sexta-feira, dezembro 17, 2010

Truques de vão de escada para descredibilizar os resultados do PISA

• Fernanda Câncio, O que transparece:
    Esta semana, um colunista do Público fez, a propósito do PISA 2009 e da melhoria nos resultados dos estudantes portugueses, a apologia da desconfiança como princípio. Diz o jurista Pedro Lomba que quer saber que escolas "foram indicadas pelo Governo" para participar no estudo, isto porque "em democracia devemos desconfiar de todos os governos em geral" e deste, o actual, o português, "a dobrar".

    (…) Vamos ignorar que o jornal onde Lomba escreve à terça tinha, no sábado, explicado o processo de selecção, efectuado por uma empresa contratada pela OCDE a partir de uma lista de todas as escolas básicas e secundárias de cada país; vamos só deter-nos no mail que diz ter enviado ao PISA. Quem desconfie de que um estudo internacional foi manipulado no seu país através da escolha cirúrgica das escolas e dos alunos (que é o que Lomba insinua) só pode começar por fazer uma pergunta: "Quem, e com que critério, escolheu as escolas e os alunos?" A segunda será, claro, "Os governos têm/podem ter alguma interferência nesse processo?" O pedido da lista só faz sentido acompanhado destas duas questões, sob pena de, caso a lista não seja facultada, se ficar com o mesmo grau de desconfiança de que se partiu - desta vez por deliberação apriorística.

    Por outras palavras: dizer que se tem dúvidas sobre o critério de selecção das escolas e que se pediu, por esse motivo, um esclarecimento, sem nesse pedido se perguntar qual o critério de selecção das escolas é desonesto. A acusação é grave? Sem dúvida. Sucede que, após ler Lomba, enviei um mail ao PISA a solicitar informação sobre a escolha das escolas e a resposta que recebi, poucas horas depois, foi de que os governos não escolhem as escolas; elas são seleccionadas por amostra aleatória, pelo mesmo método usado no estudo de 2006 (no qual Portugal teve resultados péssimos); a identidade das escolas é mantida confidencial para respeitar o anonimato dos estudantes testados. Pode ser tudo mentira, claro. Pode haver uma conspiração mundial, ou pelo menos da OCDE, para proteger o Governo português. Mas foram as respostas que recebi. Pelo que, em nome da transparência e da verdade e do seu sagrado princípio da desconfiança, pergunto daqui a Pedro Lomba que raio perguntou ele ao PISA, e porquê. Porque o que transparece do que escreveu é que nunca esteve no seu espírito saber a verdade, apenas municiar-se de "motivos de desconfiança".

5 comentários :

  1. Truque de vão de escada é desviar os alunos com piores resultados para os CEF, não submeter nenhum deles aos exames PISA e depois fazer a festa.

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  2. Como o Pedro Lomba é mentiroso,julga que todos os outros o são.Se tivesse um pouco de vergonha,calava-se e engolia o sapo sózinho.Assim,dá muito nas vistas.Por estes aldrabões como este mais oJ.M. fernandes,o P. Pereira e quejandos,deixei de ser leitor do Público.Não está fácil ler informação isenta,em Portugal!

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  3. Caro Filipe A., isso é falso. Os alunos dos CEF participaram no PISA, como é óbvio. Nem a OCDE aceitaria ao contrario.

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  4. São os ressabiados senhor!
    São os ressabiados,
    Os velhos do Restelo,
    Os anti-Pátria,Lombas, crespo, medinas, pachecos...
    Os pulhas deste País....

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