António Balbino Caldeira tornou-se notado quando o PSD o utilizou nas campanhas contra Sócrates. Às vezes, é preciso dar tempo ao tempo para perceber essa mistura explosiva entre o reaccionarismo feroz e o delírio.
É assim que a última descoberta de Balbino não fica a dever nada às anteriores: “parte dominante da Igreja portuguesa, por meio destas ligações e relações espúrias, enfeudou-se à Maçonaria; e assim continuou, paradoxalmente, quando o Partido Socialista mudou da caridade gutérrica, supervisionada pelo meta-sistema maçónico, para o radicalismo anti-clerical de Sócrates, que manteve, aliás, o apoio desse meta-sistema político maçónico.” Em resultado desta desgraça, Balbino conclui que o PS tomou de assalto o Patriarcado, a Rádio Renascença e a Universidade Católica, sendo urgente e inadiável “restabelecer a independência face a um Estado em clara deriva ditatorial e radicalização de costumes - em vez de se dobrarem a veicular a mensagem do poder e as suas campanhas e perspectiva, como se fossem órgãos oficiosos do Governo de agenda liberal nos costumes e posição anti-clerical.”
E é por isto que, se Jesus escolheu Alexandra Solnado para nos ir mantendo ao corrente dos negócios celestes, o Papa Bento XVI viu em Balbino as qualidades necessárias para ser o porta-voz em Portugal das questões terrenas da Igreja Católica: “engana-se quem pensa que a presença e participação na Maçonaria sejam desconhecidas do próprio Vaticano, muito atento à realidade da Igreja portuguesa.” Mais: para mostrar a relevância que o Vaticano atribui à blogosfera (em particular, à portuguesa), Balbino é incumbido de anunciar o futuro patriarca de Lisboa.
O delírio em si mesmo não é grave: todos já nos cruzámos alguma vez com alguém que se auto-intitula Napoleão ou D. Sebastião. Mas, quando os delírios são espalhados por gente aparentemente lúcida, a coisa fia mais fino. Percebem-se melhor as campanhas que Balbino alimentou contra Sócrates se se reparar que este seu último delírio foi imediatamente linkado por José Manuel Fernandes, ex-director do Público, e por Paulo Marcelo, vogal da comissão política do PSD no consulado de Ferreira Leite. Com a ansiedade, esta gente esconde-se, mas deixa o rabo de fora.
[Cheguei ao post de Balbino através de uma chamada de atenção do Miguel Marujo, que vale a pena ler.]
Balbinices e benfiquices são levadas pelo vento.
ResponderEliminarMas qual é o quotidiano desta gente? O que fazem, do que vivem, se toda a sua energia é gasta na perseguição a uma pessoa ou mesmo a um partido? Quem lhes paga? Mistério...
ResponderEliminarAinda não repararam que o António Balbino a partir de um certo momento deu em vidente? O homem não acerta uma, mas como alguém lhe disse que era Deus na terra, não pára de escrever disparates.
ResponderEliminarVamos rezar e ajudá-lo a recuperar...
Quem é o estroina que escreve no formato tramoiadite? O gajote deve ser mais uma criação da grande universidade de verão.Tudo aponta que sim, dada a fluidez linguistica para a asneira tradicional dos pulhas.
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