segunda-feira, março 12, 2007

Vasco on security

Vasco Pulido Valente é, sem dúvida nem favor, um dos colunistas mais estimulantes que escreve nos jornais. Se eu fosse o proprietário do Público, colocava-lhe apenas duas condições para ajustar a sua colaboração:

    • Não dizer bem de ninguém (quando o faz, VPV torna-se um chato insuportável);
    • Não falar do que não sabe.

Pois, é verdade, VPV não é deus. Há coisas sobre as quais nada sabe. Ficou nos anais da vida política portuguesa um debate que travou, em representação do PSD, com José Magalhães, em que, manifestamente, não fazia a menor ideia (nem sequer aproximadamente aos milhares) do montante do salário mínimo nacional.

Agora VPV resolveu discorrer sobre segurança. Que políticos profissionais e ex-dirigentes dos serviços e forças de segurança que por lá passaram episodicamente e saíram ressabiados digam disparates, compreende-se. Mas VPV?

Quem terá dito a VPV que há um perigo de governamentalização da segurança? Então a segurança não é da responsabilidade do Governo? E o Gabinete Coordenador da Segurança, com o seu secretário, que, por acaso, é um general (mas poderia ser um magistrado ou um polícia, por exemplo), não depende já do primeiro-ministro?

Seria avisado que VPV (e os clones blogosféricos) lessem a lei de segurança interna para poder perceber que assim é e que assim continuará a ser com o novo cargo de secretário-geral. O que tem acontecido e pode continuar a acontecer é que o primeiro-ministro delegue num ministro (o da Administração Interna) essa tutela. O único problema da delegação é haver serviços e forças de segurança que dependem doutros ministérios — Justiça, Defesa, etc..

Portanto, a tal resolução maquiavélica do Conselho de Ministros, que tantas almas aflige, limita-se a valorizar mais a coordenação e o cargo de secretário-geral e a conjugar melhor as várias funções dos serviços e forças de segurança (ordem pública, prevenção criminal e investigação criminal).

O país que não precisava destas alterações era o Portugal paroquial, rural e semianalfabeto de Salazar. Os conhecimentos de VPV em matéria de segurança constituem uma estranha mistura entre reminiscências desse tempo e leituras esparsas de alguns liberais ingleses e americanos. Manifestamente, isso não chega para falar deste tema.

PS — Interessa notar que a reforma da lei da segurança interna, segundo diz António Costa, que hoje assina um artigo sobre o assunto no DN, vai até reforçar o envolvimento da Assembleia da República, que passa a fazer uma audição prévia do secretário-geral da segurança interna. Em vez de governamentalização, parece que se caminha para a parlamentarização…

5 comentários :

  1. Plenamente de acordo.

    Só vim aqui para "tosar" no VPV, num clone chamado João Gonçalves e num chamado Paulo Gorjão.

    Quanto a VPV não passa, de facto, dum homem delirante, armado em inglesinho de 2.ª, citando Maria Velho da Costa. Relativamente a João Gonçalves e ao pidezinho da blogosfera, coitados, são obessivos e ainda por cima imitam pessimamente o Pai, já gágá...

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  2. Ó Miguel, o Vasquinho. e dos poucos, que é pago para dizer umas asneiras seguidas e trautiadas ... é verdade, em qualquer País, em inglaterra por onde passou, as pessoas são pagas consoante a qualidade do seu trabalho..por isso, o Vasquinho veio recambiado e por cá ,come os cavaquinhas das Caldas.

    Há dias, passei os olhos pelo livro que ele editou, sobre o Prof Marcello Caetano, no qual, eu Ze Bone, não nego, sou um fan, sou um Marcelista racauchutado, mas ao ler o livro desse intelectual, de tanto mal, de tanta queixinha, mais me convenci que o Prof MCaetano, conhecia bem essa nova fornalha de intelectuais que ía dar luz ao 25 de Abril, do que resta é a liberdade, muita dela irresponsavel

    Ze Bone

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  3. No VPV estou-me bem borrifando. Mas que esta câmara corporativa é mesmo corporativa, estou de acordo

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  4. O James parece conhecer bem a vida da Velho da Costa em Inglaterra.Deve saber,portanto,a maneira crapulosa como essa senhora roubou o marido a uma amiga...e outras porcariasNão serve para referência de nada.

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  5. Trólaró

    V deve andar baralhado.

    Olhe que ex-Mnemónica do VPV também é cá um exemplo de "virtudes", segundo essa sua cabecinha judaico-cristã, cuidado com ela!

    Normalmente eu não me debruço sobre negócios de alcova, para que fique ciente.

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