"Convido-vos, a si, Miguel e aos seus leitores, a reflectir sobre algumas das propostas apresentadas na quinta-feira passada pelo Compromisso Portugal e, sobretudo, a ler nas respectivas entrelinhas:
• Planear a saída do Estado a curto prazo das Empresas em que participa (excepções a fundamentar), pois tal actividade não constitui uma das suas atribuições fundamentais e pode criar situações de conflitos de interesse, promiscuidade e concorrência distorcida.
Ou seja, privatizar tudo, salvo excepções muito bem fundamentadas (o que, a um grupo de empresários e gestores, dá sempre jeito).
• Recrutamento, selecção e desenvolvimento dos quadros de topo compensando-os competitivamente
Ou seja, pôr o Estado a contratar malta como a do Compromisso Portugal, a peso de ouro.
• Alteração do modelo de governação das escolas
Em que sentido, já agora???
• Concorrência sã e financiamento adequado para as escolas e universidades do Estado e privadas
Ou seja, financiamento do Estado, quer para as escolas e universidades do Estado, quer para as privadas. Que bom para as privadas…
• Abertura, flexibilidade e maior concorrência em todos os mercados, desde o mercado de factores (por exemplo, mercado laboral) até ao dos bens e serviços não transaccionáveis
Ou seja , mais despedimentos.
• Explicitação dos direitos sociais a proteger pelo Estado
Os direitos sociais a proteger pelo Estado são aqueles que já estão explicitados na Constituição, sem tirar nem pôr. A menos que o Compromisso Portugal pretenda uma re-leitura de sentido restritivo da parte da Constituição que explicita os direitos sociais.
• Programar a transição progressiva do novo sistema para um sistema de capitalização com conta própria
Ou seja, menos dinheirinho para o sistema de repartição da Segurança Social (quê? repartir as minhas contribuições e o rendimento das minhas stock options com os mais idosos???) e mais dinheirinho para contas individuais em seguradoras privadas.
• Simplificar e clarificar os sistemas e processos de intervenção no território e diminuir, sem recurso a excepções, os tempos de apreciação e aprovação
Não foi exactamente isso que o Primeiro-Ministro anunciou no Parlamento para aí há 2 meses atrás???
• Conservar e valorizar os valores naturais, incluídos nas Áreas Protegidas e Rede Natura, divulgando-os e contratualizando e financiando a sua gestão.
Ou seja, contratualizar a gestão com privados e financiar os privados para efectuarem essa gestão. Tudo óptimo… para os privados!
• Adopção urgente de medidas duradouras e eficazes na melhoria da resposta judicial que é oferecida aos cidadãos
“Medidas duradouras e eficazes”. Boa! E quais são, já agora?
• Racionalização da gestão do sistema judicial e revisão da organização e funcionamento das magistraturas
É preciso é saber se as magistraturas deixam…"
domingo, julho 01, 2007
A palavra aos leitores – Ler nas entrelinhas
De e-mail enviado por Paulo Baptista:
É... muito bonito, o que essa malta precisava era de dar a cara e concorrer a eleições...
ResponderEliminarMalandros... não queriam mais nada...
De tudo, eu só concordo com os despedimentos.
Edie Falco
Eu pensava que quem define as atribuições do Estado eram os eleitores, ao conferirem mandatos aos órgãos de soberania.
ResponderEliminarAfinal parece que quem as define é o «Compromisso Portugal», que eu nunca elegi e nunca me foi apresentado.
O "Compromisso Portugal" é a mesma surra que o Governo e o Partido Socialista, só que tansos do "Compromisso Portugal" cometeram o deslize de passar a limpo as suas aspirações, armadilha em que o "quase engenheiro" não caíu...
ResponderEliminarDaí, todo o macacal irritadíssimo com a prática deste (des)governo...
Fechos disto, daquilo, daqueloutro, Flexinseguranças, perseguções, saneamentos políticos, cerceamentos à liberdade de imprensa, etc., etc., etc...
Sócrates o ditador
ResponderEliminarpor António Barreto
«A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser
interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser
interessantes, os resultados é que contam.
Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter
afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho
à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma
inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal,
mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal.
A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas
rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu
partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu
que se pode governar sem políticos.
Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos,
cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?
Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram
encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns
foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar
vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo.
Manuel Alegre resiste, mas já não conta.
Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem
poderes.
João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai
dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino,
eterno desejado, exerce a sua profissão.
Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se.
Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos
César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena
Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão
reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola
sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos
socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e
repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O
ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a
meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o
sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e
dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam
Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião,
mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de
essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a
gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura
diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros,
que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o
primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem
directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus
diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão
menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo
estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado.
Despótico.
Irritado. Enervado.
Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam
previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter
tudo quanto vive sob controlo.
Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz
política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de
manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates
está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto
Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário
Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o
Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em
privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se
vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e
orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade
de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para
aceder à informação.
As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de
fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente
competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de
adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses
económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição
desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa
eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os
cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que
o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É
sinal da impotência da oposição.
De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta
de carinho dos portugueses pela liberdade.»
in "Correio da Manhã" de 2007-07-02
ResponderEliminar..."O primeiro acto da presidência portuguesa ficou ainda marcado pelo facto de o primeiro-ministro, José Sócrates, não ter entrado pela porta principal do edifício, com o objectivo de fugir aos assobios das centenas de manifestantes que aguardavam as diversas individualidades. Ao contrário de todos os outros membros do Governo, Sócrates preferiu entrar por uma porta lateral."...
Este "quase engenheiro" é impagável...
Tal qual um rafeiro maltratado (apesar de todo o carinho que nutro pelos animais)...
Esta malta do Compromisso que fizeram o programa do PSD, perderam as eleições, mas querem sempre entrar por qualquer lado.
ResponderEliminarEstás de parabéns Abrantes, os gajos do Mendes/Público já destacaram um comentador de serviço para te encherem a caixa de comentários.
ResponderEliminarSocrates a leguas de qualquer anterior 1º. ministro. Pela inteligencia, honestidade, competencia politica, frontalidade e trabalho.Foi o único que traçou um rumo para tirar o Paías do marrasmo, como acabou com alguns dos previlégios que beneficiavam castas corporativas.Assim, fazem dele um politica excepcional que só os INVEJOSOS e CAMALEÕES não querem vêr.
ResponderEliminarDaqui a 2 anos lá estarei para mudar o meu voto, no PS com Socrates.
Tá-se mesmo a ver qual é o COMPROMISSO deles e a que PORTUGAL se referem.
ResponderEliminarMas alguém leva a serio o Antonio Barreto? Com o seu aspecto de psicanalista/psiquiatra, hora vê o tempo azul, rosa, vermelho com uma inclinação laranja que roça o negro profundo ou seja o caos.
ResponderEliminarO seu tempo já passou, é mais um analista comentador em declinio mental.
E a propósito... será que a outra vai publicar o 2.º volume das suas aventuras?
ResponderEliminarHá homens amargos!
Para já não falar do amargo valentão... valentão?!!
ResponderEliminarQuem discorda do actual PS tem problemas mentais.
ResponderEliminarOnde é que eu já ouvi isto?
Até admira não lhe chamarem invertido.
Ou se calhar não admira, tendo em conta quem povoa os órgãos de cúpula do actual PS...
Num País de Doutores e de Engenheiros, aquele, que dizem que não é Engenheiro, que é engenheiro da farinha amparo, esta s er uma grande revelação, sinal, que os PSs sabem o que escolheram - temso homem dizia o meu avô.
ResponderEliminarTrinca Espinhas , como o nome de intelectual, do Ze Boné
Sócrates tem-se revelado um excelente primeiro ministro e isso é que não lhe perdoam.
ResponderEliminarSócrates prafrentex! Os cães ladram e a caravana passa. A funcionada anda com o cuzinho apertado.
ResponderEliminar"Foi o único que traçou um rumo para tirar o Paías do marrasmo, como acabou com alguns dos previlégios que beneficiavam castas corporativas.Assim, fazem dele um politica excepcional que só os INVEJOSOS e CAMALEÕES não querem vêr."
ResponderEliminaraqui está um bom exemplo do fim dos previlégios:
"Após mais de 30 anos de serviço, o professor Artur foi traído pelo cancro. Ficou sem a laringe e só falava, com grande dificuldade, através de um aparelho. Mesmo assim, foi-lhe recusado o pedido de aposentação e até uma junta médica o deu como apto. Mas os alunos acabaram por não ouvir qualquer aula ao som da sua voz robótica. O professor morreu no dia 9 de Janeiro."
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=248709&idselect=10&idCanal=10&p=200
São comentários e perguntas muito pertinentes às propostas. Os meus cumprimentos, Paulo Baptista.
ResponderEliminarPena que não me pareça possível que os seus autores, nomeadamente António Carrapatoso, que mais se tem exposto na sua apresentação mediática, se confrontem com alguns e algumas delas...
Ganda malha, anónimo das 3.29.
ResponderEliminarPena é que, para prova de que quem nos comanda é um grupo de feras insensíveis, andem por aí a morrer pessoas, literalmente.
Incompatibilidades: TC chumba alargamento da lei a ilhas
ResponderEliminarO Tribunal Constitucional (TC) chumbou hoje a lei que estende o regime de incompatibilidades aos deputados regionais dos Açores e da Madeira, em resposta a um pedido de fiscalização do Presidente da República.
Ainda a propósito do professor Artur que morreu em Janeiro, sem voz e vítima de cancro a Sra Directora da DREN colocou on-line um comunicado que, sem o dizer, nos informa que a junta médica da CGA agiu ao contrário dos serviços da DREN e da escola.
ResponderEliminarse a DREN agiu bem, deduzo do comunicado que a CGA agiu mal.
ou estou a ver mal as coisas?
http://www.dren.min-edu.pt/docs/2007/COMUNICADO-AlbertoSampaio.pdf
E a política de poupança cega perseguida pela CGAposentações não tem nada a ver com a política do Governo.
ResponderEliminarOs que estão na CGAposentações, nem sequer são comissários políticos do Governo.
Ou estou a ver mal as coisas?
O Tribunal Constitucional também deve achar que não tem jurisdição sobre as ilhas
ResponderEliminarA descrição que António Barreto faz de Sócrates é exemplar. O que ele ainda não percebeu é que... é exactamente por esta descrição que eu e a legião de seguidores do Grande Líder gostamos dele...
ResponderEliminarDeixa-te de tangas, pá.
Edie Falco
Ó Edie Falco:
ResponderEliminarAté deves gostar de levar umas chibatadas.
Gostos não se discutem.
Mas não podes querer que todos os outros gostem também.
Eu não gosto, por exemplo.
Desculpa lá qualquer coisinha.
Artigo de opinião no Correio da Manhã, de Luís Filipe Menezes
ResponderEliminarO TGV é um transporte adaptado a países extensos. [...]
É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega e na Suécia
Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado
o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos alfa
por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos
passageiros,
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de
vista, demorou cerca de cinco horas. Não fora ser crítico do projecto
TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria
comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites
orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem
perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da
substantiva criação de riqueza.
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu
Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e
jardins--de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio
à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de
futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de
pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia
dúzia de multinacionais,
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental,
extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de
viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que
fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com
pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não
o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros
países ricos.
Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de
cerca de 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na
economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto
praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente
envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos
engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e
Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil
obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil
creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de
dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam
cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras
carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária
secundária.
Cabe ao Governo reflectir, cabe à oposição contrapor, cabe aos cidadãos
rebelarem-se.
Luís Filipe Menezes, Político
Caro Irineu Garcia,
ResponderEliminarNa parte que me respeita, ninguém me encomendou qualqrer sermão.
Venho aqui voluntariamente, em nome individual, demonstrar-vos que não sois detentores de todas as virtudes, tal como vos arrogais.
como é que o M A tem tempo para tudo isto? Trabalha?
ResponderEliminarBom, não sou funcionário público mas tenho muitos à minha volta, e
ResponderEliminardesde puto que cresci no meio deles. Por isso, vou também meter o
bedelho.
É público e notório que existem MUITOS funcionários públicos que não
fazem nenhum e outros que, mesmo fazendo alguma coisa, são
manifestamente incompetentes. E, é também certo, raramente ou nunca
lhes acontece alguma coisa.
Porém, isso é culpa deles, funcionários? Ou não será de um Estado que,
desde sempre, assim o permite?
Mais, quem tem um MÍNIMO de conhecimento do funcionalismo público
também sabe que existem alguns funcionários que fazem por si e pelos
outros - exactamente graças a estes é que o Estado ainda existe.
Pergunto: é justo que estes, os bons, comam pela mesma medida dos maus?
É ÓBVIO que é imprescindível começar a diferenciar os bons dos maus.
Mas pergunto, de novo: NÃO SERÁ QUE É POR AÍ QUE SE DEVE COMEÇAR? Ou é
justo que se comece por pôr todos no mesmo saco, retirando-lhes
direitos que adquiriram quando ingressaram na função?
Depois, há tudo aquilo que o povo desconhece: por exemplo, sabiam que
os funcionários judiciais podem passar ANOS - repito, ANOS - a mais de
300 Km de casa? Tenho vários destes no meu tribunal. E não me esqueço
da funcionária que tive em Benavente, que saía de casa (em LEIRIA) às
6h00 da manhã para vir de TRANSPORTES para o tribunal, onde chegava
DUAS HORAS DEPOIS. Trabalhava que nem uma moura e, às 20h00, voltava
para casa. Onde chegava pelas 22h00. Em regra, por essa altura já os
filhos dela (com 1 e 3 anos) estavam deitados. Ela aproveitava então
para, no PC dela, fazer actas...
E agora? Agora come com menos reforma, menos direitos, congelamentos...
E, pelos vistos, parece não ter direito a protestar. Porquê? Porque
parece que há outros que não fazem nenhum...
Justo? Não creio.
Por fim: é justo que os problemas financeiros do Pais sejam pagos à
custa dos funcionários públicos? Só por má fé se pode dizer que sim.
E, no entanto, é o que está actualmente a acontecer...
Poupa-se nos aeroportos? Nos TGV's? Nos estádios de futebol para a
Palestina? Nas reformas dos políticos? Não. Poupa-se nos salários dos
FP's, nas suas reformas.
E resulta? CLARO QUE SIM! AFINAL, OS FP'S SÃO A MINORIA ODIADA DE
TODOS OS DEMAIS PORTUGUESES. Tudo o que seja bater neles, é sucesso
político garantido.
Nos entretantos, fazem-se aeroportos, TGV's, estádios na Palestina,
gastam-se milhões em Timor, etc., etc., etc. e o povo... cantando e
rindo.
Agora, aparecem os FP's a querer fazer greve.
Então digo isto:
no meio de toda esta merda,
parece que só mesmo os FP's é que ainda estão vivos.
De resto,
o povo português morreu há muito .