quinta-feira, novembro 29, 2012

Povo de suicidas

• Rui Pereira, Povo de suicidas:
    ‘Foi publicada, há dois anos, uma colectânea de textos de Miguel Unamuno sobre o nosso País, profeticamente intitulada ‘Portugal Povo de Suicidas’. Dos textos, traduzidos e compilados por Rui Caeiro, sobressai a seguinte afirmação do grande pensador espanhol: "Portugal é um povo triste, e é-o até quando sorri. A sua literatura, incluindo a sua literatura cómica e jocosa, é uma literatura triste. Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida. A vida não tem para ele sentido transcendente. Desejam talvez viver, sim, mas para quê..."

    A afirmação de Unamuno aplica-se, literalmente, ao povo português no seu conjunto, que apresenta hoje uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo. A nossa taxa bruta de natalidade (correspondente ao número de crianças que nascem anualmente por cada mil habitantes) foi, em 2011, segundo dados da Pordata, de apenas 9,2 – muito distante do valor de 24,1 que atingíamos em 1960. Em média, cada mulher portuguesa em idade fértil tinha, em 2010, 1,36 filhos, o que compromete a renovação de gerações – que requer a média de 2,1 filhos.

    As explicações para esta vertiginosa queda da natalidade não são inteiramente lineares, mas importa reter alguns dados que nos podem ajudar a compreendê-la melhor. Assim, as mulheres portuguesas estão a retardar cada vez mais a natalidade e os nascimentos verificam-se hoje, maioritariamente, entre os 30 e os 34 anos. A leitura parece óbvia: as mulheres esperam pela estabilidade profissional para ter o primeiro filho aos 30 anos – esperam pela sua própria estabilidade e talvez pela estabilidade de maridos e companheiros, sujeitos a trabalhos precários.’

4 comentários :

  1. A triste realidade é esta: A Direita está a conseguir transformar Portugal num Povo em vias extinção.

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  2. O Povo vai conseguir ser mais forte e virar a realidade do avesso: é esta Direita serôdia, beata, pacóvia e oitocentista que terá de ser conduzida à extinção.


    O Portugal do Futuro merece uma Direita arejada, moderna, responsável e democrática!


    Que só existirá quando, à semelhança da Esquerda, conseguir promover a separação das águas, ao nível dos Partidos parlamentares, entre os que defendem o Estado de Direito e os que defendem o Estado dos Interesses.


    Separação que a Esquerda conseguiu fazer logo em 1975 e que, parecendo uma fragilidade a curto prazo (porque nunca lhe permite ter coligações parlamentares), é a sua maior força a longo prazo.


    Ao contrário da Direita, onde ainda não se constituíu um Partido decente, com a linhagem ideológica e moral de um Amaro da Costa, de um Freitas do Amaral, de um Lucas Pires, ou mesmo de um Adriano Moreira, mas claramente expurgado de toda a ganga arrivista e aventureira da linhagem spinolista, sá carneirista, cavaquista, barrosista e, sobretudo, relvista, "pórtista" e passista!


    Que em nada se distingue, em "amor" à Democracia e à ética republicana, da linhagem gonçalvista!


    Falta um Mário Soares conservador à Direita portuguesa, para lhe inculcar de vez o respeito pela Democracia nos seus genes...

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  3. eu oiço isto quando vou ao estrangeiro e me dizem que portugal só sofreu intervenção externa da troika porque se quis suicidar, criando uma crise política no meio de ataque externo.

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  4. Portugal não se quis suicidar. Portugal foi apunhalado pelas costas, mais uma vez, por uma corja de traidores!

    Mas há-de vir o dia em que as pagarão todas por junto.

    Amanhã comemora-se (espero que condignamente), aliás, o aniversário de um castigo histórico a outra seita de traidores à Nação. Desta vez pode ser que a coisa se faça de outras "janelas", pois que os prédios agora são mais altos...

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