sexta-feira, dezembro 21, 2007

O SMN com o Blasfémias ao rubro (salvo seja)

Começo por confessar que eu sou daqueles que lêem (quase) sempre os escritos económicos do João Miranda. Os do jaquinzinho, já reparei, são mais lidos pelo João Pinto e Castro, nesta informal divisão social do trabalho blogosférico.

O nosso investigador em biotecnologia fez um comentário a este post. Podendo um leitor mais apressado, daqueles que consomem posts em diagonal, ter ficado convencido de que João Miranda leu mesmo o post em causa, chamo a atenção para os seguintes pormenores:

    1. Os salários médios em Portugal foram os seguintes: em 2003, € 886,5; em 2004, € 921,6; em 2005, € 959,6; e, em 2006, € 997.

    2. Convém esclarecer que, quando se fala em salário médio, o que está em causa não é uma pessoa ganhar 450 e outra ganhar 1050 e, em média, ganhar 750 cada uma delas. Está a falar-se de médias ponderadas, ou seja, quando se fala em salário médio da ordem dos € 1000 num universo de população activa superior a 5 milhões, fica claro que há um número muito significativo de trabalhadores portugueses que recebe em redor dos € 1000. Não se entre aqui em demagogias de que a média está influenciada pelo facto de haver uma meia dúzia de privilegiados que ganha vários milhares de euros por mês.

    3. Por outro lado, é óbvio que o SMN não tem como objectivo beneficiar quem recebe o tal salário médio, mas quem precisa que o Estado actue para ver melhorado o seu salário. Por isso, o SMN aplica-se a 200 mil trabalhadores, ou seja, a menos de 5 por cento do total, mas exactamente os mais frágeis e com menor poder negocial.

    Estatística, sempre estatística, dirão alguns. É certo, mas a estatística não pode servir para tudo. Deve servir para fundamentar políticas.

2 comentários :

  1. Estas estatísticas também dizem quanto diminuiu o fosso entre os mais ricos e os mais pobres?
    Para concluirmos, como o rigoroso Abrantes, que é demagogia dizer que a média está inflaccionada pelo que ganha uma minoria de privilegiados.

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  2. São intragáveis, mesmo de escabeche, estes jaquinzinhos...

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