segunda-feira, março 11, 2013

“E no dia depois desse havia que começar a dar trabalho a milhões de desempregados, de pedreiros a artistas”

• Rui Tavares, A política redentora [hoje no Público]:
    ‘Roosevelt recolheu aos aposentos, e nessa mesma noite deu ao seu Secretário do Tesouro cinco dias para preparar uma "lei bancária de emergência". Na tarde seguinte, domingo dia 5, emitiu dois decretos: o primeiro convocando o Congresso para uma sessão especial dali a quatro dias; o segundo declarando um "feriado bancário nacional" durante o qual se fiscalizariam as instituições financeiras para separar as ilíquidas das insolventes. No dia 9, quinta-feira, ainda os congressistas novos não tinham encontrado os lugares no hemiciclo nem o Secretário do Tesouro tido tempo de fazer as cópias da sua proposta de lei, o documento foi lido em voz alta e aprovado. Foi o início de uma reforma bancária que sobreviveu quase setenta anos, com a separação entre banca a retalho e de investimentos, e que se não tivesse sido desfeita no fim do século XX talvez nos tivesse poupado à magnitude da presente crise.

    A 12 de março, fará amanhã anos, Roosevelt falou pela rádio e explicou aos americanos que passos tinham sido dados para fiscalizar e reformar os bancos, mas foi claro ao dizer que só se saberia o resultado quando houvesse mais gente a depositar dinheiro do que a correr aos saques. Os dados estavam lançados, e Roosevelt foi deitar-se.

    No dia seguinte havia que acabar com a Lei Seca.

    E no dia depois desse havia que começar a dar trabalho a milhões de desempregados, de pedreiros a artistas. Em poucos meses foram plantadas mil milhões de árvores, reparados milhares de quilómetros de estradas, pintados murais em centenas de estações de correios (por serem edifícios federais), etc. O que fosse necessário fazer era feito.

    Há exatos oitenta anos, o New Deal de Roosevelt foi uma das grandes vitórias da política - do governo do povo, pelo povo e para o povo - sobre as supostas fatalidades da economia, e de caminho evitando os horrores do fascismo. Aprendam que não é tarde.’

4 comentários :

  1. que sede ao """pote"""!!!!!!!

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  2. Eram necessários estadistas para arrepiar caminho.
    Eles surgirão novamente, como sempre surgem nos grandes tumultos da história.
    Não penso é que nós, portugueses, cheguemos vivos a esse surgimento. Nem nós nem a Europa tal como a conhecemos.Já é tarde e o mal está feito.
    Agora só nos resta observar o desenrolar da história que já todos conhecemos : fome, miséria, e , em ultima análise, guerras...

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  3. Isso é história, e por isso só interessa a historiadores não produtivos e em vias de extinção.

    Porque raio é que nos devemos preocupar com uma crise antiga e com a solução encontrada para a resolver.

    Nós temos é que inovar e inventar uma nova solução. Não vencemos a crise mas criamos um produto transacionável.

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  4. O engraçado da história é que ela têm tendencia para se repetir, e a humanidade para pouco ou nada aprender.
    Daí que talvez seja mesmo importante olhar para trás e lembrar as lições que a mesma nos deu...

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