sábado, fevereiro 13, 2010

Leituras

• Pedro Adão e Silva, Colectivo Ruptura:
    "É preciso um programa para mudar o país, em ruptura." "A verdadeira razão para nos dar o seu voto: ruptura total com o sistema." As frases podiam ser de Paulo Rangel, mas não são. A primeira faz parte das conclusões do último congresso da Ruptura/FER, a ala extremista do BE, que continua a militar por uma política revolucionária; já a segunda é de Manuel Monteiro, então líder da Nova Democracia, uma cisão pela direita do CDS-PP. Na política as palavras que se escolhem contam. Paulo Rangel, ao escolher a ruptura como Leit-motiv, avançou para a liderança do PSD envolvendo-se numa retórica própria das margens políticas. É coerente com a natureza essencialmente tribunícia da sua afirmação política e representa uma continuação da estratégia Ferreira Leite, agora por outros meios: o rasgar de ontem torna-se a ruptura de hoje.
• Vasco Pulido Valente, Candidatos?:
    Paulo Rangel anunciou anteontem a sua candidatura à presidência do PSD. Parece que se "antecipou" a José Pedro Aguiar-Branco, com que andava a combinar não se percebe o quê. O gesto foi considerado "deselegante" e não lhe trouxe qualquer vantagem, excepto uma entrevista de minutos em que não disse nada de original ou de consequente. Como Aguiar-Branco se vai declarar, ou já se declarou, e Pedro Passos Coelho já anda por aí em campanha, o PSD tem agora três putativos "chefes". É mau? Parece que não. Manuela Ferreira Leite, pelo menos, não acha. "Quantos mais melhor", disse ela, como se estivesse a vender bilhetes para uma sessão de circo e não acreditasse muito no espectáculo. Cá de fora tudo aquilo cheira a improvisação e a desastre.

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