quarta-feira, setembro 26, 2012

A troika como pé-de-cabra para abrir o pote


Passos Coelho defendeu, aquando da sua campanha à liderança do PSD, a privatização da Caixa Geral de Depósitos, tendo na proximidade das eleições legislativas andado aos ziguezagues: disse que não defendia a privatização e, numa entrevista à Reuters, falou em privatização parcial.

Hoje, os media voltam a trazer à liça a privatização da Caixa, dando conta de que o tema foi objecto de discussão durante a 5.ª avaliação da troika. Está, portanto, em cima da mesa a privatização de 40 por cento do capital da Caixa.

O Governo dá a entender que está perante uma posição de força da troika relativamente à qual não sabe… até quando poderá resistir. Convém recordar neste momento que, aquando da discussão do memorando (o inicial) com a troika, o anterior governo foi intransigente relativamente à hipótese de privatização da Caixa: opôs-se e o banco continua público.

Seja por genuflectir perante a troika, seja por querer a privatização da Caixa (que António Borges, o ministro-sombra, defende há muito), os estarolas da São Caetano de São Bento preparam-se para prescindir do único instrumento que o Estado tem para orientar o sistema financeiro. Ainda que mal enterrados, devem poder continuar a governar?

8 comentários :

  1. Acho que devemos 'enCaixá-los" no mar da palha.

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  2. Remunera depósitos com taxas abaixo da concorrência. Oferece crédito, quando oferece, com juros acima. Estoura o que tem e o que não tem na jogatana de Bolsa de dois ou três amigos ou a financiar PPPs megalómanas, indiferente às necessidades de financiamento de centenas de PMEs viáveis. Qual o interesse público em manter a CGD nas mãos do estado? Nomear os dirigentes quando o partido ganha as eleições?

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  3. E porque não ir ainda mais além da troika e privatizar o mar, as praias, o ar, as árvores, os espaços publicos por onde passamos...
    Estes monstros não vão deixar pedra sobre pedra neste país. Obrigado a todos os que votaram nos maiores vigaristas da história de Portugal. Obrigado mesmo .

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  4. É preciso parar estes criminosos de estado.

    Temos de convocar um novo 15 de Setembro mas é com um MANIFESTO CONCRETO no qual se peça OBJECTIVAMENTE:

    - a deposição do sr. silva e
    - a demissão do governo

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  5. @ Lucas Galuxo:
    Nos próximos 30 anos, os montantes brutos pagos a todas as PPP serão em média cerca de 0,6% do PIB do respectivo ano, ou seja, 1,2% da despesa pública, o que corresponde a cerca de 1/8 do investimento público médio anual dos últimos 30 anos. Como as PPP rodoviárias têm receitas (o Estado paga a disponibilidade, mas recebe portagens), o montante líquido de encargos para o Estado resultante das PPP é menor – cerca de 0,3% do PIB, montante que corresponde a 2,6% dos gastos com funcionários públicos ou a 2% das prestações sociais. 0,3% do PIB. É isto as PPP's megalómanas? Ou estás te a referir às PPP's imaginárias das capas do Correio da Manha que devoras avidamente todos os dias? A sua ignorância militante parece ser uma opção de vida!

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  6. Ó André

    Por exemplo, a auto-estrada de Almeirim a Santo-Estêvao não é uma obra megalómana (e um atentado ambiental desnecessário)? E porque raio vai um banco público financiar um privado com uma garantia do próprio estado para vender um serviço que é público? Mas tudo bem. Podia fazer isso e mais alguma coisa, como perder créditos a financiamentos a auto-estradas em Espanha e na Grécia http://economia.publico.pt/Noticia/cgd-vai-assumir-perdas-de-50-milhoes-com-autoestradas-em-espanha-e-grecia-1564443,
    ou emprestar dinheiro aos empregados mais queridos http://economia.publico.pt/Noticia/cgd-financiou-indevidamente-um-director-acusado-de-vigilancia-ilicita-1564783
    desde que o dinheiro chegasse para a função nobre de um banco que deveria ser a referência do sistema bancário: remunenar depósitos e financiar a economia com taxas decentes e razoáveis. Mas não chegou.

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  7. E mais, André. Esse truque de falar nas despesas das PPPs em percentagem anual de PIB não pega. Sabes lá as tu qual vai ser a evoçução das taxas de juro ou se o PIB não vai cair 20% como na Grécia. O que salta à vista é que Portugal não tem riqueza suficiente para fazer tantas obras em tão pouco tempo. E o banco público em vez de refrear a bebedeira serviu rum à descrição.

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  8. Cá está. É isto mesmo
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=581069

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