No Expresso do passado sábado, Eduardo Catroga diz que o défice em 2012 estava, por alturas da sua negociação com a troika, em cerca de 12%. Daqui decorre que, afinal, a consolidação orçamental que o Governo fez até agora foi muito superior ao que se pensa, uma vez que o ponto de partida era bem pior do que o que se pensava.
Reparem: o que Catroga está a dizer — já não apenas a insinuar, como já havia feito no passado — é que todas as instituições nacionais e internacionais que monitorizam as contas públicas portuguesas —FMI, Banco Central Europeu, Comissão Europeia, INE, Banco de Portugal — ou foram enganadas pelo governo de Sócrates, ou então foram cúmplices do encobrimento.
Se isto parece delirante, é porque é. Aliás, seria estranho que o próprio Governo não tivesse denunciado imediatamente semelhante cambalacho. Ou estão a ver Gaspar a lidar com um défice real de 12% a meio de 2011 e a ficar caladinho, quando isso tornava ainda mais difícil o cumprimento da meta de 2011?
Face ao delírio de Catroga, vale a pena recuperar o que aconteceu realmente em 2011. Primeiro, mal chegou ao Governo no fim de junho, Passos e Gaspar carregaram o défice do primeiro semestre com despesa extraordinária (como o BPN e como a reclassificação de duas operações financeiras da Madeira) para culpar o semestre de governação do PS. Durante 2011, dizia-se que o valor referente à Madeira era de €570 milhões (ver Relatório do Orçamento de Estado de 2012, página 26); na verdade, ascendeu, como se vê no quadro seguinte (retirado da Conta Geral do Estado, p. II do Sumário Executivo, sobre as receitas e despesas extraordinárias de 2011), a €943 milhões (707,4 + 235,6):
Significa isto que, em 2011, a despesa acabou descontrolada? Não. Na verdade, a execução orçamental do ano mostra que a despesa ficou não apenas abaixo do que o OE2011 socialista havia estimado (-€440 milhões), mas abaixo do que o próprio Gaspar estimava, em outubro de 2011, vir a ser a despesa até ao final de esse ano (-€1713 milhões, ou seja, 1% do PIB (!)) [ver quadro seguinte, retirado do relatório da UTAO sobre a execução orçamental de 2011, página 1].
Ou seja, em 2011 o “desvio colossal” na despesa foi inventado por Gaspar.
Sobre esta aldrabice, Catroga está bem calado.
Reparem: o que Catroga está a dizer — já não apenas a insinuar, como já havia feito no passado — é que todas as instituições nacionais e internacionais que monitorizam as contas públicas portuguesas —FMI, Banco Central Europeu, Comissão Europeia, INE, Banco de Portugal — ou foram enganadas pelo governo de Sócrates, ou então foram cúmplices do encobrimento.
Se isto parece delirante, é porque é. Aliás, seria estranho que o próprio Governo não tivesse denunciado imediatamente semelhante cambalacho. Ou estão a ver Gaspar a lidar com um défice real de 12% a meio de 2011 e a ficar caladinho, quando isso tornava ainda mais difícil o cumprimento da meta de 2011?
Face ao delírio de Catroga, vale a pena recuperar o que aconteceu realmente em 2011. Primeiro, mal chegou ao Governo no fim de junho, Passos e Gaspar carregaram o défice do primeiro semestre com despesa extraordinária (como o BPN e como a reclassificação de duas operações financeiras da Madeira) para culpar o semestre de governação do PS. Durante 2011, dizia-se que o valor referente à Madeira era de €570 milhões (ver Relatório do Orçamento de Estado de 2012, página 26); na verdade, ascendeu, como se vê no quadro seguinte (retirado da Conta Geral do Estado, p. II do Sumário Executivo, sobre as receitas e despesas extraordinárias de 2011), a €943 milhões (707,4 + 235,6):
Significa isto que, em 2011, a despesa acabou descontrolada? Não. Na verdade, a execução orçamental do ano mostra que a despesa ficou não apenas abaixo do que o OE2011 socialista havia estimado (-€440 milhões), mas abaixo do que o próprio Gaspar estimava, em outubro de 2011, vir a ser a despesa até ao final de esse ano (-€1713 milhões, ou seja, 1% do PIB (!)) [ver quadro seguinte, retirado do relatório da UTAO sobre a execução orçamental de 2011, página 1].
Ou seja, em 2011 o “desvio colossal” na despesa foi inventado por Gaspar.
Sobre esta aldrabice, Catroga está bem calado.
- Pedro T.
Como é possivel que ninguém faça o contraditório e convoque uma conferencia de imprensa para desmentir este velho ganancioso, onde se lhe chame com todas as letras ( e se demonstre com estes mesmos gráficos) o que ele é : UM VELHO GANANCIOSO A VIVER Á CONTA DO ESTADO E AINDA POR CIMA UM GRANDESSISSIMO MENTIROSO.
ResponderEliminarMais uma vez o nosso amigo Pedro T presta um inestimavel esclarecimento aos habituais leitores,nos quais me incluo,deste blogue.
ResponderEliminarSão pentelhos!
ResponderEliminarEntão o governo Socrates é inocente?Estes troikistas são os unicos culpados?Eu metia todos dentro de um vai-não-vem para o espaço.
ResponderEliminarO desemprego vai a caminho dos 20%.
ResponderEliminarNo final 2013 não se sabe...25%
O consumo de combustivel, com uma que quebra de 55%, com tendencia subir - já vejo miudos andar de bicicleta e a jogar basket na rua. - por um lado é bom, faz-me lembrar os tempos de garoto
Os carros de alta cilidrada, que se vê, estão ao serviço da Gestapo à Portuguesa.
Investimento existe, é nas Camaras do PSD e nos "amigos" - é para ganhar as autarquicas..
Estamos no bom caminho, pá
Faroleiro
ResponderEliminarAbsolutamente imoral!
Da entrevista dada ao Expresso registei sobretudo a dimensão bazófia de Eduardo Catroga.
ResponderEliminarQuanto à linguagem: no mesmo registo desagradável de sempre.
Apeteceu-me dar-lhe uma tapona; digo tapona e não par de estalos porque é mais humilhante!
Isto de "coisas" ditas pelo Catroga tem que ser vistas e analizadas em função da hora.
ResponderEliminarSe fala de manhã cedo ainda vá que não vá, agora se for a seguir ao almoço esqueçam, que aquilo já não é só ele a falar e a pingota puxa-lhe para o exagero e a gabarolice.
ResponderEliminarAi, o velhaco pintelhoso gosta da pingorreta?...
Será que também apreciará vinhaça a MARTELO? Um dia destes, tenham calma, ainda vai apanhar uma grande dor de cabeça...