Atrás de um pequeno grande arquitecto,
está sempre uma grande mulher
O João já falou do nosso Assange, o Assange do Dafundo. Como o João diz, “há muitos anos que, mesmo sem internet e outros meios sofisticados, temos sabido o que de mais importante se passa nos bastidores do poder em Portugal. E tudo graças ao trabalho incansável de um só homem.”
Não somos menos, portanto, do que os lá de fora. Continuemos a divulgar a obra do incansável pequeno grande arquitecto. Na Tabu de 12 de Novembro deste ano, escrevia ele a propósito da Quadratura do Círculo:
- “A recordação mais antiga que tenho de Pacheco Pereira remonta aos tempos em que ele era colunista do Semanário, onde não se notabilizou. Depois lembro-me de o ter visto no grill do Hotel Penta, a almoçar com Santana Lopes. Eu almoçava noutra mesa com Marcelo Rebelo de Sousa. Lembro-me de este me ter dito: «O Santana está a convidar o Pacheco Pereira para aderir ao PSD».
Encontrei-o mais tarde no comboio Lisboa-Porto. Eu viajava com a Maria João Avillez, com quem ia à Póvoa de Varzim entrevistar o pintor Henrique Medina, já no fim da vida. Pacheco Pereira dirigiu-se a nós — e, em pé na coxia, falou durante quase toda a viagem. O que o obcecava na altura era uma polémica com Eduardo Prado Coelho, que nos descreveu em pormenor. Embora não estivéssemos muito dentro do assunto, ambos o ouvimos com atenção.
Um dia Cavaco Silva, a seguir a um encontro em S. Bento, perguntou-me:
— Quer que lhe sugira o nome de um bom colunista?
Fiquei expectante. Acabou por dizer:
— O Pacheco Pereira.
Fiz cara de pouco entusiasmo — e ele nunca mais me falou no assunto. Muito tempo depois, já Cavaco deixara de ser primeiro-ministro, convidei Pacheco Pereira para escrever uma coluna semanal, ele aceitou, mas acabou por não cumprir o combinado¹.”
- “Vê-se que Pacheco concorda geralmente com o que ele [António Lobo Xavier] diz — mesmo que não tenha defendido antes a mesma posição. No último programa, dirigindo-se a [António] Costa, Pacheco disse várias vezes: «Nós nunca dissemos isso, nunca defendemos aquilo…» — como se ele e Lobo Xavier constituíssem uma dupla.”
¹ O pequeno grande arquitecto trata este episódio num livro de memórias. Fica para outra oportunidade.
se era uma entrevista de fim de vida podia fazê-la no funeral, sempre poupava uma viagem. saraiva & avillez - serviços de extrema besunção, lda.
ResponderEliminarse calhar o lobo Xavier anda com o Pacheco Pereira...O Costa e o Andrade são os Padrinhos...bate certo.
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