1. O PSD vai divulgar o segredo de como desbastar a despesa pública?
O PSD já disse que o faria, mas também já disse que não o faria. Uma e outra coisa, algumas vezes. Chamado agora à São Caetano, o FAL garante que Miguel Relvas lhe transmitiu o seguinte recado, que ele faz chegar ao povo: “não há plano nenhum, nem orçamento alternativo nenhum, porque quem tem esse dever e essa obrigação é o Governo”. Ou ainda de acordo com o secretário-geral do PSD, não cabe à oposição “tratar dos buracos na despesa”.
2. O PSD admite negociar?
À primeira vista, parece disposto a atirar-se contra um comboio que vem em sentido contrário. Mas, como acontece em todos os suicídios, há momentos de hesitação: há “total abertura à negociação”, afiança Diogo Leite Campos, um dos vice-presidentes do PSD, com um lapso momentâneo de memória acerca da recusa do PSD em aceitar negociações prévias. Enquanto o inner circle se desdobra em declarações contraditórias, Passos Coelho entrou numa fase quase mística: “Hoje, que já não temos todo o tempo do mundo para fazer o que está certo e seguir uma estratégia correcta, convém que possamos decidir com sentido estratégico para o futuro. É isso que o PSD irá fazer.”
3. Se mandar chumbar o Orçamento, Passos Coelho está disposto a assumir-se como o homem do leme, levando a rapaziada da São Caetano para o Governo?
Isso, nem pensar, avisa Miguel Relvas, numa conversa ao jeito das que ocorrem nas viagens de táxi. Que ninguém se surpreenda se o secretário-geral mandar colocar uma faixa de pano a toda a largura da São Caetano com os seguintes dizeres: “Nem OE, nem Governo, estratégia do caos, já!”
4. Passos Coelho terá noção das consequências da sua estratégia?
Não se sabe ao certo. O terrível Ângelo tem estado em silêncio. Mas o líder do PSD sabe, pelo menos, como estão a reagir as pessoas ao o anúncio antecipado da sua morte (política): “Encontrei aqui pessoas que têm razão para estarem preocupadas, pessoas muito desorientadas e muito assustadas com o que se passa e eu não quero estar, nesta altura, a dizer nada que contribua para adensar preocupações.”
É, o PSD é um partido à nora. Passos Coelho foi hoje comemorar a vitória de PPereira numa autarquia depois deste lhe ter puxado as orelhas no fim de semana. Balsemão mudou hoje a agulha do último discurso apontando para a aprovação do OE. E, bem... estas sondagens todas nem deixam o chefe começar a pensar. Na semana passada, cada ponto do psd nas sondagens valia mais meio ponto no juro da dívida mas agora já está a jogar para negativos. Deve ser o lobby da CS contra o PSD, como diria o bajulado PPereira. Ninguém tem culpa que o PSD tenha escolhido para candidato a PM um indivíduo com a extraordinária experiência de gerir associações de estudantes. E muito menos das companhias que escolheu para o aconselhar. Em breve estará a flagelar-se publicamente por ter concorrido e ganho as eleições no partido. Cá estaremos. Mas nada que não estejamos habituados: uma cumpriu todos os seus objectivos depois de uma derrota histórica, outro fugiu em busca do projecto pessoal, aqueloutro chora sempre que lhe apetece. Um drama.
ResponderEliminarNem tudo depende do PSD, como pretende Passos Coelho. Mas alguma coisa depende do PSD. A não ser que o PSD seja uma irrelevância.
ResponderEliminarE claro, é o inefável Alberto João que vem dizer o óbvio para muitos de nós, há muito tempo: troque-se a aprovação do OE2011 pelas alterações à Constituição.
ResponderEliminarEste filme é mesmo mau.
Estão a ser injustos, é favor retratarem-se! Não apresentar um OE alternativo, que fecharia a porta (mais uma)a qualquer negociação e a outra saída possível deste imbróglio, foi a posição mais sensata deste PSD nos últimos tempos. Dada a raridade do fenómeno, há que saudar de viva voz.
ResponderEliminar@Anonimo: Nao apresentar nada tem sido a estrategia do PSD desde 2003.
ResponderEliminarAlias minto: apresentaram-nos uma folheca A4 para resolver a crise.
Realmente muito sensato.