sexta-feira, agosto 21, 2015

«Não podemos aceitar que o nosso futuro
seja falarmos com os nossos filhos apenas via "skype"»


• Pedro Silva Pereira, Esta continuidade serve?:
    «As eleições são sempre um tempo de avaliação do desempenho do Governo e das alternativas políticas para o futuro. Mas ambas as questões convergem numa única pergunta: esta continuidade serve?

    Por razões que bem se compreendem, Passos e Portas pedem-nos que votemos sem "ressentimentos". Descodificando, o que nos pedem é que esqueçamos que ambos os partidos da coligação de direita nos enganaram na campanha eleitoral de 2011, precipitando o país numa crise política irresponsável e prometendo aos eleitores, aos contribuintes e aos pensionistas o que nunca tencionaram cumprir; que esqueçamos a sua desastrosa estratégia de empobrecimento, feita de enormes aumentos de impostos e de brutais cortes nos salários, nas pensões e nos serviços públicos; que esqueçamos o erro tremendo que foi a opção pela austeridade "além da ‘troika'", com o seu rasto devastador de 219 mil empregos destruídos, milhares de jovens que tiveram de emigrar e muitas famílias destroçadas, adiadas ou sem filhos; que esqueçamos o desinvestimento absurdo e míope na Ciência, nas qualificações e nas principais alavancas de crescimento da economia; que esqueçamos a sucessão de privatizações em marcha forçada, que destruíram ou passaram para mãos estrangeiras o que restava dos "centros de decisão nacional"; e, finalmente, que esqueçamos que tudo isto, feito em nome do ajustamento estrutural da economia e da redução da dívida pública, deixou afinal a economia estruturalmente mais fraca e conduziu ao maior aumento da dívida pública de sempre.

    Por improvável que seja, Passos e Portas apostam no esquecimento colectivo e esperam que um bom "marketing" eleitoral (assente na constante repetição da sua falsa narrativa da crise e no empolamento de uns quantos indicadores económicos, à boleia da intervenção do BCE e dos ventos favoráveis da conjuntura internacional) consiga fazer o resto: criar, por tempo suficiente, uma ilusão de sucesso que se sobreponha à evidência do seu fracasso.

    Vai nesta estratégia eleitoral uma dupla mistificação. A primeira, diz respeito à democracia; a segunda, diz respeito à economia. A primeira mistificação, em nome de uma votação "sem ressentimentos", pretende um autêntico "apagão" do incumprimento das promessas eleitorais pelos partidos da direita, como se o facto de terem escondido dos eleitores a estratégia central que executaram no Governo - a estratégia de empobrecimento - não configure uma intolerável burla política, merecedora de severo julgamento democrático em legítima defesa da própria democracia. A segunda mistificação, porventura ainda mais perigosa, parte da ilusão do "sucesso" económico para afirmar, sem mais ambições, que o caminho certo é a ditosa "continuidade".

    O que nos devolve à pergunta: afinal, esta continuidade serve ou devemos procurar uma alternativa melhor? Servirá, certamente, para uns quantos fiéis devotos da "austeridade expansionista", agora entusiasmados com a perspectiva de um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões e com a promessa de um plafonamento que abra caminho para a privatização parcial da Segurança Social à custa da sustentabilidade do sistema público. Mas fora esse grupo de crentes fervorosos, cuja fé inabalável sobrevive a todas as evidências, esta continuidade cinzenta, sem futuro nem esperança, só poderá servir a quem se resigne à fatalidade de um destino nacional de continuado empobrecimento e persistente decadência. Para concluir que não tem de ser assim, não é preciso nenhum especial "ressentimento" - embora não lhe faltassem razões. Basta olhar com olhos de ver para os resultados desastrosos da austeridade "além da ‘troika'" e perceber a extrema urgência do maior desafio que o paísenfrenta: estancar imediatamente o dramático êxodo dos seus jovens e dos seus melhores quadros. É por isso que a continuidade não serve e é tempo de uma alternativa política, capaz de um novo ciclo de esperança e de recuperação económica. Com uma certeza: não podemos aceitar que o nosso futuro seja falarmos com os nossos filhos apenas via "skype".»

7 comentários :

  1. Como é chato para os "PàF" ler todos um conjunto de verdades! TENHAM VERGONHA NA CARA!

    ResponderEliminar
  2. Já não tenho paciência para aturar fascistas ignorantes nem "malucas" no governo.
    Lamento muito, mas é assim mesmo...

    ResponderEliminar
  3. Realmente!!

    Adam a dizer as "verdades" desde há 4 anos....
    É preciso ter muita lata estanhada !

    ResponderEliminar
  4. Este puf já só vai buscar votos ao povinho do interior norte que sai domingo da missa e vai votar na cruzinha que o padreco indicou, aos boys com tachos e aos que acham que são muito afortunados em terem um emprego quase esclavagista a ganhar 500 euros e que podia ser pior se fossem os xuxas no governo, enfim não vale a pena argumentar muito porque por mais descodificado que a mensagem fosse eles não entendem mesmo, muitos deles nem sabem desempenhar as tarefas mais elementares no seu trabalho e na sua vida pessoal, inteletual e políticamente são uma nulidade, por isso esperemos que os abstencionistas de sofá e de café que tem muitas teorias sobre os pufs mas depois não votam ou porque faz sol ou porque chove possam, desta vez, ter um pouco de consciência, porque os portugueses e o país não aguentam mais quatro anos de esbulho económico, político e social!

    ResponderEliminar
  5. Miguel, atente-se no que eu disse há uns meses...
    eis a ex-Miss Swaps, o algodão não engana.

    ResponderEliminar
  6. EU,E MUITA GENTE,NÃO VAMOS VOTAR NA ESCUMALHA DO PSD/CDS,PONTO FINAL!

    ResponderEliminar