segunda-feira, dezembro 18, 2006

“Votar com os pés”

Julgo que a expressão era do Prof. Sousa Franco. Ao analisar os regimes de finanças locais noutros países, queria o professor de Finanças Públicas dizer que os munícipes tenderiam a deslocar-se para os concelhos nos quais a tributação fosse mais baixa.

Quando li a lei, pensei que ela seria contestada por todos aqueles que se opõem à autonomia do poder local. Confesso que não imaginava que um instrumento que vem dar um poder acrescido aos autarcas fosse por eles contestado. A possibilidade de a taxa de IRS poder variar consoante os interesses dos municípios não será um meio privilegiado de os concelhos despovoados captarem população? E de os concelhos que estão a deitar por fora travarem a fixação nos seus concelhos?

A política autárquica tem razões que a razão desconhece.

14 comentários :

  1. "A política autárquica tem razões que a razão desconhece."
    O problema é que a politica não entra nas autarquias. O que entra são outras coisas nomeadamente o poder a qualquer preço e o deitar a mão a todo o tipo de subterfugios para servir de desculpas para a incompetência.

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  2. Não é só a política autárquica:
    http://publico.clix.pt/shownews.asp?id=1279886

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  3. Os autarcas querem é terrenos para construir e obras para fazer.

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  4. O interior é tórrido no verão e gelado no inverno.
    Quem é que quer ir para lá viver? Só se for doido.

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  5. "Voter com os pés" é uma expressão de Tiebout. Uma vez mais o grande académico português limitou-se a plagiar. Deve ser o rigor técnico a que estamos a habituados.

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  6. E esta .....

    Conforme noticiado pelo semanário SOL, a partir do próximo ano, a DGAJ vai começar a instalar o sistema de gravação (áudio e com possibilidade de gravação vídeo) digital nas 700 salas de audiência existentes em Portugal.

    Esta solução permitirá uma melhoria significativa na celeridade, segurança e funcionalidade da recolha e tratamento da prova produzida em julgamento.

    Valeu a pena o esforço.


    Um ano depois de apresentada e proposta essa solução técnica no último Congresso dos Juízes Portugueses, a mesma foi adoptada pelo Ministério da Justiça, após ter sido testada, com sucesso, em julgamentos realizados no Tribunal Judicial de Faro.

    O projecto «Tribunal XXI» ilustra, de forma clara, que o diálogo e a cooperação institucional - neste caso, iniciada pelos juízes e correspondida pelo Governo -, podem conduzir a um aumento de eficácia na administração da justiça.

    Uma iniciativa a desenvolver.
    Uma prática a reiterar.
    Nesta e noutras áreas sensíveis.

    A Bem dos cidadãos.

    Vide:
    Blog de Informação
    Tribunal XXI

    Experiência-piloto

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  7. Olhe, nem mais Miguel, nem sabia que o Prof Sousa Franco tinha proposto essa medida.

    È que hoje, na Antena 1, voltou o tema das assimetrias regionais, apesar de não ser favoravel as regiões, alguma medida ou medidas, deviam ser tomadas há muito para manter as populações em locais mais desfavoraveis e lembrei-me precisamente pelo incentivo fiscal, não pelo IVA, mas pelo IRS e IRC, e porque não com a conjugação com a taxa da segurança social,empregado e empregador.

    Grosso modo e não aprofundando as vantagens vs desvantagens, seria uma forma coerente de manter as populações nas zonas do país mais pobres.

    Um tema interessante e bem haja por ele.

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  8. Santa ignorância....

    http://en.wikipedia.org/wiki/Tiebout_model

    Também foi o Professor Sousa Franco que inventou a teoria da relatividade?

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  9. Abrantes:
    Conta lá uma do Governo com a qual não estejas de acordo...

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  10. Caro Anónimo [Ter Dez 19, 01:47:37 PM]:

    As coisas não se devem pôr nesses termos. Mas pondo, convém saber ler um blogue: o que está escrito, o que não está, como está, etc., etc..

    Tente lá. Convença-se de que é capaz.

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  11. Tens razão, Miguel "As coisas não se devem pôr nesses termos."

    Basta ver o comentário de Seg Dez 18, 08:19:01 PM para perceber tudo, "o que está escrito, o que não está"...

    Viva o tacho.
    Viva o avental.
    Rose power 4ever...!

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  12. Ó Miguel eles querem é musica, dá-lhes com um fadinho do Antonio Mourão

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  13. Partindo do princípio, como é óbvio, que os diferentes municípios oferecem idênticas possibilidades de vida, o que não acontece. Os problemas de emprego, acesso a cuidados de saúde, redes escolares, preço da própria habitação, tudo isso condiciona mais a escolha do município onde fixar residência do que o sistema fiscal. A diferença da taxa teria que ser de tal forma grande que compensasse os custos da mudança de residência - arriscando o desiquilíbrio das contas públicas.

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  14. Que grande confusão!...


    O IRS é um imposto NACIONAL e, como tal, é óbvio que não pode ser diferente de local para local. Isto é a minha opinião, independentemente de vir a ser ou não declarado uinconstitucional.


    O "direito" que o Governo quer assim fazer "por linhas tortas" só seria admissível e, até, louvável, no caso das contribuições municipais ou REGIONAIS, as quais poderiam de facto ser variáveis, por corresponderem a serviços ou benefícios proporcionados por cada entidade cobradora (e decididos democraticamente pelos respectivos eleitores!).


    Exemplo: o Imposto Municipal sobre veículos poderia ser significativamente mais elevado nas zonas "desenvolvidas", onde há bons meios de transporte e boas infra-estruturas, e muito reduzido nas zonas deprimidas, onde os custos de ter automóvel são já agravados pelas más estradas, ausência de alternativas, etc.


    Mas não com o IRS ou o IRC, que servem para TODOS e em TODA A PARTE!

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