domingo, dezembro 16, 2012

A um passo da guerra civil

Ontem no Expresso

Sem o visto prévio de Gaspar nem o consentimento de Bruxelas, o Álvaro atirou-se para fora de pé, anunciando o propósito de reduzir a taxa de IRC para 10%. Num governo sem rei nem roque, qualquer borra-botas se acha no direito de meter a colher no sector dos impostos, uma área que está confiada, ironia das ironias, ao partido do contribuinte — que, segundo o seu líder, já não fora ouvido na elaboração do OE-2013.

Paulo Portas não terá apreciado a intromissão do Álvaro depois do desprezo a que tinha sido votado por Gaspar. A resposta chegou agora: sem submeter a Conselho de Ministros, o CDS, através do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, faz anúncio público de que, por sua iniciativa, vai fazer a reforma do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC). Assim, uma tarefa de grande envergadura, que envolve uma matéria sensível como é a tributação das empresas, aparece divulgada através de uma notinha no Expresso, mas não consta sequer do site do Governo Dr. Relvas.

Para presidir à Comissão de Reforma do IRC, o partido do contribuinte escolheu António Lobo Xavier, que ainda há muito pouco tempo afirmava, na Quadratura do Círculo, que o principal problema deste governo era Passos Coelho. Este próspero representante dos “grandes contribuintes” é incumbido de rever “os benefícios fiscais aplicados às empresas” e, seja lá isso o que for, “reforçar a competitividade dos impostos sobre a economia”. Para começo de conversa, os media poderiam perguntar-lhe o que pensa fazer em relação ao despacho-que-vale-milhões.

3 comentários :

  1. É a contrapartida ao Belmiro pela subserviência do Púbico! E a demissão da Direcção de Informação em face das pressões do relvas! Tudo normal!

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  2. http://www.tvi24.iol.pt/151/economia/gaspar-previsoes-receita-fiscal-recessao-execucao-orcamental-teoria-do-oasis/1402546-1730.html

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