terça-feira, dezembro 03, 2013

O Governo não merece a nossa delicadeza

• José Vítor Malheiros, O Governo não merece a nossa delicadeza:
    ‘É fundamental passar a demonstrar ao Governo em geral e a cada um dos seus membros em particular que as suas políticas são rejeitadas por todos e a maneira mais simples de o fazer é retirar-lhes o aplauso que os governantes têm por adquirido. Hoje, quando são tão escassas as ferramentas de que o cidadão dispõe para agir politicamente, sequestrado o regime e o Estado por partidos dispostos a não deixar da democracia pedra sobre pedra, é fundamental que cada um de nós se apodere de todas as que restam. E uma delas é fazer-se ouvir pelo silêncio.

    Rimbaud escreve num poema que por delicadeza perdeu a vida. Seria infeliz que os portugueses, pela mesma delicadeza, sacrificassem o uso de uma das últimas formas de protestar que lhes resta e preferissem deixar a gente que ocupa o poder roubar o futuro dos seus filhos.

    Não existe cortesia que justifique pactuar com a barbárie. Não existe etiqueta que se sobreponha ao exercício da mais básica forma de liberdade de expressão que consiste em não aplaudir. Não é o último direito que nos resta, mas quase. O Governo age como se tivesse sido eleito ditador por quatro anos. Mas a cidadania não pode ser posta fora da lei durante quatro anos. O mínimo dos mínimos que podemos fazer é garantir que nenhum aplauso “de circunstância” saído das nossas mãos irá confortar o Governo na sua certeza de impunidade.’

1 comentário :



  1. Muito bem.

    Nunca tive dúvidas. Já desde Junho de 2011 que o pratico.

    E defendo mais ainda: a DESOBEDIÊNCIA CIVIL, ou resistência pacífica (e passiva).

    Até que esta POUCA VERGONHA acabe de vez!

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