- ‘Moniz há muito tempo se tornara numa figura indesejada pela Prisa, mais precisamente por Cebrian, que desejava substituí-lo evitando pagar mais de um milhão de euros previstos numa cláusula. Moniz sai pelo próprio pé e abdicou disso para integrar a Ongoing, vice-presidente, com condições milionárias. Quando a tempestade amainar, verificarão que o Sol continua a ser de Joaquim Coimbra, dirigente do PSD, a Impresa de Balsemão, militante número um do PSD, a Cofina de Paulo Fernandes, a Controlinveste de Joaquim Oliveira, etc, etc. Eis o que produzem as escutas, os processos de intenção, a manipulação de informação e a luta política sem regras.’
- ‘Um cidadão solicita uma providência cautelar em relação a uma publicação que considera pôr em causa garantias que a lei lhe confere. A providência cautelar é aceite por um juiz. Sem que se saiba quais são as bases da providência cautelar, os jornalistas interpelam dirigentes políticos e o governo, questionando-os sobre "efeitos políticos". Um deputado do PCP, António Filipe, afirma que vê o caso como "um precedente".
A providência cautelar, instrumento jurídico que consiste numa ordem de tribunal que suspende uma determinada acção, não se aplica apenas nos media, embora seja comum nesse universo. Recentemente, Ricardo Araújo Pereira pediu uma providência cautelar para impedir a divulgação de fotografias da sua casa e Manuela Moura Guedes conseguiu outra contra um grupo de comunicação para obstar a notícias sobre a sua vida privada. Falar da providência cautelar em relação ao Sol como "um precedente" é algo de incompreensível a não ser num clima de completa histeria política, em que todas as acções e omissões que se possam relacionar, com motivo ou sem, com a apreciação da actuação do governo e do primeiro-ministro são qualificadas com base em processos de intenções preexistentes. É como se nada pudesse ser avaliado pelo seu valor facial e intrínseco e tudo fizesse sempre parte de uma teoria geral da suspeita, de um a favor e contra do qual ninguém e nada escapa, a começar pela ideia basilar do Estado de direito, a da independência dos tribunais face ao poder político - e vice-versa.’
- ‘Do que falamos quando falamos? Já fiz a pergunta várias vezes mas não sou eu que me repito. O país é que é contumaz. Volta não volta, acontece a mistura fatal, um pingo de magistrados num copázio de jornalistas, e o país fica grogue. Não diz nem pensa coisa com coisa. Um dia, um juiz foi buscar um deputado ao Parlamento porque tinha indícios terríveis: o deputado tinha dito "querida" ao seu interlocutor telefónico de voz masculina, logo aquilo cheirava a maricagem e, como se investigava pedofilia, logo o deputado era suspeito. E todos os indícios eram desse quilate. Ora, o deputado falara com a mulher, de voz grossa, de um amigo. Como o juiz nem se deu ao trabalho de relacionar o telefone com o seu proprietário, que era uma proprietária, como os jornalistas fizeram eco ao vazio, como os portugueses viraram baratas tontas, chegámos, quase dez anos depois, ao caso Casa Pia sabendo o mesmo que no início. Nada, embora presumindo muito. Ontem, comprei o Sol. Li as quatro páginas sobre as escutas que me prometiam relatar o polvo governamental sobre jornais e televisão. Mas não estava lá nada sobre o assunto. Não quero dizer que Sócrates não quis dominar a Imprensa. Não digo que o Governo não coma microfones ao pequeno-almoço. Digo é isto: naquela edição do Sol não estava lá nada sobre o assunto. Então, do que falamos?’
SOCRATES está a ser vitima pela aplicação de leis que muito contribuirem para acabar ou dominuir o poder e os previlegios das corporações, entre elas : as dos jornalistas e seus patrões, na justiça, dos professores e tudo que cheire ao corporativismo fascista.
ResponderEliminarVenham eleições SOCRATES vencerá.
O Juís da cautelar é bom, o do autentado ao estado de direito é mau!!!
ResponderEliminarNinguém percebe este blogue!!!!