "alerta amarelo" ambos os partidos comprometem-se a cerrar fileiras e a falar em cabalas contra o poder político
2 - Cada uma das partes compromete-se a trocar informações sobre investigações judiciais em curso que possam afectar a outra parte.
3 - Se uma das partes tiver conhecimento que um elemento da outra se encontra sob escuta, deve avisar de imediato a outra através do oficial de ligação. Este contacto será, obrigatoriamente, presencial por razões óbvias.
4 - A escolha dos oficiais de ligação ficará ao critério de ambas as partes."
in http://o-bem-amado.blogspot.com/